
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos (CAO) terá dado ordem para bloquear o WhatsApp de todos os dispositivos governamentais.
A medida, que terá sido comunicada internamente esta semana, enquadra-se numa série de restrições que têm visado aplicações consideradas arriscadas e a decisão já gerou polémica. A Meta, dona do WhatsApp, respondeu de imediato e com firmeza.
Câmara considera WhatsApp um “risco elevado” para a segurança
Conforme avançou a página Engaged, a decisão partiu do diretor administrativo da Câmara dos Representantes (CAO). Ele terá enviado um e-mail a informar todos os funcionários de que o WhatsApp — incluindo as versões móvel, de secretária e web — deixaria de ser permitido em dispositivos geridos pela Câmara.
A ordem aplica-se, portanto, a qualquer equipamento fornecido pelo governo aos seus trabalhadores. Segundo o e-mail obtido pelo Axios, “o Gabinete de Segurança Cibernética considerou o WhatsApp um risco elevado para os utilizadores devido à falta de transparência na forma como protege os dados dos utilizadores, à ausência de encriptação dos dados armazenados e aos potenciais riscos de segurança envolvidos com a sua utilização”.
Em alternativa, o CAO recomendou o uso de outras plataformas de comunicação como Microsoft Teams, Wickr, Signal, iMessage e FaceTime, que fazem parte da lista de aplicações aprovadas. A mensagem também alertou os funcionários do Congresso para estarem atentos a possíveis tentativas de phishing.
Meta responde: “Discordamos nos termos mais firmes possíveis”
A resposta da Meta à decisão foi rápida e direta. Andy Stone, porta-voz da empresa, escreveu no X:
“Discordamos da caracterização do Diretor Administrativo da Câmara nos termos mais firmes possíveis. Sabemos que os deputados e as suas equipas usam o WhatsApp regularmente e estamos ansiosos por garantir que os deputados possam juntar-se aos seus colegas do Senado para o fazer oficialmente”.
Stone também destacou que as mensagens no WhatsApp são encriptadas de ponta a ponta por defeito, o que significa que “apenas os destinatários, e nem mesmo o WhatsApp, as podem ver”. E fez questão de sublinhar que esta forma de proteção “é um nível de segurança mais elevado do que a maioria das aplicações da lista aprovada pelo CAO, que não oferecem essa proteção”.
Proibição junta-se a outras medidas contra apps de risco
A decisão sobre o WhatsApp não é caso isolado. O CAO tem vindo a impor restrições a várias plataformas consideradas de risco elevado para a cibersegurança. Entre os alvos recentes estão o ChatGPT, o TikTok, o DeepSeek e até o Microsoft Copilot, todos já bloqueados em dispositivos do Congresso por preocupações semelhantes.
Vários departamentos federais e estados norte-americanos também têm seguido essa linha, principalmente no que toca a aplicações com funções de IA generativa ou com ligações pouco claras a países estrangeiros.
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