Depois de ter lançado o Watch Fit 3 e a versão de luxo Space Edition do Watch 4 Pro, a Huawei brinda o mercado com a sua mais recente smartband. A Band 9 chega com um custo humilde, mas com atributos generosos.
Aliás, falta muito pouco a esta smartband para passar à categoria de smartwatch. Algo que também já acontecia com a Band 8. Nas últimas semanas, a nova Huawei Band 9 mediu-me todas as métricas que podia e agora é chegada a altura de partilhar contigo esta experiência.
Design: em equipa que vence não se mexe
Não há grande surpresa neste unboxing. Na caixa estão a smartband, claro, o cabo de carregamento e manuais de instruções. A bem da verdade, também não é preciso mais nada para esta smartband funcionar. Por isso, primeiro ponto feito e sem nada a apontar.
Ao olhar para a Band 9, os seguidores da Huawei reparam que o design é-lhes bastante familiar e têm razão. A marca chinesa manteve o mesmo look da Band 8 até porque em equipa que está a ganhar, não se mexe.
O mostrador mantém o formato retangular esguio, mas com área suficiente para mostrar tudo o que é preciso. Uma moldura em alumínio rodeia todo o ecrã. Não só confere um toque premium como também protege o painel durante a prática de atividade física.
Há várias cores à escolha: branca (tal como o modelo em teste), rosa, azul, amarela e preta. Na realidade, quase que se pode dizer que há uma cor para cada gosto e estilo. Pessoalmente, acho a branca e preta as mais bonitas e práticas, visto que se adequam a qualquer ocasião. Mas por alguma razão desconhecida, a amarela prende-me o olhar… bem, gostos não se discutem, certo?
Leve como uma pena e o conforto do fluoroelastómero
Na balança, a Huawei Band 9 regista singelos 14 gramas e uma espessura de 8,99 milímetros. É então leve como uma pena e, por isso, não atrapalha em nada qualquer sessão de desporto, por muito exigente que esta seja.
Agora vamos falar de uma das novidades: a bracelete em fluoroelastómero. A marca chinesa abandonou a antiga pulseira de TPU para abraçar este novo material que se caracteriza por ser macio, suave, resistente e também pouco ou nada propício a alergias.
Consigo confirmar cada um destes quatro pontos. A bracelete da Band 9 mostrou-se preparada para cada aventura, fazendo-se valer da sua resistência. Por outro lado, com o tempo mais quente não criou uma zona mais húmida no pulso, originada pela transpiração, que fornecesse um local ideal para o desenvolvimento de alergias ou irritações na pele.
Nos períodos de descanso, a suavidade da bracelete faz esquecer o objeto “estranho” que temos no pulso. Mais: o sistema de fecho é também original e muito prático. Uma patilha, também em fluoroelastómero, prende nos furos desta bracelete, fixando a smartband no pulso, sem nenhuma ponta solta, capaz de se prender aos objetos à nossa volta.
Contas feitas, a pulseira em fluoroelastómero é uma novidade muito bem-vinda que se caracteriza pelo conforto que fornece, assim como pela sua funcionalidade. Fixa-se e solta-se facilmente com a utilização de apenas uma mão.
Pelo lado menos positivo, a Huawei Band 9 tem muitos poucos mostradores gratuitos disponíveis – são apenas oito e basta tocar no ecrã durante alguns segundos para chegarmos a estas opções. Há uma boa variedade de escolha, mas para chegar a esta montra mais recheada, o utilizador vai ter de gastar alguns euros extra.
Ecrã com brilho automático
A Huawei também não fez grandes alterações no ecrã e a Band 9 chega com um painel AMOLED de 1,47 polegadas que fornece uma resolução de 368x194 pixéis.
Mas há uma novidade. Agora um sensor de luz ambiente ajusta automaticamente o brilho do ecrã, consoante o local em que o utilizador se encontra.
E este sensor funciona bem. Tanto percebe que está no exterior e com um Sol bonito a iluminar, como entende que dentro de casa, o brilho do ecrã pode ser ajustado mediante requisitos menos exigentes.
Como é possível ver nos exemplos, a visualização de conteúdos no ecrã é sempre boa, sejam quais forem as condições de luminosidade e o mérito deve ser atribuído também a este novo sensor.
De resto, o formato retangular funciona bem no que respeita à leitura de métricas, durante a prática de atividade física. Mas também já funcionava muito bem na antecessora desta Band 9 da Huawei.
Uma interface de exceção
Antes de falar sobre os recursos de saúde e de desporto da Band 9, tenho de falar e bem da interface desta smartband. Trata-se de uma, se não mesmo a melhor, interface de wearables que alguma vez experimentei.
É muito fácil de usar, visto ser tão intuitiva. Um toque no único botão físico dá acesso a todos os recursos. Um deslizar de cima para baixo e temos os ícones das definições, lanterna, entre outros
Deslizando da direita para a esquerda temos acesso imediato a métricas de saúde relevantes na rotina diária, assim como aos exercícios físicos mais praticados de uma forma geral – corrida, caminha, bicicleta.
Simples, fácil e acessível até para o utilizador menos habituado a este tipo de equipamento. É totalmente à prova de principiantes e de qualquer idade.
Ah e o emparelhamento é também muito simples e feito através da tecnologia Bluetooth 5.0 integrada a qualquer smartphone Android 8.0 ou superior ou iOS 13.0 ou posterior.
Na saúde e no desporto
Temos quatro tecnologias integradas neste pequeno wearable que tratam de todas as métricas de saúde e de desporto. A saber: TruSleep 4.0, TruSeen 5.5, TruRelax e TruSport. E como é que estas tecnologias funcionam na prática? Maravilhosamente bem.
Uma das vantagens dos wearables da Huawei é que mostram um gráfico da monitorização contínua que fazem. Basta tocar no ritmo cardíaco e não só sabemos quantos batimentos o nosso coração está a fazer no momento, como vimos um gráfico com as métricas das últimas horas.
O mesmo acontece para a monitorização dos níveis de oxigénio no sangue e stress. A qualquer instante podemos pedir que a Band 9 meça qualquer um destes parâmetros, mas confesso que não sinto essa necessidade. Com um simples toque, tenho logo acesso aos dados pretendidos.
Dados esses que continuam a ser precisos, tal como acontecia com a sua antecessora. Para os utilizadores que gostam de ter a sua saúde “debaixo de olho” esta é a smartband ideal.
Quanto à monitorização do sono, somos informados sobre muitos parâmetros e todos são relevantes. As habituais fases do sono – leve, profundo e REM – são registadas com o período de tempo que cada uma desta durou.
Depois temos também informações sobre a qualidade respiratória, ritmo respiratório, níveis de oxigénio no sangue e o número de vezes que acordámos durante a noite. São dados úteis, sobretudo para os utilizadores que possam sofrer de algum tipo de perturbação, inclusive respiratória.
Para os praticantes de desporto existem mais de 100 modalidades, cada uma das opções com configurações e medições específicas. Mas também há a possibilidade de criar planos de treino personalizados.
Mais dois pontos que fazem esta smartband aproximar-se (e muito) dos smartwatches. A Band 9 é capaz de detetar automaticamente o início de um treino, em primeiro lugar. Em segundo, quando acabamos uma sessão física, esta smartband fica por alguns minutos a medir a frequência cardíaca para depois fazer um relatório de recuperação.
Autonomia de até 14 dias
A Huawei Band 9 tem uma autonomia anunciada de até 14 dias, tal como acontecia no modelo anterior. Mais uma vez, comprovei que a marca chinesa fornece dados que depois são comprovados na utilização real do equipamento.
A fazer monitorização de saúde a título permanente, com algum exercício físico pelo meio, a Band 9 aguentou estes dias e apenas precisou de ser carregada uma vez durante o teste.
Carrega também de forma célere, não tendo ultrapassado os 45 minutos também anunciados pela marca para a bateria chegar aos 100%.
Tal como acontece com a sua antecessora, também a Band 9 carrega através de um sistema magnético de pinos. Mas agora parece estar melhor. Com a Band 8, tinha que fazer alguma ginástica para conseguir a posição ideal para carregar a bateria, aqui não há necessidade de usar o método tentativa-erro.
Basta aproximar o cabo do painel traseiro para que ambos sintam (literalmente) o magnetismo que o une e se coloquem na posição correta para executarem a operação de carregamento. Não consigo perceber o que a Huawei terá melhorado aqui, mas o que interessa é que corrigiu esse pequeno problema.
Notas finais
A Huawei Band 9 merece cinco estrelas. Não só mantém todos os pontos positivos do modelo anterior, como as novidades que traz agora melhoram a experiência de utilização, sem afetarem a excelente relação qualidade/preço que fornece.
O modelo tem um preço de 59 €. Ainda que o custo seja humilde, os recursos, tecnologia e conforto que fornece são de topo. A nova bracelete em fluoroelastómero, o sensor ambiente que ajusta o brilho de ecrã e todo o conjunto rico de recursos para a saúde e desporto podiam justificar um custo mais elevado.
Mas ainda bem que a Huawei apostou em algo diferente: tecnologia com qualidade de topo e recursos em barda, embrulhados num equipamento elegante e discreto que tem um custo de entrada de gama.
A interface funciona mesmo muito bem e confere a sensação de que estamos a interagir com um smartwatch. Todas as métricas de saúde incluídas e alguns “mimos” nos recursos de desporto também nos remetem para um equipamento de categoria mais avançada.
Damos conta de que é uma smartband quando não nos é permitido fazer chamadas ou quando saímos para uma caminhada no exterior e temos de ir com o smartphone, devido à ausência de GPS na Band 9. Exceções feitas, estamos constantemente a olhar para uma smartband com alma de smartwatch que tem um preço em tudo atrativo. A Huawei Band 9 é, para já, a melhor do seu segmento atualmente disponível no mercado.
Huawei Band 9
Dimensões: 43,45x24,86x8,99 mm
Peso: 14 gr (sem bracelete)
Ecrã: AMOLED de 1,47 polegadas
Autonomia: De até 14 dias
Conectividade: Bluetooth 5.0
Compatibilidade: Android e iOS