Huawei está a desenvolver uma Assistente Virtual ciente das tuas emoções

Rui Bacelar
Rui Bacelar
Tempo de leitura: 4 min.

A Huawei está a desenvolver uma nova assistente virtual para competir com a Google Assistant e, para tal, a fabricante Android já uma estratégia bem definida. Apostará em respostas mais inteligentes, cientes das emoções veiculadas pela voz humana. Uma tarefa impossível? A Huawei acredita que não.

A Huawei quer alterar o paradigma atual de utilização das assistentes virtuais como a Google Assistant ou a Alexa da Amazon. Quer que deixem de soar a robôs, desprovidas de emoção ou qualquer "sonoridade humana". A fabricante chinesa quer tornar possível um diálogo com o teu dispositivo Android.

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Os executivos da Huawei querem que as conversas sejam dotadas de mais emoção, sejam mais interativas. Este seria o objectivo último. Deixar de as encarar como simples "servos digitais" ao nosso dispor e dialogar mais, como se de um familiar ou conhecido se tratasse.

Neste momento, seja a Google Assistant ou a Windows, são meros 'papagaios'. Dão-nos informações cruas e respostas diretas, sendo desprovidos de qualquer emoção. Tão pouco estão cientes do possível estado de espírito do ser humano que a utiliza.

Huawei quer melhorar certos aspectos da Google Assistant, Alexa, Siri e da Cortana

Seja no smartphone Android ou no tablet Android. Seja no smartphone iOS (iPad), são completamente incapazes de veicular ou interpretar emoções. É aqui que a Huawei quer intervir, desenvolvendo a sua Assistente Virtual (AV) para detectar nuances de emoções na voz da pessoa. Dar um passo além daquilo que já temos, por exemplo, na famosa Google Assistant. Esta é a opinião de Felix Zhang, vice-presidente do departamento de software, parte integrante da divisão de consumo da Huawei.

Assistentes virtuais ou servos digitais?

Em 2018 as assistentes virtuais como a Google Assistant presente no setup do Filipe Alves, mediante a Google Home, é capaz de respostas muito curtas. É frequente ouvir o CEO da 4gnews a perguntar "Hey Google, como está o tempo". Ou a pedir simples comandos para ligar / desligar as luzes. Não é uma companhia, é meramente um servo digital para evitar que nos levantemos da cadeira tantas vezes.

Felix Zhang demonstrou querer proporcionar uma experiência de utilização mais interativa e mais emocional. O responsável máximo pelo desenvolvimento de novo software para os dispositivos Android e demais equipamentos Huawei quer tornar assim a sua utilização mais agradável. Um pouco mais humana numa interpretação abrangente das suas declarações à CNBC.

Será eventualmente implementada nos seus dispositivos Android

Durante uma das reuniões anuais da Huawei em Shenzhen, na China, o futuro seria discutido com a tónica a ser colocada na voz. A fabricante Android já disponibilizou uma assistente por voz no mercado chinês. Neste momento, segundo a Huawei esta alternativa ao Google Assistant já é utilizado por mais de 110 milhões de utilizadores diariamente.

Serviço rival da Google Assistant já é utilizado na China

"Acreditamos que, num futuro próximo, todos os utilizadores vão querer interagir com a assistente virtual. Agora dotada de emoção". O diretor do departamento de software avança ainda que "Esta direção trará também a assistente para os nossos dispositivos Android". Tornando-a útil e acima de tudo, uma função desejada pelos utilizadores.

Temos várias outras fabricantes como a Samsung, a Google com a sua Google Assitant, a Apple e a Microsoft. Todas elas a tentar implementar-se no mercado chinês com as suas assistentes virtuais. O mercado, segundo Felix Zhang, nunca este tão receptivo às assistentes virtuais como agora.

E se a assistente virtual do teu Android conseguisse detectar o teu estado de espírito?

Esta é a premissa que motiva a Huawei a desenvolver o seu motor de inteligência artificial. Atualmente presente nos Kirin 970 que equipam os seus terminais Android de gama alta. Todavia, para já a assistente virtual da Huawei ainda carece de desenvolvimento até que consiga cumprir isto mesmo.

A tecnologia está a ser desenvolvida com o intuito de criar uma experiência mais pessoal, uma "emotion AI". Algo mais ciente do teu estado do espírito do que, por exemplo, uma Google Assistant.

Já em janeiro de 2018 a agência Gartner partilharia um artigo onde explicava o porquê de as assistentes virtuais ainda não terem "conquistado" os mercados. Neste momento, segundo a Gartner este tipo de assistentes e ferramentas ainda carece de um toque "humano". Por outras palavras, algo com que o utilizador, humano, se identifique. Algo que estimule o utilizador a procurar e a dar uso a uma assistente por voz.

Samantha, do filme "Her" será a inspiração para a Huawei

O seu serviço rival da Google Assistant visará tornar esta assistente por voz mais dinâmica. E, acima de tudo, ciente das emoções. Mais ainda, segundo o diretor de software da empresa chinesa, em breve não precisaremos sequer de tocar no nosso dispositivo Android.

Grande parte destes avanços serão publicados em 2019 e aí sim, poderemos aferir o seu potencial.

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Rui Bacelar
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O Rui ajudou a fundar o 4gnews em 2014 e desde então tornou-se especialista em Android. Para além de já contar com mais de 12 mil conteúdos escritos, também espalhou o seu conhecimento em mais de 300 podcasts e dezenas de vídeos e reviews no canal do YouTube.