O Surface Pro X da Microsoft apresenta-se como um tablet avançado para quem quer substituir o portátil Windows convencional. É, assim, uma plataforma de trabalho portátil, mais leve, fina e com menor exigência energética. É o "Pro totalmente móvel" com Windows 11 ARM, uma versão leve e promissora do sistema operativo.
O preço começa nos 969 € na Microsoft Store para um novo tipo de computador que proporciona um vislumbre do sistema Windows ARM com todas as suas vicissitudes. (Já) É possível fazer muito com a versão ARM do Windows, mas não tudo o que é preciso.
Esta solução tem ótima autonomia de bateria e portabilidade reforçada, com bons acessórios para melhorar a produtividade e experiência de utilização. Todavia, é algo limitado pelo processador SQ1, bem como pela versão ARM do Windows 11.
Pontos fortes do Surface Pro X
- Formato compacto e muito leve (774 gramas)
- Autonomia duradoura e consistente
- Excelente qualidade de construção
- Teclado full size e muito confortável
Pontos fracos do Surface Pro X
- Compatibilidade com programas
- Acessórios caros / preço alto
O Surface Pro X é a resposta da Microsoft à mais recente linha de produtos Apple, começando pelos processadores "Apple M". Com efeito, temos aqui o processador SQ 1 e SQ 2 disponíveis para este Surface, chipsets personalizados com base ARM.
Design sóbrio e elegante no Surface Pro X
O Surface Pro X é similar aos demais produtos Surface em existência. Trata-se de um grande retângulo de metal com ótimo ecrã de formato 3:2 para facilitar o trabalho e leitura de documentos, com o apoio / descanso ajustável em posição, bem sólido.
Há, contudo, diferenças no design do Pro X face aos demais Surface(s). Tudo neste produto está otimizado para garantir a maior mobilidade possível. Isto significa tornar o tablet mais leve, mais fino e com arestas arredondas.
Aliás, o Surface Pro X pode ser adquirido separadamente, sem a capa / teclado e caneta, tornando-se efetivamente um tablet com Windows 11 ARM. Tem uma excelente construção em alumínio com arestas arredondas de qualidade sublime.
Ao fechar o descanso / aba de ajuste, o tablet ostenta os seus 7,3 mm de espessura, extraordinariamente fino. Além disso, não tem uma ventoinha pelo que não necessita do espaço para tal. Ou seja, a refrigeração é totalmente passiva neste produto.
Notamos também a atenção ao detalhe no logótipo espelhado da Microsoft, bem como nos recortes bem polidos para as portas e botões com ótimo feedback físico. É uma sensação de solidez que inspira confiança no produto.
A qualidade de construção em alumínio é sublime
Podemos ajustar em vários ângulos a inclinação do tablet graças a esta aba metálica. Por baixo da mesma encontramos informações como o número de série, ranhuras para ventilação, entre outros elementos identificadores.
Ao fechar esta aba podemos usar o tablet como uma autêntica mesa de desenho, algo útil para aplicações como o Photoshop (que corre em ambiente ARM). É ótimo termos esta possibilidade de ajuste da posição de trabalho, seja qual for o cenário de uso típico.
Encontramos na lateral esquerda duas portas USB do Tipo C e seletor de volume, ao passo que a porta de carregamento "Surface Connect" está na lateral direita, bem como o botão Power nesta lateraldo Surface Pro X.
Importa frisar o facto de não haver porta jack de 3,5 mm para auscultadores, nem mesmo uma slot ou leitor de cartões de memória SD. As opções de conetividade física são limitadas às duas portas USB do Tipo C, o que pode condicionar o seu uso pleno.
Ecrã de alta resolução e brilho no Surface Pro X
O ecrã do Microsoft Surface Pro X tem 13 polegadas de diagonal e até 450 nits de brilho, mais que suficiente para trabalhar dentro ou fora de casa (por exemplo, num café). A resolução é alta (padrão Full-HD) com 2280 x 1920 pixeis com 267 pixeis por polegada.
A Microsoft apelidou este ecrã de PixelSense, com proporção 3:2, sensível ao toque (até 10 pontos em simultâneo). Tem taxa de atualização convencional a 60 Hz, pelo que alguns utilizadores podem sentir falta da fluidez dos 120 Hz (no Surface Pro 8).
Há uma boa profundidade e riqueza de cor, com boa taxa de contraste e saturação dos tons. Em suma, este é um bom ecrã, com equilíbrio neutro, tanto para trabalhar como para entretenimento - ver séries Netflix neste ecrã é uma ótima experiência.
O Windows Hello é realmente rápido e útil
A melhor maneira para fazer a autenticação no Surface é através do sistema de reconhecimento facial Windows Hello. É rápido e fiável (com boa iluminação) graças também à câmara (webcam) de 5 MP localizada ao centro, na aresta superior do produto.
Encontramos ainda uma câmara de 10 MP na traseira que pode ser usada para gravar vídeo até 4K (resolução), ou captação de imagem. Em particular, a câmara frontal é ótima para videoconferências e chamadas de vídeo com bom áudio e imagem.
Temos dois altifalantes para áudio estéreo no Surface Pro X com boa definição e volume suficiente. Tornam a experiência de consumo de multimédia (ver filmes e séries, por exemplo), muito boas, ao nível dos melhores tablets no mercado.
Transforma-o com a Surface Pen e o Signature Keyboard
A caneta e teclado transformam este tablet num (quase) portátil com Windows 11 (ARM). Ou seja, numa plataforma de trabalho perfeitamente utilizável no quotidiano para trabalhar em edição de imagem, texto, apresentações, entre outros formatos.
Segundo a terminologia da Microsoft temos agora o teclado Signature, bem como a Slim Pen (caneta elegante). Ambos os acessórios são vendidos à parte e não são propriamente baratos, mas para trabalhar fazem realmente a diferença.
São a melhor compra (adicional) que podem fazer para este tablet, ampliando exponencialmente as suas capacidades. Em particular a capa / teclado com acabamento em Alcântara é de uma suavidade e elegância incríveis que não passam despercebidas.
O encaixe é magnético e muito forte entre o Signature Keyboard e o Surface Pro X, não sendo necessária configuração adicional. É uma daquelas soluções ideais que simplesmente funciona sem que o utilizador tenha que se esforçar para tal.
O teclado é confortável, amplo e silencioso. Tem retro iluminação ajustável e duas posições de inclinação para uso mais prático. A crítica reside, contudo, no tamanho do trackpad, pequeno para os padrões atuais e propenso a ficar sujo com facilidade.
Este teclado apresenta a particularidade de pode esconder a caneta no seu berço onde carrega magneticamente. Ao fechar esta aba escondemos a caneta e elevamos todo o teclado, abrindo-a obtemos o efeito oposto.
Trata-se, portanto, de uma implementação simples e muito eficaz para guardar a caneta quando não a usamos, sem arriscar cair durante o transporte. Tudo isto mediado pela ação magnética e ímanes incluídos no seu interior.
A Surface Pen chama-se agora Slim Pen
Similar a um lápis de carpinteiro, achatada nas laterais, mas igualmente versátil, bem construída e capaz, esta é a nova Slim Pen da Microsoft. No topo (não forcem e tentem tirar a tampa) temos um botão superior, bem como o botão duplo lateral no corpo da caneta.
O botão central é, na verdade, duplo e pode ser personalizado para executar diferentes ações no Surface. Por outro lado, o botão superior (Bluetooth) onde num lápis tradicional pode estar a borracha, funciona exatamente como uma borracha digital.
Este acessório inteligente suporta 4096 níveis de pressão, o que se traduz numa grande sensibilidade. Isto nota-se na facilidade e fluidez com que se pode desenhar, escrever e até assinar documentos. É um acessório extraordinário esta Slim Pen.
Podemos inclinar a caneta para desenhar com mais naturalidade, para além da grande sensibilidade da mesma. Para criativos e artistas este é um acessório obrigatório caso comprem o Surface Pro X.
Desempenho suficientemente bom para trabalhar
Este não é um Surface qualquer. Isto é, não estamos perante um híbrido com processador feito pela Intel com arquitetura x86. Ao invés, temos processadores ARM, fruto da colaboração entre a Qualcomm e a Microsoft, apelidados de SQ 1 e SQ 2.
Imagine-se, portanto, um tablet particularmente grande e poderoso com uma versão "especial" do sistema operativo Windows 11. O que faz (e consegue fazer), faz bem, mas são ainda relativamente poucos os programas com suporte para o Windows ARM.
Atualmente a Microsoft vende o Surface Pro X com duas opções de processador - SQ1 e SQ2 - sendo o último ligeiramente mais poderoso e ambos particularmente eficientes.
Adicionalmente temos a opção de escolha entre 8 GB ou 16 GB de RAM LPDDR4x, bem como 128, 256 ou 512 GB de armazenamento SSD amovível.
Para os utilizadores mais exigentes o Surface Pro X pode ser adquirido com conexão LTE graças ao modem Qualcomm Snapdragon X24 LTE que suporta eSIM, bem como nano SIM para acesso à Internet.
Além disso, temos Wi-Fi 5 (802.11ac), bem como Bluetooth 5.0, para além de GPS e o chip com firmware TPM.
O desempenho pode ser descrito como irrepreensível quando executamos aplicações e programas ARM. Aí o tablet "voa" sem aquecer entre programas, rápido e muito agradável de utilizar com os programas recomendados pela própria Microsoft.
Seja o Edge ou o OneNote, nas apps com ARM nativo a experiência de utilização é ótima, sem throttling notório durante a reprodução de vídeo nem quebra na taxa de frames, uma melhoria face aos Surface de gerações anteriores com chipset Intel.
Subsiste, contudo, a questão de quantas aplicações e programas precisam atualmente. E, além disso, quanto tempo demorará até que as principais apps e programas sejam nativamente suportadas por este chip e versão do sistema operativo ARM.
Em particular, o Google Chrome mostra-se mais lento nesta arquitetura ARM face, por exemplo, ao Edge. Felizmente o Edge tem crescido em funcionalidades, facilidade de utilização e versatilidade, mercendo pelo menos uma chance em 2022.
O trabalho em Google Docs e plataformas similares é leve e fluído com a transição entre vários separadores abertos a mostrar-se igualmente ágil. Aliás, consoante o volume e tipo de trabalho o Surface Pro X pode apresentar sérias vantagens em relação aos demais Surface com processador Intel.
Tome-se, por exemplo, a melhor autonomia de bateria, silêncio com um tablet sem ventoinha, leveza, facilidade de transporte e espessura reduzida. Tudo isto são argumentos válidos para escolher o Surface Pro X com SQ1.
Em suma, com a arquitetura ARM o Surface Pro X cumpre bem as apps e programas já otimizados para tal. Além disso, as tarefas básicas de computação são também executadas com grande fluidez na sua maioria.
Em apps como a Netflix, Spotify e Twitter, já concebidas especificamente para dispositivos ARM, o desempenho é perfeito. Também o Edge, Teams e Office, já otimizados para ARM apresentam bom desempenho. As demais, contudo, precisam de trabalho.
Por outro lado, nos programas Legacy com 32-bit X86 o desempenho treme, mas contamos com melhorias nesse sentido.
Autonomia suficiente para um dia de trabalho com 8 horas
A autonomia é sólida e consistente, chegando facilmente às 8 horas. Num dia típico, mantendo o Google Chrome, Photoshop, Spotify e outros programas abertos em segundo plano a autonomia superava as oito horas supracitadas com bastante frequência.
Por outro lado, a autonomia declarada de até 15 horas deixaram-me à espera de mais. Importa frisar que a autonomia variará bastante consoante o fluxo de trabalho de cada utilizador. De qualquer modo, este quesito não desiludirá no Surface Pro X.
Futuro promissor para o Windows com ARM
O Surface Pro X é um produto específico com uma missão concreta, lançar as bases para um novo tipo de portáteis Windows com arquitetura ARM. É uma aposta com futuro, permitindo criar essencialmente um novo segmento de equipamentos.
Atualmente podemos recomendar a sua compra para quem trabalhar em mobilidade e precisar de um tablet / híbrido mais leve e fino que a linha Surface Pro 8, caso as ferramentas (programas) que use maioritariamente no quotidiano já tenham suporte para AMR.
A significância deste produto não é de fácil tradução em vocábulos escritos, mas se a intuição não falhar, vislumbro aqui um futuro promissor não só para a Microsoft, mas também para o utilizador final.
Editores 4gnews recomendam: