Posts de Instagram e Facebook servirão para treinar IA: user tem escolha?

Luís Guedes
Luís Guedes
Tempo de leitura: 2 min.

Nas últimas horas, a Meta obteve a aprovação das autoridades britânicas para começar a treinar os seus modelos de Inteligência Artificial (IA) com posts de redes sociais. Neste caso, no Reino Unido, quem publica no Instagram ou no Facebook, pode estar a ajudar a desenvolver estes modelos.

Junto dos utilizadores, é possível que tal medida possa gerar alguma apreensão. Afinal de contas, trata-se de uma questão de privacidade, sendo que a forma de usar IA, para estes fins, é algo que tem gerado bastante discussão.

O que mudou?

De acordo com a Phone Arena, este mesmo processo chegou a ser suspenso, por supostas dúvidas na forma como a Meta iria tratar os dados. Recorde-se que, depois de alguns modelos de IA começarem a ficar muito populares, o controlo passou a ser maior.

Isso fez com que muitas empresas passassem a bloquear o treino dos seus dados. Ainda assim, após conversa com a Information Commissioner’s Office (ICO), foi deliberado que, perante as condições atuais, a Meta já podia atuar.

IA

Assim é, já que, no entender do ICO, os utilizadores vão ter a possibilidade de escolher se os seus dados serão usados para IA ou não. Mesmo assim, num cenário em que o user tem a possibilidade de escolha, é possível que gere algum desconforto.

Os avanços da Inteligência Artificial têm gerado preocupação

Efetivamente, para muitas pessoas, existe cada vez mais o receio de ver, na IA, um substituto do trabalho humano. A título de curiosidade, a Human Resources Portugal fez um estudo em fevereiro de 2024, de forma a tentar perceber a perceção dos portugueses.

No estudo em questão, 74% dos inquiridos responderam que achavam que a IA ia ocupar muitos postos de trabalho. No mesmo questionário, também 60% dos inquiridos veem, neste tipo de tecnologia, uma ameaça à humanidade.

Meta's opt-out option is a piece of (abusive) performance art. The company puts you through a ridiculous maze of confusion to even arrive at the op-out request form, wasting your time, and then if you actually submit successfully, they reject the request. https://t.co/ExwRFPGjA9

— Kyle T Webster (@kyletwebster) 28 de maio de 2024

Como referido anteriormente, supostamente, o user controla aquilo que é treinado ou não. A questão é que, mesmo isso, já deu bastante que falar. A publicação acima, no X, antigo Twitter, é uma prova disso mesmo. Aqui, um user refere que para proibir, teve de cumprir um grande conjunto de passos. Nos comentários, é possível ver que não se trata de um caso isolado.

Resta esperar para ver se, desta vez, no Reino Unido, onde a regra acabou de ser revista, a situação mantém-se ou se é tudo muito semelhante.

Luís Guedes
Luís Guedes
É apaixonado pela escrita. Desde tecnologia, a entretenimento, passando sempre pela música e pelos livros, o Luís é fascinado por tornar o complexo em simples e o simples em ainda mais simples.