Quando falamos de smartphones, falar do iPhone é inevitável. O iPhone 16 é o padrão dos telemóveis da Apple para 2024, lançado em setembro, como o mais acessível numa série de quatro equipamentos.
Chegou a Portugal por 989 €, com promessas de mudanças no design, novos botões, mais poderio no processamento e ainda melhorias na fotografia e na bateria. Testei-o durante uma semana e neste artigo conto-te as conclusões.
Unboxing
O unboxing ao iPhone 16 segue o registo que a Apple nos tem habituado nos últimos anos. A caixa é bastante fina e nesta ficamos imediatamente a saber que a cor de teste do equipamento é preta. Mal abrimos a caixa, o primeiro impacto é dado pela parte de trás do smartphone.
No interior encontramos também um cabo USB-C para USB-C de carregamento, com um acabamento em tecido bastante apreciável e que lhe deve conferir durabilidade. Vem também incluída a ferramenta para colocar e retirar os cartões SIM e os manuais de utilizador. Para os fãs dos autocolantes da maçã, estes deixam de estar na caixa nesta geração. O que já não é novidade é a ausência de carregador na embalagem.
Design e construção
O design do iPhone 16 segue as linhas mestras da geração anterior, com um painel frontal com a Ilha Dinâmica, moldura retilínea e uma traseira a condizer. As mudanças estão na disposição das câmaras traseiras, que passa a ser vertical (antes era diagonal). Estes modelos base também são, por norma, coloridos e a Apple manteve esse hábito nesta geração.
Com os iPhone 16, a Apple abandona o acabamento espelhado de outros modelos, para adotar um vidro fosco traseiro. Este confere um aspeto mais sóbrio ao produto e é também menos perecível a dedadas. Algo que pessoalmente aprecio. A construção é aquilo que se espera de um equipamento que custa praticamente 1000 €.
Temos uma moldura em alumínio e uma traseira com Corning Gorilla Glass e painel frontal em vidro com a proteção Ceramic Shield. Nesta cor preta é um equipamento bastante discreto e mesmo a maçã trincada na traseira é quase impercetível. Para o meu tipo de utilização tem o tamanho perfeito para ser usável com apenas uma mão sem problemas.
Para isso muito contribui o peso de apenas 170g que faz deste o smartphone mais leve que usei nos últimos tempos. Destaque ainda para a presença de certificação para proteção contra água e poeiras. Infelizmente não tem sensor de impressões digitais para desbloqueio como acontece nos smartphones Android. A Apple compensa com o Face ID, o desbloqueio facial mais seguro que podes usar num smartphone.
Ainda neste campo, destaque para a presença do botão de ação que substitui o antigo botão do silêncio/som. Neste caso, podes mantê-lo para esse efeito ou configurá-lo para ativar outras funções como a lanterna, por exemplo. Bem mais útil.
A nível de hardware, e que se estende a toda a série 16, está o Controlo de Câmara, um botão que serve para ativares a câmara. Este também funciona como botão capacitivo para transitares manualmente entre níveis de zoom ou exposição, por exemplo. Embora tenha o seu uso, na maioria dos casos vi-me a usar o ecrã como antes para essas personalizações. Força do hábito.
Ecrã
Deixo já um ponto assente: o iPhone 16 tem um excelente ecrã, seja em termos de tamanho (6,1 polegadas), resolução (2556 por 1179 píxeis) e até pico de brilho de 2000 nits (e brilho mínimo de 1 nit). Além disso, suporta HDR10 e Dolby Vision. A Dymanic Island ocupa mais espaço no topo do ecrã que o punch-hole que vemos em topos de gama Android, como o Pixel 9 Pro XL ou o Galaxy S24 Ultra. Mas acaba por ser bem disfarçada pela integração nas animações e tem o bónus de trazer o Face ID.
É, no entanto, imperioso falar do elefante da sala. Em 2024 a Apple continua a achar que ter 120 Hz de taxa de atualização (que a empresa chama de ProMotion), é algo apenas acessível nos modelos Pro, que custam desde 1249 €. Por isso, o iPhone 16 é o único smartphone a custar este valor e a ter um ecrã de apenas 60 Hz.
Dir-me-ão que o utilizador comum não nota ou, porventura, não precisa dos 60 Hz. Isso não está em causa: é um smartphone que custa 989 € e esta funcionalidade encontra-se em equipamentos Android de 200 €. Trata-se apenas de a Apple querer mantê-la exclusiva das versões Pro para alavancar as vendas desses equipamentos.
Colocando isso de parte, há que dizer que o iPhone 16 é o melhor smartphone da indústria a disfarçar bem o facto de ter apenas 60 Hz de taxa de atualização. Pese embora se notem os 60 Hz, para quem já usou algo com 120 Hz (fui utilizador do iPhone 13 Pro), o desempenho e a otimização do software fazem com que dê segurança quanto à sua longevidade.
Áudio
À boa maneira de outros produtos da Apple, as colunas estéreo do iPhone 16 são excelentes para o tamanho do smartphone. Podes contar com uma coluna superior na zona do auricular e outra na parte inferior do equipamento. Podes contar com áudio de qualidade, com bastante detalhe mesmo em volumes mais altos. Seja para ouvires as tuas playlists favoritas no Spotify ou ver uma boa série no Apple TV+, este é um smartphone que não te vai deixar desiludido.
Desempenho
O iPhone 16 chega com um incremento de desempenho, já que é comandado pelo processador A18, enquanto os iPhone 15 vinham com o A16. Este novo processador é de 3 nanómetros e chega com desempenho de topo e maior eficiência. A verdade é que, embora tenha um ecrã de 60 Hz, a combinação deste processador com o iOS 18 torna o iPhone 16 um smartphone que dá gozo usar.
Tem um desempenho de topo em qualquer tarefa que lhe atires para cima. Seja a transitar entre as várias aplicações, seja a jogares títulos mais pesados, tudo parece estar ao alcance do iPhone 16. Não notei quaisquer limitações durante o período de teste neste sentido. Se gostares de números, deixo-te abaixo as pontuações do mesmo no Geekbench 6 e no AnTuTu 10.
Interface
O grande destaque desta versão é a maior personalização, com a possibilidade de definir a gosto a cor dos ícones e de finalmente os podermos colocar onde bem nos apetece no ecrã. Finalmente, Apple. Esta versão do iOS também traz consigo uma Central de Controlo para maior personalização.
No entanto, todas estas personalizações chegam também aos equipamentos mais antigos que recebem o iOS 18. O que deves ter em conta é que nenhum dos iPhone 16 chega de fábrica com a Apple Intelligence. Esta funcionalidade só fica disponível com o iOS 18.1 em inglês, mas ainda não vai funcionar na União Europeia, onde a Apple precisa de obter autorizações junto do organismo regulador.
Ao comprares o iPhone 16, a Apple não te dá garantia de tempo de atualizações. Mas o histórico da marca fala por si e é certo que terás aqui um equipamento que vai ser atualizado pelo menos 5 a 6 anos. Para se ter uma noção, o iPhone XS lançado em 2018 recebeu o iOS 18.
Câmara
No segmento das câmaras, o iPhone 16 chega com o mesmo sensor principal de 48 MP e o mesmo sensor frontal de 12 MP do iPhone 15. A grande novidade, em termos de hardware, está na nova ultra angular de 12 MP que também serve para macros. De registar a ausência de uma teleobjetiva, apenas presente nos Pro.
Tal como já referi acima, o iPhone 16 também traz um botão dedicado para controlo manual das câmaras. Neste podes ativar a mesma com um clique e tirar uma fotografia com outro. Por ser um botão capacitivo, podes usá-lo para deslizar e alternar entre a câmara desejada, exposição, estilos, profundidade, tons e zoom.
Outra abordagem presente na app das câmaras do iPhone 16 é a personalização através de tons e ambientes. São uma boa forma de personalizares as tuas fotografias ainda antes de as tirares e com uma boa previsão do que é o resultado das imagens. Por falar em resultados, não é surpresa se te disser que o iPhone 16 tira das melhores fotografias que um smartphone pode tirar.
Principalmente quando falamos do sensor principal, podes esperar ótimos resultados tanto do dia como de noite. Um dos traços identitários do iPhone é que opta por imagens o mais naturais possível. Isto significa que produz cores o mais perto daquilo que é a realidade. Nem sempre serão as imagens com o maior contraste, mas sim as mais realistas.
De realçar ainda a qualidade nos retratos que registamos com o sensor principal. Quando o maior alcance entra ao barulho, podes optar por zoom digital entre 2 e 8 vezes. No zoom de 2 vezes também é possível tirar retratos e registar outro tipo de fotografias, embora percas algum detalhe. A partir daí, consideramos o zoom apenas usável para um desenrasco. Embora isso aconteça em concorrentes diretos da ‘cena’ Android, a Apple opta por manter a lente telefoto exclusiva dos modelos Pro.
O que está cá e é excelente é a nova lente ultra angular. Esta serve para teres um maior campo de visão nas tuas imagens. Seja de dia ou de noite, também consegues excelentes registos com este sensor. Embora à noite não brilhe tanto como o sensor principal.
A câmara frontal é aquilo a que a Apple já nos habituou. Produz excelentes selfies para as redes sociais e será uma excelente adição se quiseres usar o aparelho para videochamadas. Há que elogiar a transição suave entre as três câmaras traseiras, que nenhum smartphone Android consegue emular.
No campo do vídeo, o iPhone 16 não tem rival na 'cena' Android. Embora este não seja o smartphone mais caro que a Apple vende, produz dos vídeos mais suaves, estáveis e detalhados que vais encontrar na indústria. E aqueles onde a transição entre lentes mais sobressai. Se não tens necessidade de uma teleobjetiva para zoom ou melhores retratos, o iPhone 16 vai deixar-te plenamente satisfeito em termos de câmaras. Seja de dia ou de noite, em fotografia ou vídeo, é um equipamento sólido.
Bateria
O iPhone 16 chega com melhorias na bateria face ao antecessor, tendo agora 3561 mAh. Isto traduz-se também numa autonomia mais robusta. Se tivermos em conta que é um smartphone de 6,1 polegadas e tem uma bateria desta capacidade, o iPhone 16 tem uma bateria bastante boa.
Podes contar com um dia de utilização leve a média. Ou seja, se não fores um utilizador intensivo, que passe grande parte do dia a jogar no smartphone, terás bateria para tirar da carga ao acordar e só voltar a colocar na hora de ir dormir. Mas claro, esta é a minha experiência de uso diário com o equipamento e a tua será seguramente diferente. Quanto ao carregamento, embora a Apple não o diga oficialmente, este carrega a 30 W com fios e 25 W sem fios com o mais recente carregador MagSafe.
Numa altura em que há smartphones a carregar baterias de 5000 mAh em 20 minutos, o iPhone 16 carrega de forma que podemos considerar vagarosa. Podes esperar entre 50 a 60% da carga em cerca de 30 minutos. Mas uma carga completa pode demorar mais de 1 horas e 30 minutos. Se fores daqueles que só carrega o smartphone à noite, não terás problemas.
Conclusão
O iPhone 16 tem câmaras sólidas para fotografia e vídeo, boa qualidade de construção e tamanho compacto, desempenho de topo e boa bateria para o tamanho. No entanto, mantém-se com 60 Hz no ecrã e o carregamento já deveria ser mais rápido. É uma escolha segura para quem quer entrar no mundo Apple, ou fazer upgrade de um iPhone antigo.
Para quem tem um iPhone 12 ou mais antigo, esta é uma boa altura para fazer o upgrade. Se tens um iPhone 13 ou mais recente, deves repensar se as mudanças e melhorias podem fazer diferença para ti.
iPhone 16
Armazenamento: 128 GB, 256 GB ou 512 GB
Cores: branco, preto, rosa, ultramarino e verde azulado
Processador: A18
O iPhone 16 encontra-se à venda desde 989,90 € na Vodafone Portugal, embora possas poupar até 149 € na compra do equipamento com os pontos Clube Viva.
