A rede social Telegram volta a estar no meio de um ‘furacão mediático’, mais uma vez devido à presença de conteúdos de cariz sexual e criminoso na sua plataforma, mas agora na Coreia do Sul.
De acordo com informações da autoridade sul-coreana das Comunicações (Korean Communication Standards Commission – KCSC), a empresa acaba de retirar 25 vídeos que retratavam crimes sexuais e pediu desculpas públicas pela presença desses conteúdos.
No entanto, a mesma entidade expressa dúvidas sobre se esta comunicação indica uma nova estratégia do Telegram em relação à solução rápida para este tipo de situações, incluindo a disponibilização de canais de comunicação diretos para receber as queixas.
Crise de deepfakes
"A declaração sobre a posição do Telegram, solicitada por países de todo o mundo, está muito voltada para o futuro, e assumimos que, ao reconhecer a seriedade do incidente recente do nosso país e mostrar claramente vontade em cooperar, abrirá o caminho para resolver a situação atual", referiu em comunicado a Comissão sul-coreana.
Segundo um artigo publicado pelo The Register, a referência à ‘situação atual’ no comunicado da KCSC refere-se não só às razões que levaram à detenção do responsável-máximo da empresa, Pavel Durov, mas também às declarações recentes do Presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol.
Numa reunião governamental o Presidente alertou para uma ‘crise de deepfakes’ que está a assolar o país, com materiais ‘revoltantes’ que são acedidos num grupo do Telegram com mais de 220 mil membros.
"A Coreia do Sul enfrenta uma epidemia de crimes sexuais digitais, centenas de mulheres e meninas alvos de imagens sexuais deepfake partilhadas online" detalhou a Human Rights Watch ao The Register, afirmando que as ações que a Coreia do Sul está agora a tomar são tardias “e um tanto simbólicas”.
Para já desconhece-se se as ações do Telegram na Coreia do Sul terão também seguimento noutros países.