Com a chegada da pandemia da Covid-19 poucos são os que ainda não se queixaram com a subida generalizada dos preços do hardware informático mais recente. Mas da próxima vez que te queixares lembra-te que a NASA pagou 200 mil dólares por um processador que corre a 200 MHz para equipar a rover Perseverance que colocou há dias em Marte.
A ideia parece um pouco descabida mas temos de considerar que se trata de um componente essencial e que foi desenhado para resistir às condições extremas do planeta vermelho.
Simplicidade é a chave do sucesso em Marte
Segundo informações descobertas recentemente, a tecnologia que compõe o Rover Compute Element (RCE) foi reduzida ao máximo para se focar no desempenho. Claro que estamos a falar numa capacidade de processamento inferior à da maior parte dos computadores atuais, mas estas são circunstâncias muito especiais.
O chip em questão tem uma dimensão de 130mm e a sua velocidade de relógio varia entre os 110 e os 200 MHz. É alimentado por uma fonte de apenas 5W e está já presente em mais de 250 aeronaves, segundo avança a fabricante.
O RAD750 desfruta de uns incríveis 256 MB de memória RAM e obriga ao recurso de uma caixa eletrónica quente que serve para manter a temperatura do sistema constante.
Perseverance tem de aguentar cenários extremos
A rover aguenta temperaturas entre os -55 e os 125 graus Celsius, mas o mais curioso é a sua resistência à radiação.
Talvez seja aqui que o preço se comece a justificar, já que este processador consegue suster radiação até 10,000 Gray, sendo que 6 Gray são o suficiente para matar um ser humano.
Os engenheiros da NASA contam que o sistema consiga funcionar em pleno durante 15 anos, prevendo falhas posteriores motivadas por fatores externos.
É incrível perceber como um pedaço de tecnologia que parece tão ultrapassado é capaz de nos ajudar a explorar um planeta longínquo que sonhamos um dia poder visitar.
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