Nos últimos meses surgiram notícias de vários países europeus - e não só - que proibiram o uso de telemóveis nas escolas. Agora, chegou a hora de o Governo Português tomar uma posição semelhante.
Em conferência de imprensa após o último Conselho de Ministros, o Governo anunciou uma recomendação para a proibição do uso de telemóveis nas escolas. Uma medida que terá impacto nos 1º e 2º ciclos, portanto, até ao 6º ano de escolaridade.
"Hoje temos muitas evidências de que a utilização de smartphones pode ser não uma vantagem, mas uma desvantagem para as aprendizagens e que em determinadas idades o uso do smartphone pode deteriorar o bem-estar das crianças."
Estas declarações foram proferidas pelo Ministro da Educação, Fernando Alexandre. Uma posição suportada por vários estudos que evidenciam os malefícios que este tipo de equipamentos produzem nas crianças.
O Ministro da Educação revela ainda que esta recomendação é válida para o presente ano letivo. Posteriormente, será avaliado o seu impacto e decidido se a medida deve ser mais restritiva, ou não, e se passará de uma recomendação a uma obrigação.
Escolas do 3º ciclo devem desincentivar o uso de telemóveis
O anúncio feito pelo Governo abrange ainda o 3º ciclo de escolaridade, embora com uma posição menos vincada. Neste caso, a recomendação é que estas escolas adotem medidas para restringir e desincentivar essa prática.
No caso do ensino secundário, o Governo apela ainda às escolas que envolvam os alunos neste processo. Ou seja, os estudantes devem dar a sua opinião sobre as regras a implementar nesta matéria.
Em ambos os casos, o Ministro da Educação refere que não se trata de uma proibição governamental sobre esta matéria. Em rigor, trata-se de uma recomendação que caberá às escolas acolher ou não, embora o Governo o recomende vivamente.
O Executivo justifica estas medidas com o aumento do número de países europeus a regular o uso de telemóveis em recinto escolar. Por exemplo, em França existe um projeto-piloto que proíbe o uso destes equipamentos em todo o ensino básico em 199 escolas.
Já em Portugal, apenas 2% das escolas já adotaram essa medida, mas o Governo acredita que mais devem seguir essa tendência. Este ano será, segundo as palavras de Fernando Alexandre, um ano de teste e veremos que posição tomará o Governo sobre o tema no próximo ano letivo.