Desconfiança nos produtos recondicionados deve-se à falta de regras claras

Carlos Oliveira
Carlos Oliveira
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Existem várias lojas em Portugal que vendem produtos (smartphones, computadores, consolas, etc.) recondicionados. Não falamos de produtos em segunda mão ou semi novos, mas de equipamentos verificados e reparados pelas marcas / lojas.

Contudo, este é um tipo de compra a que os portugueses têm algum receio de aderir. Tal como refere a DECO, esta desconfiança está muito relacionada com a falta de transparência das entidades que se dedicam a esta prática.

DECO pede regras mais claras para os produtos recondicionados

Numa investigação da DECO em conjunto com as agências de defesa do consumidor de Espanha, Itália e Bélgia, concluiu-se que o problema não é apenas nosso. A ausência de uma legislação europeia para regular esta atividade potencia a ambiguidade.

smartphones

Por exemplo, os equipamentos recondicionados em Portugal têm o mesmo período de garantia de um equipamento novo, ou seja, três anos. Contudo, na Espanha, Itália e Bélgica as regras são distintas, já que alguns tratam estes produtos como bens em segunda mão.

Olhando novamente para a realidade nacional, existe também uma falta de padronização nas categorias destes produtos. Ou seja, em Portugal é o vendedor que classifica os seus equipamentos e isso leva a que, por vezes, haja diversas interpretações para a mesma condição.

Nesse sentido, a DECO alerta para a necessidade de construir um sistema de classificação universal. Este deve ser suportado por uma legislação robusta que garanta que todos os intervenientes sigam as mesmas regras e orientações.

A associação de defesa do consumidor alerta ainda para a necessidade de informação mais transparente nos pontos de venda de produtos recondicionados. Nesses locais deveriam ser disponibilizados detalhes sobre as reparações e peças substituídas, bem como informação sobre a entidade que realizou esse processo.

As atualizações deveriam ser uma preocupação das marcas

Outro ponto que contribuiria para dar mais confiança aos consumidores neste tipo de produtos é as atualizações. Uma vez mais, a falta de compromisso das marcas com este tema contribui para a insegurança dos consumidores.

Ultimamente vimos muitas marcas a prolongar o período de atualizações dos seus smartphones. Contudo, nada referem se esse período inclui o prolongamento proporcionado por um recondicionamento.

Em suma, a ambiguidade que se encontra neste nicho de mercado é talvez o principal entrave ao seu crescimento. Nesse sentido, seria de grande importância para todos que as regras desta atividade fossem mais claras.

Carlos Oliveira
Carlos Oliveira
No 4gnews desde 2015, escreve e acompanha as últimas tendências, sobretudo smartphones, para que os leitores estejam sempre bem informados.