Independentemente de quem tenha razão o caso é nada menos que hilariante. A Signal, uma das melhores alternativas ao WhatsApp, afirmando-se como tal após a infeliz atualização à política de privacidade desta última, choca agora com a gigante Facebook.
Temos na Signal um sinónimo de privacidade, de plataforma de comunicações que pouquíssimos dados recolhe sobre o utilizador. O grupo Facebook, pelo contrário, é o exato oposto, sendo um autêntico sorvedouro de dados, métricas e detalhes dos utilizadores.
A Signal tirou partido da plataforma de publicidade do Facebook para partilhar a sua mensagem de privacidade e respeito pelo utilizador
O que é que acontece quando a Signal tira partido da plataforma de anúncios e publicidade do Facebook? Bom, a plataforma de mensagens rival acabou por ser bloqueada pela empresa de Mark Zuckerberg após algumas publicações pagas no Instagram.
Tirando partido desta possibilidade nas plataformas do grupo Facebook, os responsáveis da Signal lançaram uma campanha de marketing deveras inspirada. O objetivo? Mostrar ao utilizador exatamente o porquê de estar a ver essa mesma publicidade.
A Signal quis ilustrar o grau de precisão com que o grupo Facebook consegue perfilar um utilizador. Note-se que cada publicação é extremamente detalhada com base nos indicadores colhidos pela empresa de Mark Zuckerberg para rastrear os utilizadores.
Através de mensagens educadas, a Signal quis mostrar o que é colhido pelo Facebook
Ainda assim a conta de anunciante da Signal terá sido bloqueada pelo Facebook, com os anúncios a serem removido do Instagram, plataforma onde chegaram a ser apresentados. Note-se, a destacado, os elementos e identificadores em cada mensagem.
Face ao sucedido, a Signal deu a conhecer o caso através do seu blog oficial. Aí insinua também que esta ação foi uma campanha de sensibilização para tirar partido e exemplificar o tipo de informações colhidas, detidas e processadas pela gigante Facebook.
Recorrendo a anúncios personalizados, a Signal criou vários chavões, várias frases que espelhavam essas mesmas categorias que o Facebook "vigia", partilhando a campanha no Instagram. Tudo com base na perfilagem (rastreamento) do utilizador.
O Facebook terá removido os anúncios do Instagram e bloqueado a conta da Signal
No que lhe concerne o Facebook foi rápido a reagir pela mão do porta-voz Joe Osborne através do Twitter. Aí, o responsável nega as acusações de bloqueio e desativação da conta de anunciante da Signal, afirmando que a campanha nunca foi ativada.
De acordo com o porta-voz do Facebook, as capturas de ecrã partilhadas pela Signal aferem-se a uma campanha prévia, de março último, data em que a conta da Signal foi efetivamente suspensa por falta de pagamento.
Em seguida podemos ver a sucessão dos eventos e troca de acusações entre ambas as plataformas. Independentemente de quem tenha razão, o tipo de anúncios que foram publicados no Instagram estão bastante originais. Já os motivos e data de suspensão da conta de anunciante da Signal são alvo de debate.
Em síntese e sem olhar a razões ou argumentos sine qua non, certo é que o Facebook não quer que os utilizadores se apercebam do quanto este sabe sobre quem o usa. A rastreação e perfilação dos utilizadores é a sua principal fonte de receita, sendo, portanto, um valor a preservar a todo o custo.
Algo que também nos traz à contínua e crescente tensão com a Apple e os avisos de privacidade no iOS. A empresa de Cupertino continua a sua cruzada contra a "caça" a todo o custo por informações e detalhes dos utilizadores por parte da Facebook.
Esta última disputa é hilariante, mas toca em vários assuntos sérios.
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