A Pokémon Company (empresa responsável pela marca Pokémon) abriu uma investigação para averiguar uma possível violação de propriedade intelectual (PI) do recém-lançado jogo Palworld. A decisão foi divulgada pela empresa em comunicado após várias reclamações sobre a semelhança entre os dois jogos inundarem a Internet.
O que motivou as acusações contra Palworld
Na última sexta-feira, a Pocketpair lançou Palworld, um jogo multi jogador de mundo aberto que surpreendeu ao quebrar vários recordes de vendas e jogadores simultâneos durante todo o seu primeiro fim de semana de estreia.
Atualmente, o jogo já vendeu mais de 7 milhões de cópias apenas no Steam, plataforma na qual tornou-se o 6º jogo a ultrapassar a marca de 1 milhão de jogadores simultâneos. E o sucesso do lançamento não parece estar a desacelerar, seguindo com sua conquista na indústria de videojogos.
Além do sucesso, contudo, o Palworld chamou a atenção por outro detalhe: a sua semelhança inegável com Pokémon. No jogo, podes capturar várias criaturas com um design muito similar aos dos populares Pokémon. Além disso, é possível criar lutas entre os chamados Pals ou vendê-los.
A diferença primordial, e provavelmente um dos motivos do sucesso do jogo, é a presença de armas e práticas que subvertem toda a lógica "fofa". O jogador pode equipar seus Pals com armas de fogo, forçá-los a trabalhar em campos agrícolas ou fábricas, entre outras ações de jogo de sobrevivência.
Mesmo com uma diferença tão grande, a dimensão das semelhanças entre Pals e Pokémon causou uma explosão de críticas pela Internet, com o envio de várias mensagens diretas para a Pokémon Company, o que motivou o início da investigação.
A declaração da Pokémon Company
Conhecida por ser uma empresa litigiosa, a Nintendo une-se à Pokémon Company para investigar se há de facto alguma violação. Em uma declaração oficial, a Pokémon Company reconheceu as alegações de violação sem mencionar o nome do jogo Palworld, embora tenha ficado muito claro que se refere a ele.
“Recebemos muitas perguntas sobre o jogo de outra empresa lançado em janeiro de 2024. Não concedemos permissão para o uso da propriedade intelectual ou ativos de Pokémon nesse jogo. Pretendemos investigar e tomar medidas apropriadas para lidar com qualquer ato que viole os direitos de propriedade intelectual relacionados ao Pokémon. Continuaremos a valorizar e cuidar de cada Pokémon e seu mundo, e trabalharemos para unir o mundo através do Pokémon no futuro."
Embora a Pocketpair esteja "no radar" da Pokémon Company, isso não significa que haverá de facto um processo judicial. Até ao momento, trata-se de uma investigação para avaliar se há razões para mover um processo.
A Pocketpair não está preocupada com as acusações
No último dia 22, o CEO da Pocketpair, Takuro Mizobe, afirmou em entrevista ao Automaton que não está preocupado com as acusações de plágio em relação à Pokémon. Segundo Mizobe, as comparações já existem há alguns anos, desde que o jogo foi revelado pela primeira vez.
O CEO explicou ainda que a Pocketpair passou por um processo antes do lançamento do Palworld para garantir que não estava a infringir outras criações, não apenas Pokémon. Por este motivo, o estúdio acredita não haver margem para processos, motivo pelo qual nenhuma outra empresa registou reclamações.
“Levamos os nossos jogos muito a sério e não temos absolutamente nenhuma intenção de infringir a propriedade intelectual de outras empresas”, destacou Mizobe.