As operadoras Telia, DNA e Elisa, três das maiores operadoras de telecomunicações da Finlândia suspenderam as vendas de smartphones Xiaomi no seu mercado. É, de momento, um dos maiores problemas da marca liderada por Lei Jun na Europa.
Estando já a trabalhar na atualização com o Android 14 para os seus smartphones, já disponível em versão beta para três modelos, a Xiaomi está agora a braços com um novo problema neste importante mercado ocidental.
Xiaomi continua presente na Rússia, algo não tolerado pela Finlândia
As novidades foram avançadas primeiramente pela publicação GSMArena, com base nas informações apontadas pelos meios de comunicação locais da Finlândia. Segundo a peça, as três principais operadoras suspenderam as vendas dos smartphones Xiaomi, bem como das suas subsidiárias, Redmi e POCO, a título de exemplo.
"As principais operadoras de telecomunicações da Finlândia acabam de retirar os dispositivos Xiaomi dos seus catálogos, em jeito de resposta à presença da fabricante de Haidian na Rússia enquanto não se resolver o conflito armado na Ucrânia."
As fontes em apreço, ao interpelar as principais operadoras de telecomunicações do país - Telia, DNA e Elisa - já fizeram saber que esta medida é uma resposta direta à presença da Xiaomi na Rússia.
Nesse sentido, enquanto durar o conflito armado na Ucrânia, os produtos da fabricante com sede na China não serão vendidos neste importante mercado da Europa.
Os três operadoras de telecomunicações afirmaram que, assim que o stock de produtos findar, deixarão de trabalhar com a fabricante sediada na China.
Presença nas cadeias de retalho também sob ameaça na Finlândia
Para já, contudo, os equipamentos da Xiaomi continuam a ser vendidos através das cadeias de retalho Gigantti e Verkkokauppa. Já segundo os seus dirigentes, a União Europeia não proíbe explicitamente a venda de dispositivos da marca Xiaomi.
Importa frisar que a Agência Nacional de Prevenção da Corrupção, órgão da Ucrânia, classificou no início de 2023 a Xiaomi como um "patrocinador intencional da guerra". É, muito provavelmente, uma das piores classificações que qualquer marca pode ter.
Em suma, dada a sua contínua presença no mercado da Rússia, no qual se vê agora com menos concorrentes, a Xiaomi (e outras fabricantes da China) têm uma posição privilegiada junto dos consumidores. Porém, na Europa podem ser antagonizadas.
Finlândia é a mais recente integrante da NATO
Em abril de 2023 a Finlândia aderia formalmente à NATO e, devido à sua extrema proximidade (fronteiriça) com a Rússia, a organização do Atlântico Norte está naturalmente mais vigilante.
Disto isto, não é propriamente uma surpresa ver a Finlândia a tomar esta forte posição de mercado para se afastar de tudo quanto esteja associado à sua vizinha hegemónica.
Resta saber, porém, se esta mesma decisão no seio da Finlândia pode agora causar ondas de choque junto de toda a União Europeia.
Poderá a próxima vertente do conflito passar, ainda mais, pelas tensões de mercado, colocando as fabricantes da China? É uma tese perfeitamente plausível.
Por outras palavras, poderá a posição finlandesa levar a que mais países europeus sigam o mesmo curso de ação? É, de momento, uma forte possibilidade dado o crescente ressentimento anti-russo face à agressão armada que se recusa a parar.
Recordamos que é na Finlândia onde Lei Jun conta com um centro de investigação e desenvolvimento situado no campus de tecnologia da Universidade de Tampere.
Por fim, lembramos que a Xiaomi se prepara para apresentar a gama Xiaomi 13T no coração da Europa, em Berlim, capital da Alemanha no próximo dia 26 de setembro.
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