O PlayStation Portal foi um dos mais recentes acessórios a ser lançado para a consola desta geração da Sony. À primeira vista pode parecer uma consola portátil mas é, na verdade, um reprodutor remoto portátil.
Chegou a Portugal por 219,99 €, mas será que vale o preço que custa? Testei-o ao longo das últimas semanas, e neste artigo dou-te a minha opinião sobre ele. Afinal para quem é o PlayStation Portal?
Principais especificações do PlayStation Portal
- Ecrã: 8 polegadas, 60 Hz, Full HD, LCD
- Conetividade: Wi-Fi 5, PS Link, USB-C e jack 3,5 mm
- Peso e dimensões: 1,19 kg; 10 x 5 x 1,27 cm
- Bateria: entre 4 a 5 horas
A nossa opinião sobre o PlayStation Portal
O PlayStation Portal é um acessório nativo para a PlayStation 5. Compromete-se a reproduzir remotamente os teus jogos, desde que tenhas uma ligação Wi-Fi estável. Ou seja, não esperes instalar aqui jogos nativamente para jogar offline. Nem é isso que a Sony promete.
Um dispositivo conveniente
Este é um dispositivo que se destaca pela sua conveniência. Poderás dizer, e com razão, que usa o mesmo serviço de Remote Play que qualquer outro smartphone, tablet ou computador pode usar. Mas há aqui algumas vantagens.
A principal é o facto de ter um dispositivo totalmente focalizado para jogar remotamente PlayStation 5. Isso significa que tens um ecrã de 8 polegadas com um DualSense ‘cortado ao meio’ nas pontas.
DualSense em todo o seu esplendor
Esse DualSense embutido dá-te a possibilidade de tirares partido de funcionalidades como o feedback háptico, microfone ou movimento. Algo que não fica ativo se simplesmente ligares o DualSense ao teu smartphone para fazer Remote Play.
Outra grande vantagem, muitas vezes descurada, é o facto de ser um produto gaming por si. Enquanto estiveres a jogar, não vais ter distrações daquela mensagem no WhatsApp ou de alguma notificação chata do trabalho.
É claro que há algumas coisas a ter em conta. Tal como para jogar Remote Play noutro dispositivo, a tua consola tem de ficar ligada em modo repouso, com Wi-fi ativo e ficará ligada durante a operação do teu Portal. Perante esse cenário, só tens de garantir que o teu Portal está ligado a uma rede Wi-Fi estável.
Só precisas de uma ligação estável à internet
Pela minha experiência, cumpre bem o que promete. Não andei com ele na rua ou ligado. Mas usei-o ligado pela casa, em casa dos meus pais e num hotel e posso dizer-te que não tive dificuldades em jogar os meus jogos. É claro que ficarás sempre limitado à qualidade da tua rede de casa ou à qualidade da rede onde jogares.
Após a primeira utilização, em que tens de fazer as ligações habituais à tua conta e à rede, a utilização do PlayStation Portal é bastante simples. Sempre que o ligas a uma rede conhecida, é provável que ao fim de 30 segundos estejas pronto para jogar sem quaisquer problemas.
Como em qualquer ligação Wi-Fi, tens de contar com alguns congelamentos aqui e ali se te deslocares para zonas da casa onde a rede é mais fraca. Mas se tiveres uma rede onde não há ‘zonas mortas’, não terás problemas em jogar onde te apetecer as tuas sessões de Gran Turismo 7 ou God of War.
Construção robusta e boa qualidade de ecrã
O Portal dá a sensação de ser um produto bastante robusto e bem construído. Algo que a Sony já nos habituou noutros equipamentos. Um ponto que vais notar é que os analógicos são mais pequenos que no DualSense original, mas nada que vá afetar a tua experiência de jogo. Muito pelo contrário. Até ajuda se tiveres de guardar o Portal numa mochila, por exemplo.
Quanto à qualidade do ecrã e do áudio, diria que são satisfatórias pelo preço. É um ecrã LCD de 8 polegadas com resolução Full HD, adequada para este tamanho. É claro que os jogadores mais exigentes gostariam de poder desfrutar de taxa de atualização superior a 60 Hz.
O áudio que sai das colunas do PlayStation Portal também não te vai defraudar, tendo em conta o tamanho do dispositivo. E nesse campo, há que notar que podes usar uns PlayStation Pulse ou Explore ligados ao dispositivo. Além disso, também podes usar uns auscultadores ligados pela porta jack 3,5 mm.
A bateria, pela minha utilização, dura entre 4 a 5 horas numa utilização normal, o que considero bastante satisfatório. Nada te impede de ter uma powerbank, ou já que vais jogar em casa, simplesmente ligar um cabo à porta USB-C enquanto jogas. Esta encontra-se numa zona em que não é nada problemático carregar enquanto se joga.
Ausência de Bluetooth
É claro que nem tudo são rosas. Para um produto lançado em 2023, seria de esperar que fosse além de Wi-Fi 5. Ainda por cima tendo em conta que se foca em streaming. Outro ponto a ter em conta na conetividade é a ausência de Bluetooth: ou seja, não podes ligar os teus auriculares sem fios aqui (a não ser que tenhas uns da PlayStation). Mas isso também já acontece na consola.
Experimentei os Pulse Elite com o PlayStation Portal e é sem surpresas que te digo que funcionam muito bem. A latência, para a minha utilização mais casual, é inexistente. E por falar em latência no geral, os jogadores mais exigentes saberão que esta não é a melhor forma de jogar competitivamente. Temos a latência própria de reprodução remota. Mas nada problemático e que não estivéssemos à espera.
Outro pormenor sobre o ecrã é que não possui sensor para brilho automático. Isto significa que se variares de ambiente tens de fazer a alteração do brilho de forma manual. Não é especialmente problemático num dispositivo que se vai jogar maioritariamente dentro de portas, mas seria uma adição que gostaríamos de ter.
Conclusão: o reprodutor remoto tudo-em-um
Pesando os prós e os contras, o PlayStation Portal é o reprodutor remoto tudo-em-um que poderá agradar a muitos utilizadores. Sim, podes ter uma experiência semelhante a jogar no smartphone com o teu DualSense. Mas este é um dispositivo dedicado só para isso.
Se usar o meu iPad tenho um ecrã maior para jogar remotamente e se usar o iPhone com um Gamesir G8 Galileo tenho uma experiência mais portátil. Contudo, a experiência com o Portal resume-se a pegar e jogar.
É um dispositivo que aposta na conveniência para simplesmente jogares em casa quando alguém estiver a usar a TV em qualquer divisão onde tenhas boa ligação. Fora de casa também o podes fazer, sempre com a lembrança de que é necessário uma conexão estável à Internet.
Só com o Portal é que consegues tirar partido, remotamente, de funções como o feedback háptico ou o movimento do DualSense. E o ecrã tem uma qualidade satisfatória, sendo que a construção é robusta para o preço pedido.
É claro que há pontos menos positivos. Além de já teres um smartphone no bolso que faz algo parecido ou estares dependente da ligação à internet, o dispositivo também não tem brilho automático ou Bluetooth. Isto significa que o brilho tem de ser adaptado manualmente e só pode usar auscultadores ou auriculares com PS Link.
PlayStation Portal
- Ecrã: 8 polegadas, 60 Hz, Full HD, LCD
- Conetividade: Wi-Fi 5, PS Link, USB-C e jack 3,5 mm
- Peso e dimensões: 1,19 kg; 10 x 5 x 1,27 cm
- Bateria: entre 4 a 5 horas
A custar 219,99 €, o PlayStation Portal não tem um preço propriamente alto para a sua qualidade. É um produto recomendado para pais ou jogadores que simplesmente querem jogar, mas têm a televisão da PS5 ocupada. E para quem viaja muito também pode ser uma solução interessante.
Se não vês vantagens nos principais prós deste produto, é porque o Portal provavelmente não é para ti. Para os outros, é um produto que pode fazer sentido. A verdade é que nos dias de teste dei por mim a ligar muito menos vezes a TV para jogar. E isso é o melhor elogio que se pode fazer ao Portal.