Na última segunda-feira, a Lego declarou que “decidiu não progredir” com a fabricação de peças a partir de garrafas de plástica recicladas, as chamadas garrafas PET. De acordo com a empresa, após mais de dois anos de testes, “verificou-se que o material não reduzia as emissões de carbono” como esperado.
Conforme a empresa declarou ao jornal Financial Times, o processo para tornar o material reciclado adequado requer ainda mais energia e teria uma emissão de carbono maior que a do processo atual.
Lego continua comprometida em encontrar materiais sustentáveis
Os protótipos de blocos PET, anunciados em 2021, foram a primeira tentativa da LEGO de encontrar uma alternativa sustentável para a fabricação das suas peças, atualmente feitas com plástico derivado do petróleo.
Engenheiros e cientistas testaram mais de 250 variações de materiais PET, mas a descoberta de que o protótipo não reduzia emissões de carbono levou a empresa dinamarquesa a cancelar o projeto. No entanto, a LEGO enfatizou que continua “totalmente comprometida em fabricar peças a partir de materiais sustentáveis até 2032”.
Recentemente, a LEGO anunciou o objetivo de reduzir as suas emissões de carbono em 37% até 2032, a partir da utilização de materiais mais sustentáveis. Para isso, a maior fabricante de brinquedos do mundo investiu mais de 1,2 mil milhões de dólares em iniciativas de sustentabilidade.
Novas tentativas incluem reutilização de peças e outros materiais
A LEGO declarou que está atualmente a testar materiais sustentáveis alternativos, como o e-metanol. Produzido com utilização de energia renovável para dividir moléculas de água, o e-metanol (ou metanol verde) é composto por resíduos de dióxido de carbono e hidrogénio.
A empresa também continuará a utilizar a variante sustentável e biológica do polietileno, o biopolipropileno, nas suas peças. “Acreditamos que, a longo prazo, isto irá encorajar o aumento da produção de matérias-primas mais sustentáveis, como óleos reciclados, e ajudar a apoiar a nossa transição para materiais sustentáveis”, afirmou a LEGO em declaração à imprensa.
Outra iniciativa voltada para diminuir gradualmente a pegada de carbono dos brinquedos e da cadeia de produção da empresa é a chamada "economia circular". A partir do programa Replay, já em prática em países como Canadá e Estados Unidos, a LEGO incentiva a reutilização de brinquedos.
“É melhor reutilizar do que reciclar. Portanto, estamos diante de um modelo de negócios circular – como podemos obter receita recirculando tijolos de plástico. É uma grande mudança de pensamento e ideias”, explicou Tim Brooks, chefe de sustentabilidade da companhia, em entrevista ao Financial Times.
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