A pedido do Federal Bureau of Investigation (FBI), a Polícia Judiciária (PJ) deteve hoje em Cascais um cidadão estrangeiro, CEO de uma empresa de serviços financeiros baseados em criptomoedas, suspeito de liderar uma organização criminosa ligada à manipulação dos mercados com moedas digitais.
A detenção insere-se numa operação à escala internacional, liderada por aquela agência de inteligência e segurança norte-americana, que envolveu também a detenção de mais duas pessoas – uma nos EUA e outra no Reino Unido.
Além das detenções foram ainda apreendidos mais de 25 milhões de dólares em criptomoedas, bem como ‘bots’ de negociação que as autoridades acreditam serem usados para transação de milhões de dólares para branqueamento de capitais.
Modus operandi envolvia falsos ‘tokens’
Em comunicado divulgado hoje pela Direção Nacional da Polícia Judiciária, a atuação da organização “passava pela criação de empresas com declarações falsas sobre criptomoedas (‘tokens’), e pela execução de negociações falsas para criar a aparência de que seriam bons investimentos”.
A PJ adianta que, com esta prática, a organização conseguiu atrair novos investidores e compradores, levando a um aumento dos preços de negociação desses ‘tokens’.
Por essa razão, o comunicado da PJ esclarece ainda que os suspeitos são também acusados de ter vendido ‘tokens’ “a preços artificialmente inflacionados”, um tipo de fraude normalmente designada por ‘pump and dump’.