De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) existem menos de 4500 tigres em estado selvagem em todo o mundo. Os números são alarmantes e tal levou a NASA a conjugar forças com o Google Earth Engine e mais 30 investigadores para monitorizar melhor a situação, em tempo real.
TCL 3.0 combina imagens de satélite e processamento em computador
O resultado prático desta conjugação de esforços é o programa TCL 3.0 que acaba de ser anunciado. O novo TCL – ou Paisagens de Conservação de Tigres na tradução para português – combina imagens de satélite e processamento em computador em larga escala, para monitorizar os ecossistemas existentes e reemergentes dos tigres.
Na prática, este projeto vai analisar os locais do mundo nos quais o tigre ainda está presente, em estado selvagem. Este felino, devido ao seu tamanho, dieta e hábitos sociais, necessita de grandes áreas de habitat, não só para sobreviver como também para prosperar e reproduzir-se.
Este novo programa tem então como objetivo “monitorizar as mudanças, em tempo real, para ajudar a estabilizar as populações de tigres nas diversas áreas”, esclarece Eric Sanderson, vice-presidente de Conservação Urbana do Jardim Botânico de Nova Iorque.
Os investigadores chamam a atenção para o facto de as populações estáveis de tigres apresentarem uma “maior probabilidade de reter níveis mais elevados de biodiversidade, mitigar o impacto das alterações climáticas e ainda fornecer serviços ecossistémicos à população humana das proximidades”.
Novo programa vai fornecer ferramentas cruciais aos investigadores
O novo programa TCL 3.0 será crucial na preservação desta espécie, uma vez que vai fornecer aos investigadores ferramentas críticas, quase em tempo real, para ajudar a proteger a população mundial de tigres.
No anúncio do novo programa, Charles Tackulic, investigador do serviço geológico dos EUA, explicou que a análise de dados ecológicos baseia-se, muitas vezes, em modelos difíceis e lentos de implementar. Com este projeto, é possível “minimizar o tempo necessário para análise e, em simultâneo, criar uma abordagem exequível e transferível”, esclareceu o mesmo responsável.
Recorde-se que dados anteriormente divulgados apontam para que a área total das paisagens de conservação dos tigres tenha diminuído 11% entre 2001 e 2020. A perda de habitat continua a ser uma das principais ameaças à preservação desta espécie.