Desconfiança nos produtos recondicionados deve-se à falta de regras claras

Existem várias lojas em Portugal que vendem produtos (smartphones, computadores, consolas, etc.) recondicionados. Não falamos de produtos em segunda mão ou semi novos, mas de equipamentos verificados e reparados pelas marcas / lojas.

Contudo, este é um tipo de compra a que os portugueses têm algum receio de aderir. Tal como refere a DECO, esta desconfiança está muito relacionada com a falta de transparência das entidades que se dedicam a esta prática.

DECO pede regras mais claras para os produtos recondicionados

Numa investigação da DECO em conjunto com as agências de defesa do consumidor de Espanha, Itália e Bélgia, concluiu-se que o problema não é apenas nosso. A ausência de uma legislação europeia para regular esta atividade potencia a ambiguidade.

smartphones

Por exemplo, os equipamentos recondicionados em Portugal têm o mesmo período de garantia de um equipamento novo, ou seja, três anos. Contudo, na Espanha, Itália e Bélgica as regras são distintas, já que alguns tratam estes produtos como bens em segunda mão.

Olhando novamente para a realidade nacional, existe também uma falta de padronização nas categorias destes produtos. Ou seja, em Portugal é o vendedor que classifica os seus equipamentos e isso leva a que, por vezes, haja diversas interpretações para a mesma condição.

Nesse sentido, a DECO alerta para a necessidade de construir um sistema de classificação universal. Este deve ser suportado por uma legislação robusta que garanta que todos os intervenientes sigam as mesmas regras e orientações.

A associação de defesa do consumidor alerta ainda para a necessidade de informação mais transparente nos pontos de venda de produtos recondicionados. Nesses locais deveriam ser disponibilizados detalhes sobre as reparações e peças substituídas, bem como informação sobre a entidade que realizou esse processo.

As atualizações deveriam ser uma preocupação das marcas

Outro ponto que contribuiria para dar mais confiança aos consumidores neste tipo de produtos é as atualizações. Uma vez mais, a falta de compromisso das marcas com este tema contribui para a insegurança dos consumidores.

Ultimamente vimos muitas marcas a prolongar o período de atualizações dos seus smartphones. Contudo, nada referem se esse período inclui o prolongamento proporcionado por um recondicionamento.

Em suma, a ambiguidade que se encontra neste nicho de mercado é talvez o principal entrave ao seu crescimento. Nesse sentido, seria de grande importância para todos que as regras desta atividade fossem mais claras.

Carlos Oliveira
Carlos Oliveira
No 4gnews desde 2015, escreve e acompanha as últimas tendências, sobretudo smartphones, para que os leitores estejam sempre bem informados.