Meteorito com 4,5 mil milhões de anos pode explicar as camadas da Terra e o Sistema Solar

Mónica Marques
Mónica Marques
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O meteorito Erg Chech 002 foi descoberto no Deserto do Saara em 2020 e é considerado uma das rochas espaciais mais antigas.

O seu estudo pode não só revelar mais sobre a composição da nuvem de poeira e gás que formou o Sistema Solar, assim como o facto de a Terra ter uma formação sobre camadas.

O caminho do Erg Chech 002 até ao planeta Terra

imagem de um meteorito
Em 2020, foi descoberto no Deserto do Saara um meteorito mais antigo que o próprio planeta Terra Crédito@AlexanderAntrop

Em 2020, foi descoberto no Deserto do Saara o meteorito Erg Chech que está agora a ser estudado e que é considerada uma das rochas espaciais mais antigas com 4,5 mil milhões de anos.

De acordo com os investigadores, o meteorito é o fragmento de um protoplaneta que se formou quando o Sistema Solar era bastante jovem, há cerca dos referidos 4,5 mil milhões de anos.

Este protoplaneta era único na sua classe, uma vez que era suficientemente grande para ter uma crosta, um manto e um núcleo, registando também atividade sísmica e tectónica. Terá sido destruído por uma série de colisões com outros corpos celestes e os seus fragmentos ficaram espalhados pelo Espaço, até chegarem à Terra.

Estudo do Erg Chech pode explicar origem do Sistema Solar e dar pistas sobre a Terra

Desde a sua descoberta que o meteorito Erg Chech está a ser alvo de um estudo minucioso. Agora, numa análise mais detalhada, realizada por um grupo de investigadores australianos, verificou-se a presença do isótopo radioativo alumínio-26 neste meteorito.

Para efeitos de contexto, é importante esclarecer que este isótopo é produzido durante as explosões de supernovas. A sua presença no Erg Chech 002 indica que o Sistema Solar sofreu uma chuva de material radioativo vindo de estrelas explodidas no final da sua formação. Esta é uma descoberta relevante, visto que a distribuição deste isótopo era uma espécie de enigma no Sistema Solar.

Por outro lado, o alumínio-26 pode também dar algumas pistas para explicar a formação por camadas do planeta Terra. Tudo porque este isótopo terá sido vital no processo de fornecer calor suficiente, através do decaimento radioativo, para produção de corpos planetários com o interior em camada. Tal e qual como acontece com o planeta Terra.

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Mónica Marques
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Ao longo de mais de 20 anos de carreira na área da comunicação assistiu à chegada do 3G e outros eventos igualmente inovadores no mundo hi-tech. Em 2020 juntou-se à equipa do 4gnews. monicamarques@4gnews.pt