A nova série premium da Samsung acaba de chegar às prateleiras das lojas de todo o mundo e a equipa 4gnews teve oportunidade de testar cada um dos modelos. Para mim, ficou reservado o Galaxy S23+. A escolha era óbvia porque sempre senti algum ceticismo quanto a este tipo de modelos.
Afinal, tem exatamente as mesmas especificações que o modelo base. A diferença está no tamanho. Desafiei-me a provar se estaria certa ou errada quanto a este sentimento sobre os modelos Plus e o novo Galaxy mostrou-me que efetivamente o tamanho pode fazer toda a diferença.
Convido-te agora a ler a minha partilha desta aventura com um modelo Plus que, “alerta spoiler", arrisca-se a ser um dos melhores atualmente disponíveis no mercado.
Unboxing e a primeira surpresa agradável
O Galaxy S23+ chegou-me numa discreta e muito elegante caixa negra que, desde logo, remete para um design premium. E aberta a caixa, as expetativas não são goradas. O modelo oferece a primeira surpresa bastante agradável: o seu design.
Com cantos e laterais ligeiramente arredondados, o Plus é muito fácil de retirar da caixa ou de qualquer superfície onde esteja acomodado. É um pormenor de design que o torna num modelo bastante funcional e de fácil manuseamento.
Depois há o painel traseiro, agradável ao toque, mas um pouco escorregadio, o que nos faz pensar em possíveis quedas. Mas o tom pálido metalizado que conquista o olhar, rapidamente nos faz esquecer este possível percalço.
A configuração de câmara traseira não tem um módulo a rodear os sensores e, no que diz respeito ao design, esse é mais um ponto a favor. O modelo não tem uma “ilha” que perturbe a harmonia das linhas simples e elegantes que se conjugam na perfeição.
Depois temos os temas e fundos disponíveis que vão desde um discreto fundo metalizado a um mais ostensivo e animado com abelhas à mistura. Conselho: os fundos discretos acabam por fornecer melhor visualização e leitura dos ícones do que outros temas mais “animados”, digamos.
Quanto à sua construção que não haja enganos: é robusta e confere confiança suficiente ao utilizador para este pensar que o smartphone vai acompanhá-lo em todas as aventuras e que terá longevidade no tempo.
O glorioso ecrã Plus
Um dos argumentos de compra dos modelos Plus é exatamente o seu ecrã maior que o dos compactos. Aqui temos um painel AMOLED de 6,6 polegadas que fornece uma resolução Full HD+. Na minha opinião, este ecrã apenas tem um problema menor: a sua taxa de atualização entre os 48 e 120 Hz.
Nas tarefas diárias, esta taxa não vai influenciar a experiência de visualização. Também não afeta – ou pelo menos, na minha experiência não afetou – os jogos e os vídeos que visualizei. Mas quem está habituado a uma taxa de atualização variável entre os 1 e 120 Hz, vai notar a diferença. Tal como disse, este é um problema menor que não influencia o que realmente interessa.
E o que realmente interessa é que este é um glorioso ecrã Plus. O pequeno furo que aloja a câmara frontal não ocupa espaço suficiente para atrapalhar qualquer conteúdo visualizado neste ecrã. Seja em modo jogo ou filme, o furo passa completamente despercebido e temos uma área de visualização, arrisco-me a dizer, total.
O brilho adaptativo vem definido de fábrica e facilita a vida e a saúde ocular do utilizador. Aliás, o Galaxy S23+ dispõe do modo escudo de conforto ocular que irá evitar a fadiga visual. Pessoalmente, não aprecio este tipo de solução porque coloca o ecrã com uma tonalidade mais amarela que não me convence. Mas este modo funciona, uma vez que se sente menos a intensidade da luz do ecrã nos olhos.
Por fim, as 6,6 polegadas permitem que se veja qualquer tipo de conteúdo neste ecrã. As legendas não ficam minúsculas e as imagens têm espaço suficiente para serem exibidas com detalhe e nitidez.
Este é um dos argumentos de compra dos modelos com ecrãs maiores e o Galaxy S23+ não só vai seduzir os habituais e fiéis utilizadores deste tipo de smartphones, como poderá conquistar novos utilizadores tão céticos quanto eu.
Leitor de impressões digitais caprichoso
O Galaxy S23+ tem o leitor de impressões digitais embutido no ecrã. A posição pareceu-me fantástica e nunca precisei de deslocar um dedo para acertar no local exato, brilhantemente assinalado com uma impressão digital. E foi fácil acertar no ponto certo, quer o ecrã estivesse na horizontal ou na vertical.
Mas… não há bela sem senão. E, neste caso, o senão é o facto de este leitor ser um pouco caprichoso e nem sempre reconhecer a impressão digital. Aqui há espaço para melhorar. Bem sei que é apenas um pormenor, mas quando se avaliam modelos topo de gama, os pormenores também contam. Ainda que neste caso, conte pouco, visto que não atrapalha a experiência fantástica que o ecrã proporciona.
Qualidade sonora foi a segunda surpresa
E claro que para acompanhar a boa imagem que este Galaxy S23+ fornece precisamos de uma qualidade sonora à mesma altura. E o novo Plus não desilude. A coluna oferece um som surpreendentemente bom.
E essa qualidade sonora faz-se sentir nos vídeos/filmes, na reprodução de uma playlist de música e também nas chamadas em alta-voz.
Esta foi inclusive a segunda surpresa que o modelo me proporcionou. Cheguei inclusive a dispensar a minha coluna portátil e os auriculares para ouvir música diretamente do Galaxy S23+. No entanto, no volume máximo perde-se um pouco o detalhe e a nitidez, mas de resto porta-se muito bem com qualquer género musical ou ação de filme.
O melhor desempenho no universo Android
O Galaxy S23+, à semelhança dos outros modelos da série, é alimentado pelo processador Snapdragon 8 Gen 2. Ou melhor, por uma versão personalizada deste chip para a plataforma Galaxy e a sua performance mostra que é o “cérebro” ideal para o modelo.
O seu desempenho é rápido e fluido em qualquer tipo de tarefa, como pouco se vê no universo Android. Outro ponto importante é que não sofre de sobreaquecimento. O terminal pouco ou nada aquece com as tarefas mais exigentes. O Galaxy S23+ prova, sem margem para dúvidas, que a Qualcomm resolveu o problema de “mãos quentes” das gerações Snapdragon anteriores.
O modelo que testei apresenta 8 GB de memória RAM e 256 GB de armazenamento UFS 4.0. Este último atributo contribui também para a rapidez do terminal, é preciso não esquecer.
E não posso deixar de frisar que finalmente a Europa tem direito a receber um modelo Galaxy S equipado com um processador Qualcomm e não Exynos. Esta foi uma das melhores decisões da Samsung, na minha humilde opinião.
O processador Exynos, proprietário da marca, poderia não fornecer o desempenho e eficiência energética que este chip Snapdragon personalizado oferece. Os testes de benchmark comprovam o desempenho poderoso deste chip, mas quando o utilizamos no nosso dia a dia comprovamos que seja qual for a tarefa, profissional ou de entretenimento, o S23+ responde rápido e eficazmente ao pretendido.
Não se engasga, não demora e com prazer exigimos mais, ao que o modelo responde sempre bem. Neste ponto específico, pontuação máxima para o Galaxy S23+ que pode ser o melhor modelo Plus de sempre… pelo menos, até chegar o Galaxy S24+.
Interface: o calcanhar de Aquiles do Galaxy S23+
O Galaxy S23+ apresenta a interface One UI 5.1 e este é o “calcanhar de Aquiles” do terminal. Não é uma má interface, mas para apresentar um ecrã limpo de ícones, acaba por obrigar o utilizador a andar à procura das opções e funcionalidades.
Por outro lado, traz demasiadas aplicações pré-instaladas. Da Microsoft são quatro e da Google são 11 aplicações. Acrescente-se ainda as aplicações da própria Samsung. Claro que algumas podem ser desinstaladas, mas ainda assim há necessidade de dar esse trabalho ao utilizador?
No entanto, saliente-se que a interface oferece uma boa experiência de navegação. Para utilizadores fora do universo Samsung pode requerer algum tempo de habituação, mas assim que tal acontece, tudo corre bem e acabamos por nos acostumar a estes caprichos. Note-se também que esta interface apresenta já alguma evolução face à sua antecessora, o que também é um ponto a favor.
Câmara: não é Ultra, mas tem um desempenho fantástico
No Galaxy S23+ não temos o mega sensor de 200 megapixéis, esse é um recurso exclusivo do Ultra. Na configuração de câmara traseira, o modelo traz um sensor primário de 50 megapixéis, um ultra grande angular de 12 megapixéis e um sensor telefoto com 10 megapixéis e zoom ótico de 3x.
Mas o desempenho é efetivamente muito bom. Seja na captura de imagens durante o dia, a gerir a exposição solar, seja à noite, com o desafio das luzes e arrasto. Tirei duas fotografias da mesma paisagem, uma de dia e outra à noite, e à primeira tentativa fiquei satisfeita com o bom resultado.
O arrasto das luzes é mínimo no ambiente noturno, assim como a luz solar também não atrapalha a qualidade. Depois brinquei com o zoom e, mesmo levado ao máximo, a imagem tem qualidade. Não é fantástica, mas consegue captar bem o objeto – no caso, um prédio – que está a uma distância considerável.
O Galaxy S23+ prova que a Samsung sabe que a câmara é um dos recursos mais utilizados pelas pessoas e nesta série apostou em várias melhorias do recurso que pode ter bons resultados a nível de vendas.
Sobre a câmara frontal. Aqui a Samsung apostou em mais resolução, o novo modelo conta com um sensor de 12 megapixéis, sendo que o seu antecessor tem uma câmara de 10 megapixéis. As selfies são substancialmente melhores, o que será ótimo para quando se estiver de férias. Nada como enviar uma selfie numa praia paradisíaca aos colegas de trabalho. Neste caso, quanto mais resolução melhor!
Um apontamento ainda para o facto de ser bastante fácil fazer pequenas edições na imagem diretamente neste smartphone. É só escolher a opção e depois acrescentar texto, autocolantes ou um desenho feito por nós. Sugiro vivamente que o faças porque não só é fácil como bastante divertido.
Boa autonomia, mas o carregamento...
Este Plus da Samsung está equipado com uma bateria de 4.700 mAh. Não é a maior do trio, uma vez que o Galaxy S23 Ultra tem um exemplar de 5.000 mAh. No entanto, fornece uma autonomia verdadeiramente Plus. Aguenta perfeitamente um dia inteiro e mais um pouco com uma utilização moderada do equipamento, sempre com GPS, Bluetooth e Wi-Fi ligados.
Ora este é um ponto crucial num modelo Plus, uma vez que uma bateria maior será o outro grande argumento de venda para este terminal. E os utilizadores habituais de modelos Plus não vão ficar desiludidos. É efetivamente grande também na autonomia que fornece.
Ainda bem que o é, visto que o carregamento já nos leva para um campo menos satisfatório. Demora um pouco a carregar. Justiça seja feita, carreguei um modelo com um adaptador que não era da Samsung, o que influencia os tempos de carregamento, claro.
Mas ainda assim, demorar mais de uma hora para levar a bateria dos 42% aos 100% é algo que tem espaço para melhorar. Mais uma vez, estamos perante um modelo topo de gama com um preço igualmente premium e, por essa razão, podemos e devemos ser exigente e até um pouco picuinhas nos pormenores.
Preço elevado justificado pela experiência geral?
Esta é uma pergunta difícil de responder. A experiência geral oferecida pelo Galaxy S23+ é extraordinária. Acredito que estamos perante um dos melhores terminais Samsung disponíveis no momento.
Mas o preço de cada variante deste modelo não está ao alcance de todas as carteiras. A configuração de 8 GB de RAM com 256 GB de armazenamento – exatamente a que testei, tem um custo em Portugal de 1.249,90 euros.
Já a variante com os mesmos 8 GB de RAM, mas com 512 GB de armazenamento, custa 1.369,90 euros. Estes são valores elevados. Tendo em consideração que o segmento premium começa nos 600 euros, tal como nos disse em entrevista José Correia responsável máximo de produto da divisão Mobile, estamos perante valores que são o dobro. Como tal, exigimos o melhor.
E o Samsung Galaxy S23+ está no topo do melhor, mas não deixa de ter as mesmas especificações do modelo base, apenas é maior. Ainda que o tamanho importe quando se trata de ver um filme ou série neste ecrã Plus.
Por essa razão, para os utilizadores habituais de modelos Plus a experiência geral deste smartphone vai justificar o seu preço; já para quem tem um orçamento mais apertado e não é fã de ecrãs maiores, nada como olhar para o modelo base desta série da Samsung.
Notas finais
O Galaxy S23+ chegou para conquistar. Os motivos que o levam a ser Plus, autonomia e ecrã, fazem jus ao nome. O modelo aguenta mais de um dia inteiro sem ser preciso recarregar a bateria. Por outro lado, o ecrã proporciona uma experiência extraordinária. A resolução é ótima, o furo da câmara frontal passa totalmente despercebido e as 6,6 polegadas são suficientes para visualizar qualquer tipo de conteúdo.
Desta vez, a variante global do S23+ vem equipada com um processador Qualcomm e ainda bem. O desempenho do terminal coloca-o no patamar premium, com a rapidez e fluidez com que executa todas as tarefas, por muito exigentes que estas sejam.
Quanto à câmara, esta funciona muito bem de dia, fazendo uma boa gestão da luz solar e fornecendo imagens detalhadas e nítidas. À noite, o modelo também lida bem com as luzes, não apresentando qualquer tipo de arrasto. E o zoom ótico é efetivamente bom. Mesmo levado ao máximo, fornece resultados bastante interessantes.
Mas não há bela sem senão. O Galaxy S23+ demora um pouco a carregar. De uma certa forma, pode dar-se a esse luxo porque a bateria também demora a esgotar-se. Bem, este problema pode ser de alguma forma resolvido pela aquisição de um carregador mais célere. No entanto, não sendo da marca os watts anunciados podem nunca vir a ser atingidos.
Como segunda desvantagem, o preço do modelo é igualmente Plus. Mas neste ponto em específico irá sempre tratar-se de uma questão de orçamento disponível e qual o limite que o utilizador estabelece. Algumas carteiras têm limites elevados e, se for esse o caso, o Galaxy S23+ é uma boa opção de compra.
Design | 4,5 |
Construção | 4,5 |
Ecrã | 5 |
Desempenho | 5 |
Áudio | 4,5 |
Interface | 3,5 |
Câmara | 4,5 |
Bateria | 4 |
Qualidade/Preço | 3,5 |
Pontuação | 4,5 – Muito Bom |
Prós
- Desempenho fantástico
- Ecrã glorioso
- Boa qualidade de áudio
- Design elegante numa construção robusta
- Boa autonomia de bateria
- Câmaras fornecem imagens com boa qualidade
- Facilidade em editar fotos no próprio smartphone
Contras
- Carregamento um pouco lento
- Leitor de impressões digitais podia ser mais preciso
- É caro
Especificações técnicas
- Processador Qualcomm Snapdragon 8 Gen 2
- Memória RAM: 8 GB
- Armazenamento: 256 GB (variante testada) ou 512 GB UFS 4.0
- Ecrã: 6,6 polegadas, Dynamic AMOLED 2X, 120 Hz, 2340x1080 pixéis e pico de brilho de 1750 nits
- Câmaras traseiras: 50 MP f/1.8 (principal), 10 MP f/2.4 com zoom ótico de 3x (telefoto) e 12 MP f/2.2 (ultrawide); vídeo 8K
- Câmara frontal: 12 MP f/2.2; vídeo 4K
- Bateria: 4.700 mAh
- Carregamento: 45 W com fios
- Altifalantes estéreo
- Sensor de impressões digitais ultrassónico no ecrã
- Compatibilidade com Samsung DeX
- Tamanho: 157,8 x 76,2 x 7,6 mm
- Peso: 196 gramas
- Construção: Vidro à frente a atrás com Gorilla Glass Victus 2; moldura em alumínio
- Sistema operativo: Android 13, One UI 5.1
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