Google pagava às marcas para usarem apenas a Play Store nos seus smartphones

Carlos Oliveira
Carlos Oliveira
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No contexto da batalha legal entre a Google e a Epic Games foi revelado um programa de incentivos desenvolvido pela Google. Com esta manobra, a empresa americana garantia que os smartphones aderentes usariam apenas os seus serviços e aplicações.

O programa em causa é conhecido como “Premier Device Program”. Tinha como objetivo garantir que as marcas aderentes colocariam entraves à instalação de aplicações fora da Play Store, a loja oficial da Google.

Google aumentou as receitas de publicidade a troco da exclusividade dos seus serviços

O programa que é agora exposto ao público terá começado em 2019. Trata-se de um entendimento celebrado entre a Google e as suas parceiras que desenvolvem smartphones para o uso do Android e dos seus serviços.

A troco, a Google aumentou a percentagem de lucro que as empresas recebem das receitas geradas pelas pesquisas feitas nos seus equipamentos. Em rigor, os participantes do “Premier Device Program” saltaram dos habituais 8% para os 12% de receitas.

Ademais, a Google aliciou nomes como a LG ou Motorola com 3% a 6% das taxas cobradas na Play Store. Tudo o que tinham de fazer era usar os serviços da Google por defeito e em regime de exclusividade nos seus equipamentos.

Este entendimento inclui a loja de aplicações da Google, a Play Store. Com efeito, as marcas tinham de garantir que esta vigorava em exclusividade nos seus smartphones Android, bloqueando qualquer aplicação que pudesse instalar APK´s alheias à loja de apps da americana.

Xiaomi, Sony, Realme e OnePlus são alguns dos nomes associados ao programa

Tudo indica que este programa de incentivos era gerido em secretismo, por isso, poderemos nunca saber a real extensão dos seus aderentes. Ainda assim, são avançados alguns nomes sonantes como a Xiaomi, Sony, Sharp e a BBK Electronics, que inclui a Oppo, OnePlus, Realme e Vivo.

No que concerne a estas marcas, é avançado que estas comprometeram submeter até 70% do seu portefólio às regras impostas pela Google. Algo que ajuda a justificar o bloqueio que a Google impôs à OnePlus e LG para a instalação da Epic Games Store.

A HMD Global, detentora dos direitos da Nokia, também surge no lote de aderentes ao “Premier Device Program". Esta comprometeu-se a subjugar a totalidade dos seus equipamentos às imposições da Google, justificando a aposta contínua no Android One.

É ainda referido que o contrato da HMD Global teve início em dezembro de 2019 e vigora até 30 de novembro de 2022. Isto significa que o “Premier Device Program” poderá ainda não estar extinto e haver mais marcas legalmente ligadas às imposições da Google.

A Epic Games argumenta que este programa foi sempre gerido longe do conhecimento público. Aliás, as marcas estariam proibidas de discutir os termos deste acordo com terceiros sem a aprovação da Google.

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Carlos Oliveira
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No 4gnews desde 2015, escreve e acompanha as últimas tendências, sobretudo smartphones, para que os leitores estejam sempre bem informados.