Ambos os sistemas operativos enviam informações mesmo com o dispositivo desligado, ou acabado de sair da caixa. O fenómeno ocorre em ambas as plataformas, Android e iOS, em média a cada 5 minutos de acordo com um novo estudo.
Levado a cabo pelo investigador académico Douglas Leith do Trinity College na Irlanda e já contestado pela Google devido aos métodos usados, o estudo analisou ambos os sistemas operativos. As conclusões são preocupantes, não surpreendentes.
O Android recolhe e envia 20 vezes mais dados do que o iOS
O investidor aponta que imediatamente após tirar o telefone da caixa e fazer o primeiro boot, a primeira inicialização do equipamento, este começa a enviar informações para as respetivas casas-mãe. Seja para a Google ou para a Apple, ambos os fazem.
Esta comunicação ocorre em média a cada 4-5 minutos mesmo que dispositivo Android e iOS estejam em standby.
Esta foi a primeira conclusão apontada por Leith. Mesmo com um mínimo de configuração do telefone, tanto os dispositivos Android como iOS recolhem informações do utilizador e enviam-nas para as respetivas sedes. Isto sem estar a usar o telefone.
Mais preocupante é a segunda ilação apurada pelo investigador. Os telefones / tablets Android e iOS recolhem e enviam para a Google e para a Apple, respetivamente, vários dados e identificadores dos dispositivos e respetivo utilizador. A saber:
- IMEI do equipamento
- Número de série do dispositivo
- Número de série do cartão SIM
Sublinhamos que estas informações são enviadas para as tecnológicas mesmo que o utilizador tenha recusado a sua partilha.
A Google recolhe mais informações do que a Apple no seus iPhone e iPad
O "apetite insaciável" por informação atinge volumes alarmantes no Android. Ao comparar este fenómeno nos hemisférios Android e iOS em vários estágios e cenários com dispositivos móveis, Leith revela a quantidade de dados colhidos pelas empresas.
Os dispositivos Android recolhem cerca de 3,6 MB em dados que em seguida enviam para a Google. Por oposição, os dispositivos da Apple como o iPhone e iPad, recolhem cerca de 42 kb de informação que enviam para a gigante de Cupertino.
Leith testou esta recolha e upload de informações em diferentes cenários, a saber:
- Imediatamente após uma Reposição de Fábrica
- Com e sem cartão SIM
- Quando o dispositivo estava em standby
- Quando o ecrã das Definições era visualizado
- Quando a localização estava ativada / desativada
- Quando o utilizador se registava na loja de aplicações predefinida
- Outros cenários
Os testes foram efetuados num smartphone Google Pixel 2 com o sistema operativo Android 10 e num iPhone 8 com o sistema operativo iOS 13.6.1. Mais ainda, o iPhone tinha permisões de jailbreak com o exploit Checkm8.
O apetite insaciável por informação
Ao escalar as suas medições para todos os dispositivos Android e iOS ativos nos Estados Unidos da América, as métricas são impressionantes. A Google recolherá cerca de 1,3 TB de informação a cada 12 horas, enquanto o iOS recolhe 5,8 GB.
Entretanto, a Google já reagiu ao estudo refutando as suas conclusões. Em declarações à publicação Ars Technica a gigante tecnológica questiona os métodos usados pelo investigador.
"De acordo com a nossa pesquisa, estas conclusões estão bastante erradas no que à magnitude diz respeito. Já expressamos a nossa preocupação com a metodologia usada com o pesquisador antes da publicação do estudo", aponta a Google.
O estudo pode ser consultado através do respetivo portal académico, em formato PDF.
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