Um grupo de cientistas do Instituto norte-americano de ciência planetária descobriu recentemente que o início de Marte pode ter tido mais atividade tectónica e vulcânica do que se pensava. A paisagem da região Eridania em Marte parece ter sido moldada em eventos que ocorreram na crosta de Marte e não por baixo desta.
Esta nova descoberta é bastante relevante, no sentido em que pode influenciar a procura de indícios de vida em Marte que é atualmente a missão dos rovers Curiosity e Perseverance da NASA no planeta vermelho.
Fontes vulcânicas podem alimentar sistemas hidrotermais, essenciais para a vida
De acordo com Aster Cowart, um dos elementos desta equipa de cientistas, as grandes bacias da região de Eridania já tiveram um lago “com cerca de um quilómetro de profundidade quando estava na sua maior extensão”.
Acrescenta o mesmo geólogo que “fontes vulcânicas próximas a água abundante podem ter alimentado sistema hidrotermais que, por sua vez, podem ter alimentado vida”.
Aster Cowart esclarece também que estas descobertas são relevantes porque fornecem um maior número de locais em Marte para procurar indícios de vida.
Atividade tectónica de Marte e da Terra têm semelhanças
De acordo com o mesmo geólogo, o tipo de atividade geológica observada em Marte é a tectónica vertical. Neste tipo de atividade, a terra desloca-se para cima, originando a elevação e a subsidência.
Cowart explica que estas mudanças na crosta terrestre de Marte, características da atividade vulcânica, são semelhantes às que ditaram o caminho evolutivo em direção às placas tectónicas na Terra há mais de 2,5 mil milhões de anos.
E esta geologia agora descoberta em Marte pode permitir que os cientistas estudem um período passado da Terra que não está acessível através do registo geológico do nosso planeta. Melhor: esta descoberta pode também ajudar a determinar como surgiu a vida na Terra.