"A partir de 20 de julho de 2024, a Kaspersky irá gradualmente encerrar as suas operações e eliminar os seus postos de trabalho nos EUA.”
As declarações foram recentemente proferidas por responsáveis da Kaspersky e têm como base a decisão legal das autoridades norte-americanas – ‘e da Administração Biden’ - de proibir a atividade de empresas russas nos EUA, o que ‘tornam essas operações inviáveis’.
Na origem desta decisão estão as sanções impostas pelos EUA às empresas russas, devido à invasão da Ucrânia. No caso das áreas da tecnologia e, em particular, da cibersegurança, estas sanções ganham uma importância acrescida, já que estão no centro de uma espécie de guerra fria em formato digital que ambos os países têm reativado.
Decisão 'triste e difícil'
Numa declaração feita à BleepingComputer, os responsáveis da Karspersky informaram que a empresa inicia o encerramento progressivo das suas operações nos EUA a partir de 20 de junho. A empresa informou também que serão despedidos os trabalhadores da Karspersky sedeados nos EUA, que a mesma fonte indica serem ‘menos de 50’.
“A decisão e o processo seguem a Determinação Final do Departamento de Comércio dos EUA, proibindo a venda e distribuição de produtos Kaspersky nos EUA” indica a Karspersky, explicando que “a empresa avaliou cuidadosamente o impacto dos requisitos legais dos EUA e tomou esta decisão triste e difícil, uma vez que as oportunidades de negócios no país não são mais viáveis”.
Processo atribulado
“Qualquer indivíduo ou empresa que continue a usar os produtos e serviços da Kaspersky assume toda a cibersegurança e os riscos associados ao fazê-lo.”
Foi desta forma que o US Office of Foreign Assets Control (OFAC), entidade a quem cabe a aplicação de sanções económicas e comerciais a empresas estrangeiras, resumiu as consequências da decisão agora tomada pelas autoridades norte-americanas.
As declarações mais não são do que o corolário de um processo que envolveu um conjunto de decisões legais de várias entidades dos EUA à Kaspersky.
A 21 de junho último, o OFAC sancionou doze executivos da Kaspersky Lab por operarem no setor de tecnologia da Rússia, congelando os seus ativos nos EUA até que as sanções sejam levantadas. Um dia antes, o Bureau of Industry & Security tinha esclarecido as razões para a decisão tomada:
"A Determinação Final e a lista de entidades de hoje são o resultado de uma investigação longa e completa, que concluiu que as operações contínuas da empresa nos Estados Unidos apresentavam um risco à segurança nacional - devido às capacidades cibernéticas ofensivas do governo russo e à capacidade de influenciar ou dirigir as operações da Kaspersky – que não poderia ser resolvido através de medidas de mitigação, a não ser uma proibição total".