Worldcoin: a criptomoeda que já é ilegal em Espanha

Luís Guedes
Luís Guedes
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Ultimamente, tem-se falado muito sobre a Worldcoin, empresa que faz scan da íris de pessoas, recolhendo dados biométricos das mesmas. Não muito longe daqui, em Espanha, qualquer ação da marca passou a ser considerada “ilegal”, em todo o território do país.

A ordem foi dada pela Agência Espanhola de Proteção de Dados (AEPD). Recorde-se que a empresa em questão começou a fazer este tipo de scan, em vários países, entre os quais Portugal. Em troca da íris digitalizada, a recompensa dada pela marca era feita em criptomoedas. Fazendo a conversão, daria cerca de 70€.

A AEPD já havia recebido queixas

Com o aliciamento financeiro, a iniciativa tem tido adesão de muitas pessoas, em vários países. Ainda assim, tal como refere a CNN, a AEPD já havia anunciado, no dia 20 de fevereiro, que tinha começado uma investigação à Worldcoin, depois de receber quatro queixas.

O assunto tem gerado alguma controvérsia, um pouco por todo o lado, no entanto a empresa argumenta que todas as informações recolhidas permanecem anónimas. A Worldcoin garante, ainda, que todas as pessoas têm o controlo dos seus próprios dados.

De qualquer forma, a AEPD preferiu jogar pelo seguro. Tanto assim é que, tal como referido anteriormente, a atividade da empresa em Espanha está suspensa. A Agência Espanhola de Proteção de Dados encontra-se em fase de investigação, tal como refere a mesma fonte de informação.

Se a Worldcoin continuar em Espanha, pode pagar multa de 20 milhões de euros

Íris Worldcoin Dados Biométricos
Imagem Ilustrativa (via Pexels)

No nosso país vizinho, a Worldcoin arrisca-se a pagar multas bastante avultadas, se prosseguir, ilegalmente, com a recolha de dados. Ao todo, espera-se que as sanções possam chegar aos 20 milhões de euros. Posto isto, a ordem é clara: bloquear toda a informação obtida, até ao momento, em Espanha. Neste caso, isso representa cerca de 400.000 pessoas.

Em relação às queixas recebidas, a presidente da AEPD, Mar España, refere que estas mencionavam, por exemplo, que havia menores de idade a oferecerem os seus dados. Para além disso, uma das queixas alertava para o facto de que não era possível voltar atrás no consentimento dado à Worldcoin.

Embora a situação seja preocupante, a AEPD apela à tranquilidade

A AEPD viu a ação como necessário e imprescindível, tanto é que se não a tomasse “privaria as pessoas da proteção a que têm direito”. A suspensão surge na tentativa de reparar danos “potencialmente irreparáveis”.

Ainda que a situação gere algum desconforto, Mar España apela à tranquilidade por parte de todos os que fizeram scan da sua própria íris. A representante da AEPD reforça que tudo será feito para manter a segurança de todos, garantindo que os dados não são usados de forma indevida.

Luís Guedes
Luís Guedes
É apaixonado pela escrita. Desde tecnologia, a entretenimento, passando sempre pela música e pelos livros, o Luís é fascinado por tornar o complexo em simples e o simples em ainda mais simples.