O Zoom é provavelmente a plataforma de videoconferências (ou videochamadas) mais popular da atualidade, ganhando relevo durante o período pandémico da COVID-19. Foi graças a esta ferramenta que muitos de nós conseguimos continuar a partir de casa neste período tão conturbado da história recente.
Porém, muito à semelhança de outros fenómenos tecnológicos em clima pandémico como a Clubhouse, nem mesmo a Zoom escapa à tendência de regresso ao escritório no mercado laboral.
Zoom chama os trabalhadores de volta ao escritório
Até ao momento a empresa norte-americana dava uma quase total liberdade à massa laboral para trabalhar a partir de casa.
Recentemente, contudo, a empresa sediada em San José, no estado norte-americano da Califórnia terá começado a exigir que os trabalhadores compareçam no escritório.
É uma tendência transversal ao mercado que inicialmente chegou a satirizar, por exemplo, Elon Musk por obrigar os trabalhadores do Twitter a regressar às instalações.
Modalidade de trabalho híbrido passa a imperar na Zoom
Agora, até mesmo a Zoom, figura icónica e representativa do teletrabalho, quer que os trabalhadores que vivam perto de um dos escritórios da empresa marquem presença física pelo menos duas vezes por semana.
A comunicação terá sido feita por uma circular interna, com a missiva a circular entre os trabalhadores por correio eletrónico.
"Acreditamos que uma aproximação híbrida e estruturada seja o mais eficiente para a empresa", referia o dito correio eletrónico, segundo a publicação Business Insider.
A diretiva interna define como zona de proximidade das instalações a área compreendida num raio de 50 milhas, ou cerca de 80 quilómetros dos escritórios da Zoom.
Ironia não passa despercebida à paladina do trabalho remoto
"Como empresa, nós estamos numa melhor posição para usar as nossas tecnologias, continuar a inovar e apoiar os nossos clientes globais", apontava ainda a missa interna. Ou seja, até a Zoom se recusa a deixar os seu trabalhadores a usar o Zoom para trabalhar a partir de casa.
Importa frisar, porém, que esta decisão não é isenta do seu fundamento lógico. Afinal de contas, tal como aponta o académico Nicholas Bloom, professor de economia na Universidade de Stanford citado pelo Washington Post, a empresa é proprietária de vários escritórios.
Como tal, tem despesas correntes com esses mesmos edifícios e instalações, além de ter vários trabalhadores locais. Por isso, há fundamento neste regresso ao escritório, ainda que a ironia de tal decisão seja ainda mais compreensível dada a natureza do negócio.
Gradual regresso ao escritório sem rejeitar o Teletrabalho
"Vamos aprender com o nosso passado e definir os nossos objetivos para alcançar o sucesso daqui em diante, além de redobrar esforços para ajudar o Zoom a melhorar e preparar-se para o amanhã", apontou o responsável da Zoom no email interno.
Importa frisar que apesar da sua alta popularidade, nem mesmo a Zoom ficou aquém das dificuldades sentidas no mercado tecnológico. Com efeito, em fevereiro último, a empresa norte-americana teve que colocar cerca de 15% da sua massa laboral em lay off face às condições económicas globais adversas.
Por outro lado, os gestores e dirigentes está a enfrentar alguma resistência por parte dos trabalhadores, sobretudo no regresso íntegro ao escritório. Ou seja, não está a ser fácil implementar novamente a jornada de trabalho de 40 horas (5 dias) semanais no escritório da empresa.
Perante tal realidade, o trabalho híbrido é uma das modalidades mais recorrentes no tecido empresarial e laboral norte-americano. Ainda assim, a taxa de ocupação dos escritórios continua abaixo dos níveis pré-pandemia em 10 das maiores áreas metropolitanas nos Estados Unidos da América no passado mês de julho.
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