As construtoras de smartphones, Android ou iOS, querem sempre encontrar novas maneiras de surpreender o público. Para tal, a aposta na qualidade fotográfica tem sido uma constante deste os smartphones chegaram ao mercado. E até mesmo antes, com os telemóveis. Agora, estamos prestes a conhecer os Samsung Galaxy S9 e um dos seus novos "truques", a abertura variável para a câmara fotográfica.
Com efeito, agora que os sensores duplos já não são a última moda, das marca procuram novas formas para se diferenciarem. Seja através do software processamento da imagem (Google Pixel 2) ou da introdução de novas lentes. Este ano, os Samsung Galaxy S9 querem surpreender os fotógrafos com um novo "truque".
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De acordo com a última fuga de informação onde ficamos a conhecer a "caixa" dos Samsung Galaxy S9, vimos uma clara referência ao departamento fotográfico. Uma única câmara com resolução de 12MP, até aqui nada de extraordinário. Contudo, esta mesma câmara apresentava dois valores de abertura focal, f/1.5 e f/2.4.
Samsung Galaxy S9 e a sua câmara fotográfica
Na altura chegamos a pensar de que se tratariam de dois sensores, ambos com 12MP e com aberturas diferentes. Entretanto novas fontes como a W2018.
A abertura focal de uma câmara fotográfica refere-se ao tamanho da abertura através da qual a luz atravessa a lente. Luz que chegará ao sensor fotográfico. Quanto maior for a abertura, maior será a quantidade "bruta" de luz a entrar e iluminar o sensor. Este valor é quantificado em valores (frações) de "f". Quanto menor for a fração, maior será a abertura.
Por exemplo, uma abertura de f/1.5 é muito maior do que uma abertura de f/2.4. Nos Samsung Galaxy S9 teremos a possibilidade de alternar entre dois valores de abertura focal. Algo que permitirá todo um novo universo de possibilidades para a fotografia. Não só através de um bom software de processamento de imagem mas também através de processos mecânicos/ físicos.
Note-se que as câmaras dos smartphones possuem sensores incrivelmente mais pequenos do que as câmaras fotográficas profissionais ou DSLR's. Desta forma, aumentar e melhorar a forma como a luz chega aos seus pequenos sensores é de extrema importância para toda e qualquer construtora. Sobretudo em condições de baixa luminosidade, ainda não encontrei um smartphone que não apresentasse falhas nessas circunstâncias.
Encontrando o valor perfeito de "f"
Imagens desfocadas. Imagens com grão (ruído digital). Imagens imprestáveis a não ser para as redes sociais. Para tentar minimizar este problema nos Samsung Galaxy S9 a marca sul-coreana quer implementar uma abertura focal bem generosa. Contudo, esta também não é desprovida de inconvenientes.
Caso o Samsung Galaxy S9 traga uma abertura focal de f/1.5 isto significaria que tão grande abertura resultaria em imagens pouco nítidas, com arestas demasiado suaves, aberração cromática, distorção e outros artefactos. Ter uma grande abertura focal é ótimo para quando precisamos de capturar o máximo de luz possível. Ou então quando queremos desfocar o objecto central. Contudo, não é de todo ideal para quando queremos uma imagem repleta de detalhe, uma imagem crispy.
Já para não falar de que uma câmara com abertura focal grande e fixa resultaria em imagens com uma exposição aberrante. Um dia de sol, na praia ou na neve e as tuas imagens seriam um simples clarão branco. Pois bem, então como poderá o Samsung Galaxy S9 ter o melhor de dois mundos? Limitar a entrada de luz quando esta abunda e aproveitar todos os lumens quando esta escasseia?
Baixa vs alta profundidade de campo
A poderia passar pelo ISO (aumentar este valor aumenta a sensibilidade do sensor à luz). Contudo, mesmo nas DSLR, um ISO acima de 800 já apresenta ruído digital e nunca é a solução ideal. Tudo isto para chegarmos à abertura variável. Algo que pode ser explicado com recurso ao vídeo no final do artigo. Aí, temos uma lente primitiva no qual a abertura é controlada através da inserção de anéis na câmara. Cada um como uma f/stop diferente.
Abertura variável, o trunfo dos Samsung Galaxy S9
Temos que tocar ainda nas relações entre abertura, distância focal e profundidade de campo. Uma vez que os sensores nos smartphones estão extremamente próximos da lente o campo de visão e a profundidade de campo não só propriamente baixos. Contudo, nos últimos anos temos visto uma incrível atração pelo efeito de fundo desfocado. Em suma, o efeito bokeh. (Para quem gostar, o vídeo no final do artigo é um hino ao bokeh).
Até mesmo o Samsung Galaxy S9 deverá proporcionar um efeito bokeh. É o que "todos" queremos num smartphone hoje em dia. Isso ou um pouco de zoom como a Apple e a OnePlus chegaram a fazer. Ambos com processos mecânicos e não com recurso ao digital - total no caso da Apple e parcial no caso da OnePlus.
Abertura variável em funcionamento
Agora, para o Samsung Galaxy S9 veremos a introdução de uma abertura variável. Um processo inteiramente mecânico que já vimos no W2018. Smartphone com uma lâminas microscópicas que vão controlar a abertura focal da câmara. Grande abertura quando a luz escassear ou quando o utilizador quiser criar um efeito de desfoque real. Abertura reduzida quando a luz abundar ou o utilizador quiser pormenores e arestas bem definidas.
Será uma nova era para a fotografia com smartphone. A introdução de uma abertura variável permitirá aos Samsung Galaxy S9 alternar entre os valores de f/1.5 e de f/2.4. Não sabemos porque é que a marca terá optado por estes dois valores. Contudo, serão apenas estes os valores da abertura variável.
Assim que os Samsung Galaxy S9 nos chegarem às mãos poderemos verificar o funcionamento deste sistema de abertura variável. O Samsung Galaxy S9 pode alternar automaticamente entre ambas as aberturas com base na luz que chega ao sensor, a comando / pedido do utilizador. Ou até mesmo através de um mecanismo de inteligência artificial.
Parece efetivamente uma boa ideia, pelo menos no papel, mas funcionará no dia-a-dia.