Todos os anos, o lançamento do iPhone Pro Max gera uma expectativa enorme. É o pináculo da tecnologia da Apple, o modelo onde a marca coloca toda a carne no assador. O novo iPhone 17 Pro Max não foge à regra. Tem o processador mais rápido, ecrã mais brilhante e um sistema de câmaras que promete mundos e fundos.
Passei as últimas duas semanas com o equipamento e, embora continue a ser uma máquina impressionante em muitos aspetos, a Apple tomou algumas decisões de design e de hardware que podem não ser para todos.
Característica | Detalhe |
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Ecrã | 6,9", LTPO, OLED, 120 Hz, 3000 nits |
Processador | Apple A19 Pro |
Câmaras traseiras | 48 MP (principal) + 48 MP (telefoto 4x) + 48 MP (ultra angular) |
Bateria | 4823 mAh |
RAM e ROM | 12 GB RAM; 256 GB, 512 GB, 1 TB ou 2 TB armazenamento |
A experiência de utilização: potência familiar, design discutível
Design e ecrã: um passo atrás no luxo, mas o ecrã salva
Ao pegares no iPhone 17 Pro Max, a primeira coisa que salta à vista é a mudança no design traseiro e nos materiais. A Apple abandonou o titânio da geração anterior e voltou ao alumínio no aro lateral. Embora seja um alumínio de alta qualidade, o peso subiu para as 233 gramas (pesava 227g) e a sensação na mão não é tão premium como a do antecessor.
Parece menos "especial", menos robusto, apesar de a Apple garantir a mesma resistência IP68. A traseira continua a ser em vidro Ceramic Shield, mas agora com uma secção de vidro diferente à volta da zona de carregamento MagSafe. Este retângulo de vidro bastante visível cria um contraste visual que, pessoalmente, achei estranho e pouco harmonioso.
Especialmente nesta versão prateada isso nota-se bastante, assim como no laranja e talvez menos para quem comprar o modelo em azul escuro. É uma mudança de design que, em conjunto com o novo "palco" das câmaras, parece apenas querer mostrar que este é o modelo mais recente de alguma forma. E quebra a elegância monolítica a que a Apple nos habituou.
Felizmente, o ecrã continua irrepreensível. O painel OLED LTPO de 6.9 polegadas a 120 Hz ProMotion é gigante, com margens finíssimas, um brilho máximo de 3000 nits que o torna perfeito sob luz solar direta e uma qualidade de imagem de topo para consumir conteúdos ou trabalhar. É, sem dúvida, um dos melhores ecrãs do mercado para qualquer tarefa, incluindo ver a tua série favorita.
Desempenho e arrefecimento: potência de sobra, calor que persiste
No interior mora o novo 'motor' da Apple, o processador A19 Pro. Como seria de esperar, o desempenho é irrepreensível como a Apple nos tem habituado. As aplicações abrem instantaneamente, jogos como o Genshin Impact correm com os gráficos no máximo com uma fluidez assinalável e tarefas pesadas como edição de vídeo 4K em ProRes também são uma possibilidade.

Os 12 GB de RAM ajudam a manter muitas apps abertas em segundo plano sem carregamentos constantes. A Apple introduziu este ano uma câmara de vapor para melhorar o arrefecimento, mas, na prática, a diferença é marginal e provavelmente o utilizador comum não notará.
Em sessões prolongadas de gaming ou a gravar vídeo em ProRes RAW a 4K 120fps, o telemóvel continua a aquecer consideravelmente na zona traseira, sem que se note uma melhoria significativa face à geração anterior. A potência está lá, de forma inegável, mas o controlo térmico continua a ser um desafio em cenários de uso extremo. Como em qualquer marca, aliás.
Bateria e carregamento: um dia inteiro sem medos
Um dos pontos mais fortes deste smartphone está na bateria. Os 4823 mAh podem não ser a capacidade de bateria mais sonante, mas o iPhone 17 Pro Max aguenta sem quaisquer problemas um dia de uso intensivo sem te deixar ficar mal. É a otimização da Apple a funcionar em pleno.
Nos meus testes, com uso misto de redes sociais, fotografia, GPS, streaming de música e algumas horas de ecrã ligado, cheguei consistentemente ao final do dia (por volta da 22-23 horas) com 20 a 30% de bateria. É um desempenho muito bem-vindo, especialmente quando comparamos com a autonomia sofrível do iPhone Air.
O carregamento também deu um pequeno passo em frente. Com um carregador compatível (que não vem na caixa, claro), consegues 50% de bateria em cerca de 20 minutos. No entanto, uma carga completa ainda demora mais de uma hora, o que continua a ser lento face aos padrões da concorrência Android.
É importante recordar que existem smartphones Android a carregar totalmente baterias de maior capacidade em metade do tempo. O carregamento sem fios MagSafe mantém-se nos 25 W e continua a ser uma das formas mais convenientes de carregar o equipamento em qualquer lugar, mesmo que de forma mais lenta.
Câmaras: o rei do vídeo perde terreno na fotografia
A Apple continua a ser a rainha indiscutível na gravação de vídeo. A qualidade 4K, a estabilização ótica nos sensores, as opções de formato (até 4K a 120fps em ProRes RAW com Apple Log 2) e a facilidade de uso são de assinalar. Gravar vídeo espacial para os Vision Pro é também uma funcionalidade interessante, embora de nicho. Se o vídeo é a tua prioridade, o iPhone continua a ser a escolha óbvia.
Mas na fotografia, a história é outra. As câmaras são boas, sim. A principal de 48 MP (com um sensor maior) e a ultra angular de 48 MP entregam resultados consistentes, com boa cor e detalhe. E depois temos a teleobjetiva periscópica de 4x. A qualidade é boa e, como é tendência, temos algum pós-processamento notório em zoom de longo alcance.













Mas esse zoom de longo alcance que se fica pelas 40x está longe de ser revolucionário e fica visivelmente atrás do que rivais como a Xiaomi, Honor ou Oppo já oferecem em zoom digital até 100X, embora algumas vezes com qualidade questionável. A Apple parece estar a jogar pelo seguro, com um zoom ótico conservador de 4x, enquanto a concorrência já aposta em 5x ou 10x com resultados muitas vezes superiores.





A câmara frontal de 18 MP tem a qualidade que já reconhecemos noutras gerações dos topos de gama da Apple. É das melhores do mercado para selfies, principalmente com a novidade do Center Stage, que permite tirar fotos em modo paisagem com o smartphone ao alto. E também te segue em videochamadas. Para vlogging, pela estabilização, também é das mais indicadas.


Som Imersivo: Um ponto forte que se mantém
No meio das mudanças de design, a qualidade de áudio felizmente não foi sacrificada. Os altifalantes estéreo do iPhone 17 Pro Max continuam a oferecer um som rico, detalhado e com um bom volume. Seja a ver um filme na Netflix, a ouvir música no Spotify ou numa chamada em alta voz, a experiência sonora é imersiva e de qualidade. É dos pontos onde o iPhone consistentemente brilha face a muitos rivais.
iOS 26, ecossistema e longevidade: A força (e as fraquezas) da Apple
O iOS 26 também não é consensual. A nova linguagem visual "Liquid Glass" e as novas opções de personalização podem agradar a alguns, mas para mim tornaram a interface mais confusa. Antes dizíamos que o iOS era demasiado simples e tinha pouca personalização. Agora quase podemos dizer que tem alguma personalização a mais.
E os problemas crónicos do iOS continuam lá, pelo menos desde que deixei de usar iPhone como smartphone pessoal. As notificações são um caos, o multitasking a sério não existe e a gestão de ficheiros continua a ser uma piada. A grande promessa, a Apple Intelligence, ainda nem sequer está disponível em português de Portugal.
No entanto, é impossível negar a força do ecossistema Apple. Se já tens um Mac (como é o meu caso), um iPad ou um Apple Watch, a forma como o iPhone se integra com eles, com funcionalidades como o Handoff ou o AirDrop, é muito suave e uma conveniência difícil de largar que 'prende' muitos utilizadores. E, claro, há a garantia de longevidade.
A Apple continua a dar um suporte de software exemplar. Podes comprar este iPhone 17 Pro Max hoje com a certeza de que vais receber atualizações do iOS durante, pelo menos, cinco ou seis anos. Como prova o iPhone 11 de 2019 que ainda recebeu o iOS 26 este ano. É um investimento a longo prazo que felizmente os fabricantes Android já estão a conseguir igualar.
Para quem é o iPhone 17 Pro Max?
- Para criadores de conteúdo focados em vídeo: continua a ser a melhor ferramenta móvel para gravar vídeo de qualidade;
- Para quem exige o máximo desempenho: o processador A19 Pro é o melhor processador mobile em termos de potência bruta;
- Para quem já está totalmente imerso no ecossistema Apple: a integração com outros produtos da marca continua a ser um ponto forte.
- Para quem valoriza a longevidade e o suporte de software a longo prazo.
- Não é para ti se... a fotografia com zoom é a tua prioridade, se não aprecias as limitações do iOS ou se o novo design não te convence.
Conclusão
O iPhone 17 Pro Max é um smartphone de topo competente, que faz quase tudo bem. Tem um desempenho de outro mundo, uma bateria que cumpre todas as expectativas e continua a ser o rei do vídeo. No entanto, a Apple parece ter perdido alguma da sua magia neste modelo.
A mudança de design é questionável, a evolução fotográfica é tímida face à concorrência e o iOS 26 parece mais um passo ao lado do que em frente. Por 1499 €, esperava-se mais arrojo e menos passos leves. Continua a ser um excelente iPhone, mas já não é o melhor smartphone que o dinheiro pode comprar.