A OnePlus foi recentemente acusada pela publicação Anandtech de adulterar os resultados obtidos em aplicações e plataformas de testes como a Geekbench. O tom acusatório resultou de um estudo efetuado pela fonte em questão e, desde então, a Geekbench também levou a cabo investigações próprias que culminam agora no banimento do smartphone OnePlus 9 e OnePlus 9 Pro.
Ambos os smartphones topo de gama da fabricante chinesa estariam a manipular o modus operandi destes testes sintéticos de desempenho para obter a melhor pontuação possível. Tudo para que pudessem usar estes valores como ponto de venda e proposta de valor junto dos consumidores. Uma prática infeliz que se encontra enraizada em boa parte da indústria mobile.
A Geekbench repudia a prática e censura os OnePlus 9 e 9 Pro
A OnePlus optou sempre pelas melhores especificações técnicas disponíveis para os seus smartphones topo de gama. Com efeito, os seus produtos estão entre os telefones mais ágeis e fluídos do mercado, em parte graças à interface OxygenOS.
De qualquer modo, a procura por velocidade e por uma margem competitiva sobre as concorrentes levou a OnePlus a tomar uma série de passos em falso. Aliás, na sua história foram diversas as instâncias de "batota" em plataformas similares como a AnTuTu.
Em pleno 2021, contudo, a OnePlus continuará a tirar partido destas táticas para poder promover-se com grandes pontuações - neste caso na Geekbench. Importa, contudo, clarificar que a pontuação em testes de benchmark não se traduz necessariamente num melhor desempenho ou velocidade no mundo real.
A lista negra da OnePlus a várias apps da Play Store
O novo engodo consistirá na seleção e listagem pela OnePlus de determinadas aplicações populares na Google Play Store como o Google Chrome, Twitter, Facebook, entre outras. Estas aplicações estariam impedidas de tirar todo o proveito do processador Snapdragon 888 da Qualcomm, limitando-se a frequência máxima de processamento do CPU.
Por outro lado, em cenários de teste - quando o smartphone reconhecia serem executadas aplicações como a Geekbench - tais restrições não eram aplicadas. Desse modo, nas aplicações de benchmark o CPU mostrava todo o seu poderio.
Segundo o relato da Anandtech, tal poderia ser feito para poupar bateria ao smartphone durante a utilização normal no quotidiano. É uma medida in extremis e pouco ortodoxa, mas não terá tido grande impacto positivo na autonomia de bateria jultando pelas análises.
Manipulação em larga escala pela OnePlus
O caso é gravoso. A OnePlus estará a manipular o desempenho do seu OnePlus 9 e OnePlus 9 Pro quando na presença das aplicações mais populares da Google Play Store. Apps que variam de redes sociais até à suite do Microsoft Office, por exemplo.
Aliás, a fonte aponta que a maioria das aplicações para Android disponíveis na Play Store estavam limitadas à partida. Isto é, nunca retirariam todo o potencial do processador utilizado para, supostamente, preservar energia e aumentar a autonomia de bateria.
Isto seria detetado pela publicação em questão, tendo encontrado rapidamente um padrão no comportamento. Fê-lo ao estudar as frequências de processamento máximo do SoC em cenários de teste e em cenários de utilização comum de outras apps.
Face ao exposto, a Geekbench baniu ambos os smartphones do seu ranking Android. Além disso, tomará providências para investir a extensão desta manipulação não só pela OnePlus, mas também por outras fabricantes.
A prática acaba por apenas prejudicar a reputação das fabricantes, sem trazer benefícios óbvios ou implícitos para o utilizador.
Editores 4gnews recomendam:
- Xiaomi Mi MIX 4 vai surpreender com esta caraterística em 2021
- Realme apanhada a usar iPhone em apresentação, depois da batota no AnTuTu
- Nothing: 1.º produto da empresa do fundador da OnePlus já tem preço