
Quase um ano após a entrada da DIGI no mercado, o impacto da operadora com internet fixa mais barata em Portugal começa a sentir-se nas contas da NOS. Embora o CEO, Miguel Almeida, garanta que não há uma "fuga dramática" de clientes, admite que a NOS está a crescer mais na sua marca low cost, a Woo, o que está a pressionar as receitas.
Numa conversa com analistas, Miguel Almeida explicou que a dinâmica competitiva se mantém "praticamente a mesma" desde novembro do ano passado (altura da entrada da DIGI). No entanto, reconheceu que há um peso crescente de novos clientes a entrar através da Woo, marca com preços mais baixos que a NOS principal, pode ler-se no Jornal de Negócios.
Mais clientes da Woo trazem "receitas médias mais pequenas, muito mais pequenas"
"Progressivamente temos mais clientes neste segmento, com receitas médias mais pequenas, muito mais pequenas", afirmou. Esta aposta na Woo é vista como uma estratégia defensiva. A NOS não quer "dar muito espaço ao novo entrante" (a DIGI), mas recusa-se a entrar numa guerra de preços diretos com a sua marca principal.
A solução encontrada foi potenciar a Woo para competir no segmento mais sensível ao preço. É uma decisão que, como o próprio CEO admite, "tem impacto" nas contas gerais da empresa, nomeadamente na receita média por utilizador (ARPU). Esta caiu 1,8% no último trimestre.
Apesar da pressão da DIGI, Miguel Almeida garante que a NOS não está a sentir um aumento significativo de clientes a tentar renegociar contratos na linha de retenção, classificando o ambiente como "estável". Questionado sobre um possível aumento de preços no início de 2026, o CEO afirmou que a decisão ainda não foi tomada, mas que a opção está a ser avaliada.
Recentemente o CEO da Vodafone, Luís Lopes, afirmou que a chegada da DIGI a Portugal não tem tido o impacto que se fala.
