O segmento das bicicletas elétricas ganhou uma integrante diferente com a Fiido C21. Esta bicicleta elétrica chegou ao mercado com um aspeto discreto e com pneus de gravel, que a tornam apta para estrada e alguma gravilha.
Mas como será que se comporta? Testei a Fiido C21 durante duas semanas e neste artigo trago-te a minha análise a uma bicicleta elétrica leve e ágil, mas que tem os seus compromissos. Abaixo confere todos os detalhes.
Principais características da Fiido C21
- Ecrã: IPS com certificação IP67
- Sensor de torque: Mivice S200
- Torque: 40 Nm
- Motor: 250 W
- Bateria: 208,8 Wh
- Autonomia prometida: até 80 km
- Carregamento: até 3 horas
- Sistema de travagem: hidráulico
- Velocidades: L-TWOO de 9 velocidades
- Iluminação: frontal e traseira
- Peso: 17,5 kg
- Carga: até 120 kg
- Ligação: app Fiido Cycling e relógio Fiido Mate
- Na caixa: bicicleta, pedais, luz traseira e frontal, ecrã, guarda-lamas, carregador e manual de instruções
Unboxing e montagem
Na caixa da Fiido C21 encontras tudo o que precisas para começar a usar a tua nova bicicleta elétrica. Esta vem desmontada em parte, mas é um processo que deverá demorar em torno de 30 minutos a realizar. Mesmo que não tenhas muita experiência.
Após desembalares tudo, podes começar por montar a roda frontal e o guiador seguido do ecrã. Segue-se a montagem dos pedais, da luz frontal e traseira e dos para-lamas (se os quiseres colocar). E além da campainha que funciona com a parte elétrica também vem na caixa uma campainha tradicional.
No fundo, traz todos os acessórios que precisas. Antes de a usares pela primeira vez é aconselhável que faças um carregamento completo. Depois basta ligá-la no botão situado no fundo do quadro, ligar o ecrã e seguir caminho.
Perfil aerodinâmico e pneus gravel
A construção desta Fiido C21 é um dos seus pontos fortes. A parte frontal tem um perfil aerodinâmico, que te vai ajudar a conduzir em momentos mais difíceis como situações com vento. Os acabamentos gerais são muito bons e nota-se a qualidade de construção a que a marca já nos habituou noutros modelos nesta faixa de preço.
O facto de termos pneus de tipo gravel faz com que esta bicicleta se torne mais versátil. Embora tenha um uso privilegiado para alcatrão, poderás usá-la em terrenos mais difíceis com alguma gravilha sem grandes compromissos. Embora, claro, por vezes, possas sentir falta de uma suspensão.
Design e leveza fazem com que nem pareça elétrica
O design da Fiido C21 é claramente direcionado para a cidade. A verdade é que, à primeira vista, podemos olhar para ela e nem notar que se trata de uma bicicleta elétrica. A quase inexistência de cabos visíveis e a bateria embutida no quadro são escolhas que privilegiam o uso diário em cidade, mas que acabam por ajudar bastante no peso.
Esse peso acaba por ser outro dos grandes atrativos deste modelo. Na versão “step over” de tamanho M são 17,5 kg. Este peso torna-a mais fácil de transportar, se necessário. E também ajuda na condução da mesma. De realçar que se fores um utilizador acima de 1,75 m, talvez a melhor opção seja a versão de tamanho L.
Tem mais potência do que parece
Para quem gosta de conduzir em cidade, esta bicicleta elétrica é um verdadeiro prazer. Chega com um motor que a marca afirma ser de 250 W, mas que parece ser bem acima disso. Isto porque, apesar de eu ser um utilizador leve (cerca de 60 kg), esta nunca me apresentou dificuldades em subidas mais íngremes. Subidas essas onde modelos de 250 W normalmente suam.
O facto de termos sensor de torque torna toda a experiência mais premium. Isto significa que, ao invés do habitual delay de modelos mais baratos, a assistência entra em ação mal começas a pedalar. O que em situações como semáforos é simplesmente vital.
O sistema de travagem com travões hidráulicos de 160 mm fornece-nos travagem de qualidade que está lá para qualquer emergência. É daquelas bicicletas em que podemos confiar na hora da travagem. O sistema de 9 mudanças também está para atuar da melhor forma se necessitares de aumentar ou diminuir a intensidade da condução.
Por falar em condução, podes alternar entre 5 modos que vão dos 0 aos 25 km/h. Embora seja necessário mencionar que com um simples toque longo num dos botões a podes “desbloquear” e esta passar a dar-te assistência até 32/33 km/h.
Mas deves ter em conta que legalmente só podes ter assistência até 25 km/h. Além disso, esse modo também vai fazer com que autonomia da Fiido C21 desça consideravelmente. A verdade é que só senti necessidade de o usar se estivesse com mais pressa.
A partir dessa velocidade o motor para de atuar, mas nada te impede de continuar a pedalar. Aliás, este é o tipo de bicicleta que a descer ou em linha reta consegues usar sem problemas com a parte elétrica desligada, dada a sua leveza. É bom realçar que o motor é bastante silencioso.
Vem com um selim bastante simples e que pode não ser o mais confortável para longos períodos de uso. No meu caso optei por usar a capa que tenho com espuma de memória e não senti qualquer desconforto durante a utilização.
À noite também não terás grandes problemas em ver e ser visto. À frente temos uma luz que poderás ligar automaticamente sempre que ligas a bicicleta. Esta proporciona boa visibilidade em condições de pouca luz.
Atrás tens uma luz que carrega por USB-C e por isso não está ligada diretamente à eletricidade da bicicleta. Mas esta tem sensor de movimento, que permite que se desligue quando não a estejas a usar e ligue quando a estás a usar.
Autonomia decente e bateria embutida
A autonomia estimada pela marca é de 80 km. Mas como sempre, sabemos que a realidade é outra. E para uma bateria deste tamanho e com o peso da bicicleta nem seria de esperar outra coisa. Realisticamente aponto para uma autonomia entre os 40 e os 45 km.
Mas a autonomia, como sempre, depende de muitos fatores. Do peso do utilizador, da meteorologia ou do tipo de trajeto que vais fazer. Em alguns casos, pode até fazer sentido adquirir o extensor de autonomia que podes acoplar no quadro e passar a ter o dobro da autonomia, segundo a marca.
Este é interessante, porque o podes levar contigo para carregar em casa se não tiveres bateria. Isto porque a bateria está embutida no quadro e a sua remoção não é algo que a marca aconselhe, a não ser que a precises de a substituir. O carregamento é, na verdade, bastante rápido. Segundo os números da marca consegues carregá-la na totalidade em cerca de 3 horas. E os meus testes demonstram que esses números estão certos.
Ecrã versátil e de qualidade
No ecrã dispomos de dois modos. O principal mostra-te a velocidade atual, o modo de 1 a 5 e o nível da bateria de 1 a 5. No segundo menu tens mais informação, mas em formato mais pequeno. Lá consegues ver a bateria, a velocidade atual, tempo de viagem, velocidade máxima, odómetro e velocidade média.
Este é um ecrã interessante em termos estéticos e é bastante funcional. No menu onde temos os números maiores consegues vê-lo sem grandes problemas com luz do sol mais intensa. Mas no segundo ecrã podes ter algumas dificuldades. Será ideal para usares apenas quando queres consultar mais informação.
Os controlos do ecrã podem ser feitos nos botões situados por baixo do mesmo, onde também podes controlar os modos de condução e ligar/desligar a bicicleta. Mas ao lado do punho direito tens também a possibilidade de alternar entre modos e ativar a campainha.
Um bom complemento a esta utilização pode ser a app Fiido Cycling que te confere mais detalhes sobre a mesma e te dá a possibilidade de bloquear ou desbloquear. Mas pela minha utilização, vejo esta app como um complemento e não uma obrigatoriedade.
Conclusão - bicicleta de cidade quase perfeita
Se procuras uma bicicleta de cidade com capacidade para aguentar alguns pisos mais difíceis graças aos pneus de gravel, a Fiido C21 pode ser a bicicleta que estavas à procura. Tem boa qualidade de construção e um design aerodinâmico e prático para a utilização diária.
Dispõe de uma potência surpreendente para os 250 W do motor, visto que não se negou a quaisquer subidas íngremes que enfrentei. O sensor de torque dá-nos uma experiência de leveza durante a condução sem qualquer atraso na assistência.
É o tipo de experiência em que parece que não estás a usar uma bicicleta elétrica, mas é quando voltas a uma bicicleta tradicional que dás conta de que afinal a eletricidade estava lá e não deste conta. Ah, e o sistema de travagem hidráulico confere bastante segurança na utilização assim como as luzes frontal e traseira.
Nem tudo é perfeito. A autonomia prometida de 80 km será apenas conseguida em condições ideais, sendo que deves esperar algo mais perto dos 40 km. Mas parece-me aceitável o compromisso tendo em conta o peso. E caso queiras algo mais, a marca vende um extensor de bateria que dobra a autonomia por mais 189 €.
O que pode ser aborrecido para quem more num prédio sem elevador e não tenha garagem é que a bateria não é removível. Por isso, é algo que deves ter em atenção. Se tiveres local para a carregar, como uma garagem ou no emprego, isso deixa de ser um problema. É claro, às vezes sentimos a falta uma suspensão, mas isso adicionaria peso e tiraria aerodinâmica.
Está disponível em verde e cinzento nas versões M e L no site da Fiido. O preço habitual é de 1799 €, mas à data de escrita encontra-la com um preço simplesmente apetecível para o que fornece: 1199 € (valor pode variar no futuro).
A Fiido C21 traz a experiência de gravel para as bicicletas elétricas com um toque de inovação e a potência e peso certos. Se tiveres em conta os prós e os contras, esta é uma bicicleta que leva seguramente o nosso selo de aprovação.
Pontos fortes da Fiido C21
- Bom compromisso entre peso, funcionalidade e aerodinâmica
- Pneus de estilo gravel que a tornam boa para pisos mais difíceis
- Boa potência para enfrentar algumas subidas mais íngremes
- Sensor de torque proporciona experiência de condução leve
- Parece uma bicicleta convencional
Pontos a melhorar da Fiido C21
- Bateria não é removível
- Às vezes sentimos falta de suspensão
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