Somos "vítimas" de esquemas do Spotify? Há queixas a dizer que sim

Luís Guedes
Luís Guedes
Tempo de leitura: 2 min.

No mundo da música, são frequentes os casos em que ouvimos queixas relativas ao Spotify. Desde o utilizador aos artistas, a plataforma gera, por vezes, alguma controvérsia, e pelos vistos voltou a fazê-lo.

Tanto assim é que a National Music Publishers Association (NMPA), associação de editoras americanas, solicitou à Federal Trade Comission (FTC) que estudasse a idoneidade da adição de conteúdos em audiobook.

A FTC acredita que o Spotify está a tentar enganar os consumidores

De acordo com a Engadget, a própria FTC concluiu que os últimos movimentos do Spotify enquadram-se numa espécie de “esquema para aumentar os lucros enganando os consumidores e enganando o sistema de royalties da música”.

Posto isto, é importante recuarmos um bocadinho no tempo. Neste caso, até novembro de 2023, quando o Spotify anunciou que ia ter 15 horas de conteúdo audiobook para assinantes Premium.

Pouco depois deste anúncio, a plataforma lançou uma assinatura nova de audiobooks, em que oferecia as mesmas horas de conteúdo por pouco menos de 10€. O que tem gerado alguma revolta na organização dos editores é os clientes serem cobrados pelo que não pediram.

Basicamente, o que preocupa a NMPA é que o aumento de preços do Spotify Premium se deve a este recurso indesejado por muitos. A alternativa seria voltar para o modo gratuito, perdendo muitas das regalias pelas quais quiseram mudar de plano.

Spotify

O excedente de receita não tem ido para os criadores, segundo a queixa

O que ainda gera mais indignação junto da NMPA é o facto deste lucro extra não ir diretamente para quem merece: os criadores. Antes pelo contrário, a reclamação da FTC e da NMPA sugere que o Spotify pagará menos 140 milhões de euros em royalties.

Por tudo isto, a NMPA considera que a adição de audiobooks é apenas “uma farsa”. Nesta espécie de ratoeira que a associação identifica, a mesma preocupa-se com a forma questionável como o Spotify tem vendido os audiobooks.

Face às queixas, o Spotify referiu à mesma fonte que não faz nada que não seja feito na indústria. “Notificamos os utilizadores com um mês de antecedência sobre qualquer aumento de preço e oferecemos cancelamentos fáceis, bem como vários planos para eles considerarem” - escreveu a empresa.

Assim sendo, o Spotify mostra-se firme na rejeição às acusações da NMPA e promete continuar a oferecer um “valor incrível” aos utilizadores. De qualquer forma, não é a primeira vez que vemos o Spotify debaixo dos holofotes, por causa de questões menos positivas.

Luís Guedes
Luís Guedes
É apaixonado pela escrita. Desde tecnologia, a entretenimento, passando sempre pela música e pelos livros, o Luís é fascinado por tornar o complexo em simples e o simples em ainda mais simples.