
Em terras francesas, o mês de outubro registou um aumento expressivo na venda de carros elétricos (VEs). Trata-se de um crescimento que contraria a tendência até aí observada, já que, no resto dos meses, os valores obtidos eram bem mais baixos do que os de 2024.
O crescimento foi bastante acentuado, na ordem dos 63,2%, em comparação com o período homólogo de 2024. A informação oficial foi avançada pelo CCFA (Comité des Constructeurs Français d’Automobiles).
Esta subida fez com que, em outubro de 2025, os carros elétricos representassem 24,4% das vendas globais de automóveis, em França. Note-se que, já em setembro, as vendas de elétricos tinham subido na casa dos 11,2%.
O que justifica este súbito aumento de vendas de VEs em França?
Perante um crescimento tão abrupto, é natural que nos questionemos o que é que esteve na origem disso. Ao que tudo indica, não foi procura natural do consumidor, mas sim o regresso de um programa governamental francês de “leasing social” (via Razão Automóvel).
Essa política terá regressado no final do mês de setembro e permite adquirir um VE a um preço reduzido, sem obrigação de compra no fim do contrato. O objetivo da medida passa por acessibilizar a mobilidade elétrica a famílias com menos poderio económico.
De forma a usufruir deste apoio governamental, as famílias devem ter um rendimento igual ou menor a 16.300 euros e precisar do carro para se deslocarem para o local de trabalho. Ao todo, o governo francês investiu 370 milhões de euros nesta iniciativa.
Em termos práticos, um cidadão francês pode conduzir um carro elétrico, pagando um valor de aluguer mensal a rondar os 140 euros. Note-se que os contratos têm de ter um período mínimo de duração de 3 anos.
Em várias regiões, têm sido dados apoios à aquisição de VEs. Em Portugal, também abriram candidaturas (já preenchidas) em março de 2025, com o mesmo fito, em que o governo português atribuía vouchers destinados à compra de elétricos.
