
No meio do turbilhão tecnológico que promete virar o mercado de trabalho, Bill Gates apontou o caminho. Segundo o cofundador da Microsoft, há três profissões que não só vão sobreviver à era da inteligência artificial, como também se vão tornar ainda mais cruciais.
Num texto recente publicado no seu portal GatesNotes, o filantropo explicou porque é que esses profissionais específicos terão um papel central no futuro da sociedade. Num momento em que a automatização pode vir a substituir uma fatia significativa das tarefas rotineiras, Gates aponta estes campos pela sua complexidade, impacto social e capacidade de adaptação.
1. Programação: porque é que a codificação é mais importante do que nunca?
A programação já é, nas palavras de Gates, uma nova forma de linguagem global. É a linguagem que estrutura tudo: comunicações, transportes, saúde, educação. E mesmo que a IA consiga escrever código, continua a precisar de orientação humana.
“Embora a IA possa escrever código, continua a precisar de supervisão humana especializada para se desenvolver corretamente”, afirmou Gates.
Mas não se trata apenas de escrever linhas de código. Os programadores estão na linha da frente para ajustar, refinar e guiar os sistemas de IA — inclusive aqueles que têm o potencial de automatizar outras profissões.
Ou seja, programar não é só criar tecnologia: é garantir que ela funciona como deve ser e que não escapa ao controlo humano.
2. Biologia: a ciência do nosso tempo
Se há uma área onde os algoritmos ainda não conseguem chegar sozinhos, é a biologia. E Gates está atento a isso. Num mundo onde a edição genética, a biotecnologia e a medicina personalizada estão a avançar rapidamente, compreender o corpo humano tornou-se uma competência inegociável.
Pandemias, doenças neurodegenerativas e novos vírus estão entre as previsões de Gates para os desafios médicos do futuro. E nenhuma IA, por mais potente que seja, consegue substituir o conhecimento profundo e a capacidade de interpretação crítica de um cientista nesta área.
A biologia, segundo Gates, será uma das chaves para resolver os grandes problemas médicos do futuro.
3. Energia: inovação em estado puro
Num planeta a lidar com os efeitos da crise climática, os especialistas em energia vão ter cada vez mais protagonismo. Desde a captura de carbono até ao desenvolvimento do hidrogénio verde, as soluções energéticas sustentáveis estão a tornar-se o coração da inovação global.
Aqui, a IA até pode ajudar a modelar cenários ou a prever consumos, mas a conceção, manutenção e adaptação de sistemas energéticos complexos continua a exigir mentes humanas capazes de pensar de forma integrada e agir com responsabilidade. Para Gates, esta é uma das áreas mais promissoras para quem quer deixar marca nas próximas décadas.
Uma escolha pessoal — e um sinal de alerta
Gates foi claro: se começasse hoje a sua carreira do zero, escolheria um destes três caminhos. Não apenas por serem resistentes à substituição por IA, mas porque cada um deles combina procura crescente, impacto direto na sociedade e um forte sentido de missão. “Transformar o mundo” deixou de ser uma frase feita, passou a ser uma responsabilidade.
O Business Standard reforça esta perspetiva, sublinhando que estas três áreas continuam a crescer de forma sustentada, mesmo com a rápida automatização de outros sectores. Além disso, os empregos ligados à biologia, energia e tecnologia tendem a oferecer melhores salários e condições de trabalho acima da média.
A mensagem é clara: no mundo da IA, há espaço para talento humano, mas será preciso estar do lado certo da equação. Para quem está a pensar no futuro, ou a tentar protegê-lo, estas áreas merecem atenção imediata.
Via: National Geographic
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