O telefone fixo, que outrora foi o centro das comunicações em qualquer casa portuguesa, continua a perder relevância a um ritmo acelerado. Os dados mais recentes da ANACOM, referentes ao terceiro trimestre de 2025, revelam que o tráfego de voz originado na rede fixa caiu 10,5% em comparação com o período homólogo.
Apps de chamadas e mensagens pela internet tornaram o telefone fixo obsoleto
Esta tendência de queda é transversal a todos os tipos de chamadas, mas sente-se com especial força nas ligações internacionais, que afundaram 20,5%. A explicação para este fenómeno é simples e conhecida. As aplicações de mensagens e chamadas pela internet (como o WhatsApp ou Facetime) e os tarifários móveis com minutos ilimitados tornaram o telefone fixo obsoleto para a maioria das conversas.
Em média, cada acesso fixo foi usado apenas durante 32 minutos por mês, uma redução de 3 minutos face a 2024. A maior fatia deste tempo (18 minutos) ainda é gasta em chamadas para outros números fixos.
Cabines telefónicas instaladas caem 33,4%
Outro sinal dos tempos é o desaparecimento gradual dos postos públicos. O número de cabines telefónicas instaladas caiu 33,4% num ano, restando agora cerca de 5,3 mil em todo o país. O uso destes equipamentos é residual, com o tráfego a cair 17% neste trimestre e a acumular uma descida vertiginosa de 89,2% desde 2016.
A modernização da infraestrutura, contudo, segue a bom ritmo. Atualmente, 94,9% dos telefones fixos em Portugal já funcionam sobre redes de nova geração (como fibra ótica ou cabo), enquanto as linhas analógicas tradicionais representam apenas uns residuais 2,6% do total, após uma queda de quase 28%.
MEO é a operadora a dominar na rede telefónica fixa
No que toca à quota de mercado, a liderança mantém-se inalterada. A MEO continua a ser a operadora dominante nos acessos diretos com 42,1% dos clientes, consolidando a sua posição como a operadora preferida dos portugueses em termos de quota global. O Grupo NOS segue em segundo lugar com 34,3%, a Vodafone com 21,1% e o Grupo DIGI/NOWO com 2,0%. Vale a pena recordar que, apesar de ter uma quota menor, a Vodafone é a operadora que se destaca nas reclamações em Portugal, liderando o volume de queixas no setor.
A portabilidade de números fixos registou uma dinâmica interessante neste período. Foram portados 27 mil números geográficos, um aumento de 16,7% face ao ano anterior, o que sugere uma maior mobilidade dos clientes entre operadores, possivelmente impulsionada pelas novas ofertas no mercado.
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