Talvez não seja a coisa mais simples do mundo produzir uma comédia ou representação dramática em torno do tema da tecnologia, mas a popularidade do mercado tem conduzido a algumas experiências de valor reconhecido.
Desde relatos mais ou menos ficcionais sobre os meandros das grandes tecnológicas até à exploração das possibilidades de futuro de mãos dadas com a ficção científica, os serviços de streaming oferecem algumas boas séries que nos ajudam a entender melhor a tecnologia e a forma como poderá evoluir nas próximas décadas.
Em baixo propomos algumas produções que consideramos serem do melhor que se faz em termos de entretenimento ligado a esta área que tantos nos apaixona.
1. Black Mirror (Netflix)
Black Mirror é uma sátira obscura em forma de antologia que lida com o lado negro da tecnologia e os seus efeitos na sociedade moderna.
Agarra em temas como as redes sociais ou a realidade virtual e explora os conceitos à pior luz possível, mostrando que existem consequências potencialmente graves para uma vida constantemente "ligada."
Black Mirror acabou por conseguir um conjunto de seguidores de culto que fazem desta uma das séries mais populares da Netflix e uma obra incontornável para quem gosta de explorar estas temáticas.
2. Silicon Valley (HBO Portugal)
Silicon Valley pode ser encontrada no catálogo da HBO Portugal e é uma comédia que segue as aventuras e desventuras de um grupo de "geeks" que funda a Pied Piper, uma startup que se dedica ao desenvolvimento de aplicações.
A série retrata a ascensão meteórica da companhia no estranho mundo do Valley. Ao longo da narrativa é explorada a dimensão humana dos intervenientes assim como a sua incapacidade para lidar com o mundo que existe para além do ecrã de um computador.
Durante seis temporadas somos presenteados com vários episódios de sucessos e quedas monumentais. Cada um deles regista de forma sublime os interesses e manobras de bastidores que fazem parte do jogo político por detrás da tecnologia.
3. Mr Robot (Amazon Prime Video)
Mr Robot coloca o protagonista Rami Malek na pele de Elliot Alderson, um engenheiro de cibersegurança que se transforma em hacker e ativista nas horas vagas.
Durante as suas aventuras pelos recantos mais obscuros da internet é arrastado para uma conspiração que pretende hackear a maior corporação americana e livrar os cidadãos do país da dívida.
A série toca em várias implicações interessantes da tecnologia, para além de temas como a ética e o potencial impacto das criptomoedas na economia mundial. A mistura explosiva entre conhecimento e paranóia tem tudo para prender o espectador em frente ao ecrã.
4. Altered Carbon (Netflix)
Altered Carbon é uma série de ficção científica com lugar cerca de 350 anos no futuro. Os humanos são agora capazes de descarregar e usar versões deles mesmos num pedaço de hardware implantado no pescoço. Significa isto que podem trocar e melhorar os seus corpos, escapando na maior parte dos casos a uma morte definitiva.
Trata-se de uma proposta bastante explorada pela psicologia cognitiva, que argumenta que a consciência humana funciona como um computador. Um dia poderá ser descarregada para um disco rígido, eliminando o único empecilho à imortalidade: o nosso corpo.
Com retoques de Blade Runner, é uma série imperdível para quem gosta de pensar sobre o futuro da tecnologia e a forma como afetará a vida humana.
5. Westworld (HBO Portugal)
A produção da HBO é um remake do filme dos anos 70 com o mesmo nome, e retrata um parque temático povoado por andróides onde os mais ricos podem satisfazer as suas vontades mais retorcidas.
Com lugar num mundo onde os robôs são inteligentes o suficiente para passar o teste de Turing, Westworld acompanha a revolta destas criações contra os humanos e a sua natureza cativa.
A série foca-se bastante nas emoções dos andróides e na facilidade que existe em confundir realidade com ficção, colocando-nos de forma constante em dilemas morais que certamente nos acompanharão nas próximas décadas.
É um olhar muito interessante sobre as questões éticas da sede humana pela evolução da tecnologia, propondo um exercício filosófico sobre onde será colocada a barreira entre homem e máquina.
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