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Tesla acusada de enganar clientes dos carros elétricos com conta-quilómetros adulterados

Bruno Coelho
Bruno Coelho
Tempo de leitura: 3 min.

Uma acusação potencialmente importante foi lançada contra a Tesla nos Estados Unidos. De acordo com notícias avançadas por meios como o The Huffington Post, foi apresentada uma proposta de ação judicial coletiva (o chamado "class action lawsuit") na Califórnia.

Esta alega que a fabricante liderada por Elon Musk anda a manipular de forma fraudulenta as leituras dos odómetros (conta-quilómetros) nos seus carros elétricos. O objetivo será o de fazer parecer que os veículos percorreram mais quilómetros do que na realidade, para assim evitar ou reduzir as suas responsabilidades de reparação ao abrigo das garantias que têm limite de quilometragem.

Processo liderado por proprietário de um Tesla Model Y de 2020

O processo judicial é encabeçado por um residente da Califórnia, proprietário de um Tesla Model Y de 2020 (comprado em segunda mão). Este queixoso afirma ter detetado "padrões peculiares" na forma como os quilómetros se acumulavam no seu carro, especialmente depois de ter começado a visitar um centro de reparações da Tesla em fevereiro de 2023.

tesla

Alega que, apesar de manter uma rotina de condução consistente que, por estimativas generosas, não deveria ultrapassar os 32 km diários (20 milhas), a média registada pelo conta-quilómetros do carro disparou para uns impressionantes 116 km por dia (72,35 milhas).

Este pico na quilometragem coincidiu, convenientemente segundo a queixa, com a aproximação do fim da garantia básica do veículo (4 anos ou 80 000 km / 50 000 milhas). O resultado foi a garantia expirar "bem antes do previsto", com a Tesla a recusar-se a efetuar mais reparações gratuitas a partir desse momento.

Como seria possível manipular a quilometragem

A grande questão é como seria possível manipular a quilometragem. A ação judicial argumenta que a chave está no sistema de conta-quilómetros da Tesla. Ao contrário dos sistemas mecânicos ou baseados em sensores de rotação das rodas mais tradicionais, o processo alega que a leitura do odómetro da Tesla não deriva de uma medição física direta, mas sim de estimativas complexas.

Estas estimativas seriam calculadas por algoritmos preditivos, dados de consumo de energia do veículo e análise dos padrões de condução. Segundo a queixa, esta dependência de algoritmos permite à Tesla, ou inflacionar deliberadamente as distâncias percorridas, ou, no mínimo, ignorar ou tolerar imprecisões significativas que acabam por lhe ser financeiramente vantajosas.

Existem mais queixas online

O queixoso principal não estará sozinho nesta batalha legal. O processo alega que este não é um incidente isolado e refere a existência de numerosas queixas online de outros proprietários de veículos Tesla que descrevem discrepâncias semelhantes e inexplicáveis nos seus odómetros, muitas vezes também notadas perto do fim do período de garantia.

A motivação alegada pela ação judicial é puramente financeira. Ao encurtar artificialmente a duração efetiva da garantia (em termos de quilometragem), a Tesla reduz as suas obrigações e custos com reparações, força os clientes a pagar por reparações mais cedo e pode até aumentar as vendas das suas próprias garantias estendidas.

Para já, esta ação judicial coletiva proposta vai representar todos os residentes da Califórnia que compraram um Tesla (novo ou usado) para uso pessoal ou familiar. É importante sublinhar que estas são, nesta fase, alegações apresentadas formalmente num processo em tribunal nos EUA. A Tesla ainda não terá respondido publicamente a estas acusações específicas, e o caso terá agora de seguir os seus trâmites legais para se apurar a veracidade e as potenciais consequências.

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Bruno Coelho
Bruno Coelho
Está na 4gnews desde 2017, onde dá asas à sua paixão por escrever sobre as novidades tecnológicas. Durante esse período já fez mais de 100 reviews e marcou presença em alguns dos grandes eventos tecnológicos, como a Mobile World Congress e IFA.