Os fornecedores de IPTV Pirata continuam a providenciar o acesso a canais premium por valores quase simbólicos face aos convencionais pacotes de TV das operadoras nacionais, motivando um aumento pela procura destas soluções ilegais.
Em Portugal isto faz-se sentir de forma gravosa, mas não somos caso único. Aliás, é uma tendência que só cresceu durante a pandemia COVID-19, mas que desperta também a atenção e ação das forças de segurança que atuam em sentido contrário.
O flagelo da IPTV Pirata é extremamente popular
Mais recentemente, no Reino Unido, a polícia está a enviar avisos a mais de 7 mil residentes que terão aderido à subscrição de IPTV Pirata, cientes ou não que incorriam em ilegalidade. O caso foi noticiado pelos meios de comunicação britânicos a 14 de dezembro.
A ação foi tomada após a detenção de um homem de 28 anos no condado de Lancashire no verão passado e cuja subsequente investigação revelou uma enorme rede de IPTV Pirata controlada pelo mesmo a partir da sua casa.
Com efeito, as plataformas de IPTV Pirata são bastante populares no Reino Unido, sobretudo para obter acesso a canais pagos de futebol, entre outros conteúdos. O preço baixo é, invariavelmente, o motivo para a adesão a este meio ilegal.
A polícia britânica aperta o controlo à IPTV
A 25 de junho último a polícia fez uma ação de revista da casa em Bucley Road na zona noroeste de Londres, resultando na detenção do homem de 28 anos e no arresto de vários bens. Entre estes contam-se dois carros de gama alta (na imagem), bem como vários equipamentos, bases de dados e tecnologia utilizada na criação e distribuição dos streams ilegais.
A isto somam-se outros bens móveis, além de mais de 17 mil libras em Bitcoin de acordo com as informações divulgadas. Já segundo a publicação torrentfreak, o detido era responsável pela plataforma Nort West IPTV.
Seguindo o curso das investigações, entre junho último e a presente data, a polícia identificou os mais de 7 mil subscritores residentes no país e está agora a contar os mesmos. Esta ação foi anunciada recentemente pelas forças de segurança.
A rede North West IPTV está a ser desmantelada
"Mais de 7 mil residentes estarão a usar um serviço de streaming de IPTV ilegal, estando já a receber avisos a partir desta semana", avançou a polícia de Lancashire. "A nossa unidade de ciber-crime está a fazer chegar avisos aos subscritores do serviço de IPTV que permite aos utilizadores assistir a canais premium por uma taxa de subscrição reduzida.", acrescentam em conunicado.
Agora, os utilizadores serão incentivados a desistir do serviço, denotando que estão a cometer um crime. Note-se que naquele país o enquadramento legal prevê uma pena máxima de até 5 anos de encarceramento e/ou uma multa.
O contacto - com o aviso oficial - é feito através de email e de envio postal (carta) para a morada registada.
Para já sem prossecução legal aos utilizadores
A polícia de Lancashire afirmou que, de momento, não encontraram provas de infração à lei por parte dos alegados subscritores da North West IPTV, nem dos seus revendedores. No entanto, afirmam que a investigação está em curso, seguindo as informações colhidas a partir da base de dados de "clientes" do serviço.
As forças de segurança chegam a dizer que alguns utilizadores podem nem saber que tal se trata de uma infração à lei. Mas, mesmo assim, estão a cometer um crime. Dito isto, a polícia promete apertar o certo a este tipo de práticas ilegais no Reino Unido.
De igual modo, também na União Europeia vemos um maior controlo a ser pedido por várias entidades. Não será tarefa fácil para o legislador europeu, nem para as forças de segurança, mas certo é que o mercado digital será mais regulado daqui em diante com o Digital Services Act e Digital Markets Act avançados recentemente pela Comissão Europeia.
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