Ainda que tal fosse expectável por esta altura - após dois anos sem apresentar novos smartphones - não deixa de ser uma notícia triste para o mercado tecnológico. A BQ, fabricante espanhola de smartphones Android chega ao fim após o fiasco no Vietname.
Em causa está um passivo milionário, mais concretamente, 41 milhões de euros em prejuízos e dívidas levam ao encerramento da atividade da empresa. Recordamos que em 2019 a BQ foi adquirida pelo consórcio vietnamita Vingroup com vista à entrada no mercado de smartphones. Agora, está a negociar com a LG a aquisição de todo ou parte do seu segmento mobile.
O inevitável fim da marca espanhola de smartphones BQ
A possibilidade de vermos novos smartphones BQ a chegar ao mercado é agora infinitamente menor, com a empresa vietnamita a tentar chegar a um acordo com a LG. Após vários meses de problemas, discussões entre acionistas e os gestores da outrora grande fabricante espanhola, o futuro da BQ é negro. É altamente improvável que a empresa vietnamita invista mais na espanhola.
Recordamos que esta fabricante ibérica chegou a ser avaliada em 200 milhões de euros, acumulando bons lançamentos de smartphones acessíveis, com boa relação preço / qualidade e vários modelos de impressoras 3D, além dos Zowi, os robôs lúdicos.
Mais ainda, chegamos a ter vários tablets BQ e e-readers com bastante sucesso e boa receção no mercado espanhol e português, com o portefólio de produtos a incluir mais itens.
Dívidas de 40,9 milhões motivam o processo de insolvência da BQ
Atualmente a marca está enterrada em dívidas que arrastam consigo o sonho de uma fabricante ibérica. Era uma das poucas empresas que desenvolvia os próprios telefones e software. Uma das poucas que também tinha o seu próprio centro de pesquisa e desenvolvimento na vizinha Espanha.
A notícia é avançada pela publicação LaInformación, que dá conta da liquidação da empresa. Com efeito, a liquidação já transitou em julgado nos órgãos competentes de Madrid, declarando-se o estado de insolvência da BQ, fruto de uma dívida de 40,9 milhões de euros.
A BQ tem dívidas consideráveis com os antigos colaboradores, fornecedores e entidades bancárias. Perante tal cenário financeiro não terá restado outra opção a não ser a insolvência e consequente liquidação do património remanescente.
A dona da empresa, a Vingroup nunca revelou os relatórios fiscais da BQ até ao momento, por norma um mau sinal. Entre 2019 e 2021 a fabricante não lançou novos produtos e as derrapagens sucessivas no departamento fiscal ditam agora o seu fim.
O advento das fabricantes chinesas como a Xiaomi e várias outras marcas low-cost estará por detrás da erosão da quota de mercado da BQ. A madrilena cai assim tal como a HTC, Sony, Blackberry e outros nomes outrora sonantes no mercado mobile.
Por fim, é possível que a BQ seja dividida em vários setores durante o processo de liquidação, com alguns destes a poderem ser recuperados. De qualquer modo, este é o fim da marca tal como a conhecemos ao longo da última década.
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