
A Apple demorou, mas finalmente fê-lo. Os AirPods Max, os seus auscultadores de luxo que custam uns impressionantes 579 € (ou 529 € na Powerplanet), receberam a atualização que a União Europeia "sugeriu" e que todos os utilizadores pediam: uma porta USB-C, como nos AirPods Pro 3. A má notícia? Foi só isso que mudou.
O design, os materiais, o som e, infelizmente, a bolsa bizarra mantêm-se rigorosamente iguais. Depois de duas semanas com eles na cabeça, posso dizer-te onde é que esta atualização de 2025 acerta em cheio e onde é que continua a falhar.
| Característica | Detalhe |
|---|---|
| Conetividade sem fios | Bluetooth 5.3 |
| Conetividade com fios | USB-C (para carregamento e áudio Lossless) |
| Cancelamento de ruído | Sim, com modo transparência |
| Áudio espacial | Com seguimento dinâmico de cabeça |
| Bateria | Até 20 horas (com ANC e áudio espacial ligados |
A experiência de utilização: som de luxo com os contras do costume
Design, controlo e (falta de) portabilidade
Ao tirares os AirPods Max da caixa, a sensação de produto "premium" é imediata. A construção em alumínio anodizado e aço inoxidável é fria ao toque, robusta e grita qualidade. Mas isto tem um custo e chama-se peso de 384g. São uns auscultadores pesados, e embora a banda de cabeça em malha distribua bem a pressão, sentes que os tens na cabeça, algo que não acontece tanto com os rivais da Sony ou Bose, que são mais leves e feitos de plástico.

Os controlos físicos são, sem dúvida, o ponto mais alto do design. A Digital Crown (importada do Apple Watch) para controlar o volume e a reprodução é simplesmente o melhor e mais intuitivo método de controlo que já usei nuns auscultadores (não admira que a Nothing tenha feito algo semelhante nos Headphone (1) que testámos).
O botão dedicado para alternar entre ANC e transparência também é perfeito. Mas o que continua a faltar é um simples botão de ligar/desligar ou a entrada de jack 3,5 mm Os AirPods Max nunca se desligam de verdade; entram num modo de baixo consumo após uns minutos parados, ou imediatamente quando os colocas na sua infame "Smart Case".

E que falemos da "bolsa". Esta espécie de pochete/sutiã continua a ser o pior acessório alguma vez feito para um produto de 579 €. Não protege nada, deixando o arco de malha totalmente exposto a tudo o que tenhas na mochila. E como os auscultadores não dobram, arrumá-los para uma viagem pode ser um pesadelo logístico. O melhor detalhe no design são as almofadas magnéticas, que são incrivelmente fáceis de tirar para limpar ou caso haja necessidade de troca.
O rei da transparência e mestre do silêncio
Onde a Apple continua a ficar à frente de toda a concorrência é no modo transparência. É tão bom, tão natural e com latência zero, que te esqueces que estás com auscultadores. Parece que o som ambiente está a passar diretamente pelos teus ouvidos, sem qualquer ruído robótico.

O cancelamento ativo de ruído (ANC) também está entre os melhores. Coloca-os na cabeça e o barulho de um escritório, comboio ou avião é reduzido a um sussurro distante. Colocam-se perfeitamente ao lado dos Sony WH-1000XM6 e dos Bose QuietComfort Ultra Headphones 2 na eficácia em criar uma bolha de silêncio.
De realçar que, embora não sejam uns headphones direcionados para chamadas, fazem um bom trabalho neste campo. Conseguimos que o interlocutor nos oiça com definição, mesmo em locais mais barulhentos. Não serão para uso exclusivo de chamadas, mas cumprem muito bem.

Qualidade de som e ecossistema: a gaiola dourada
O som é de grande qualidade. É cristalino, perfeitamente equilibrado e com uma separação de instrumentos fantástica. O áudio espacial com seguimento dinâmico da cabeça continua a ser a melhor implementação desta tecnologia para ver filmes num iPad ou Apple TV.
A nova porta USB-C traz uma vantagem para os audiófilos. Podes finalmente ouvir áudio Lossless (Sem Perdas), preservando cada detalhe da gravação, mas só se os ligares por cabo a um dispositivo compatível (como um iPhone 17 ou Mac recente). E agora os "ses".

Se és utilizador Android, metade da magia desaparece. Perdes a ligação automática, o áudio espacial e qualquer tipo de controlo avançado. São apenas uns bons (e ridiculamente caros) auscultadores Bluetooth e melhores para Android. A Apple também teima em não te dar um equalizador manual; ficas refém da "equalização adaptativa". As novas funções de IA do iOS 26, como a tradução, ainda não funcionam em português.
Bateria: Boa, mas não é a melhor
A bateria é um dos pontos a ter em consideração. As 20 horas prometidas pela Apple (com ANC e Áudio Espacial ligados) são decentes e na realidade podes esperar algo mais perto das 18 horas. Mas a concorrência direta da Sony e da Bose já anda nas 30 horas ou mais. É uma diferença significativa. O carregamento rápido (5 minutos de carga dá-te cerca de 1 hora e meia de música).

Para quem são os AirPods Max (USB-C)?
- Para quem vive (e está totalmente preso) no ecossistema Apple (iPhone, iPad, Mac);
- Para quem valoriza o melhor e mais natural modo transparência do mercado;
- Para quem quer uma qualidade de construção de luxo e não se importa com o peso ou a falta de portabilidade;
- Para quem vê muitos filmes e séries em dispositivos Apple (o áudio espacial é excelente);
- Não é para ti se... usas Android, se o teu orçamento é inferior a 500 €, ou se viajas muito e precisas que os teus auscultadores dobrem e fiquem protegidos.
Vale a pena o upgrade?
Vamos ser muito diretos. Se já tens os AirPods Max com a porta Lightning, a resposta é um rotundo não. A troca por USB-C e a adição de áudio Lossless por cabo não justificam, de todo, o investimento. A não ser que a funcionalidade de áudio sem perdas seja absolutamente essencial para o teu trabalho, não há rigorosamente mais nada de novo aqui.

Conclusão
Os AirPods Max com USB-C são uma atualização preguiçosa, mas necessária. Continuam a ser uns auscultadores de luxo, com um som muito bom e o melhor modo transparência do mercado. Mas também mantêm todos os defeitos do original. Ou seja, a bolsa ridícula, a falta de um botão de ligar, o peso e a autonomia que já foi ultrapassada.
Se vives no mundo Apple e o dinheiro não é problema, continuam a ser uma compra fantástica. Mas por 579 € (ou menos, em promoção), a concorrência oferece mais bateria e portabilidade por menos dinheiro.
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