Na passada semana, houve um apagão digital que afetou várias partes do mundo e Portugal foi uma delas. No rescaldo do problema nos sistemas Windows da Microsoft, a empresa refere que a culpa também pode ser atribuída à Comissão Europeia (CE).
Recorde-se que a origem deste problema global esteve na indisponibilidade do Crowd Strike, graças a uma atualização que falhou. Tal como a 4gnews noticiou, desde aeroportos, a bancos, a outro tipo de empresas, foram afetadas em Portugal.
De acordo com o Wall Street Journal (WSJ), um dos aspetos que a Microsoft realça negativamente na CE tem a ver com um acordo feito em 2009. Este, supostamente, faz com que a empresa não consiga melhorar as condições de segurança.
Em que consiste esse acordo?
Simplificando, o que o acordo em questão sugere é que os desenvolvedores de software têm o mesmo nível de acesso ao Windows que a própria empresa. No entender da Microsoft, essa é a chave para problemas como este.
Assim, a empresa dá a entender que qualquer falha das empresas de software pode ter grandes repercussões no Windows. Na prática, a Microsoft tem de partilhar as APIs de sistemas operativos Windows Client e Server com outras empresas de software e um dos riscos associados é o que aconteceu nos últimos dias.
Outras gigantes tecnológicas têm “dificultado” o acesso
Do outro lado da moeda, vemos exemplos como a Apple, que está no processo inverso. Como refere a mesma fonte, a empresa da maçã trincada tem restringido o acesso de desenvolvedores de software aos seus sistemas desde 2020.
Apesar das queixas feitas pela Microsoft, é pouco provável que a regra imposta pela CE vá ser alterada. Como referido anteriormente, esta foi imposta em 2009 e tinha o objetivo de regular um mercado que era dominado de forma hegemónica pela Microsoft.
As consequências do problema
Tal como referido anteriormente, o problema afetou Portugal, por exemplo, em entidades como a ANA Aeroportos ou o Hospital Amadora-Sintra. A questão é que o problema se torna ainda mais relevante quando olhamos para fora do país.
Segundo a Microsoft, o “apagão” afetou cerca de 8,5 milhões de dispositivos Windows. Se não fosse a regra da CE, a Microsoft acredita que este problema poderia não ter acontecido (via Euronews).