Google esclarece polémica sobre recolha de dados de localização

Carlos Oliveira
Carlos Oliveira
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No dia de ontem surgiu uma nova polémica que envolvia a Google e a forma como a mesma vinha a recolher a localização dos seus utilizadores sem permissão. Basicamente aquilo que foi avançado era que a gigante de Mountain View recolhia os dados de localização do nosso smartphone, mesmo sem que tivéssemos o nosso GPS ligado.

Vê ainda: TekGenius. Na declaração a que os nossos colegas tiveram acesso podemos ler o seguinte:

“Para garantir que as mensagens e as notificações são recebidas rapidamente, os telefones Android mais modernos utilizam um sistema de sincronização de rede que requer a utilização de Mobile Country Codes (MCC) e de Mobile Network Codes (MNC). Em janeiro deste ano, começamos a olhar para isto, utilizando os códigos Cell ID como um sinal adicional para melhorar a velocidade e o desempenho do envio das mensagens. No entanto, nunca incorporámos o Cell ID no nosso sistema de sincronização de rede e, por isso, esses dados foram imediatamente descartados e actualizámo-lo para não voltar a solicitar os códigos Cell ID. Os MCC e MNC disponibilizam as informações de rede necessárias para o envio de mensagens e notificações e são separados distintamente dos Serviços de Localização que dão às aplicações a localização de um dispositivo. ”

Explicando a forma como os nossos smartphones e telemóveis comunicam com a rede, rapidamente chegamos à conclusão que alguns destes dados são inevitavelmente recolhidos pelas empresas de telecomunicações. Ou seja, os MCC e MNC são aquilo que nos permitem sincronizar com qualquer rede móvel. Só com acesso a estes dados é que a operadora sabe a que antena nos encontramos ligados e dessa forma enviar os dados para a mesma e não para outra qualquer.

A Google esclarece que nunca armazenou os Cell ID, logo nunca soube as localizações exatas dos utilizadores

Importa referir que uma vez que estes dados identificam qual a antena a que estamos ligados, permite ter uma noção da nossa localização. Todavia, os mesmos não descriminam a que distancia ou orientação nos encontramos dessa antena, logo não permite uma localização exata.

Já se juntarmos a esta equação os dados Cell ID, aí sim poderíamos chegar a uma localização exata. Isto porque com a junção dos dados MCC, MNC e Cell ID, e cruzando-os com o código da área de localização, obtemos uma localização precisa de um determinado equipamento.

Pois bem, agora que estão esclarecidos todos os parâmetros referidos no comunicado da Google, sabemos que, afinal, a empresa americana não tinha acesso à nossa localização exata. Uma vez que a Google não armazenava os dados Cell ID, esta não tinha forma de saber onde, exatamente, se encontravam os seus utilizadores. Tal só seria possível se esta procedesse à triangulação de todos estes parâmetros.

Mas ainda assim podemos dizer que a Google obtém, deslealmente, uma localização aproximada de todos os Android? Não! Isto porque nos termos e condições da Google, com os quais todos concordamos quando configuramos os nossos smartphones, é especificado que a empresa irá recolher os dados referentes às antenas com as quais nos conectamos diariamente.

Em jeito de conclusão, podemos afirmar que as operadoras e outras empresas tecnológicas têm sempre forma de saber, de forma aproximada, onde se encontram os seus utilizadores. Desta forma, se pretendes manter um anonimato constante da tua localização, o melhor é mesmo deixares de aceder à internet e de utilizar um smartphone ou telemóvel.

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Carlos Oliveira
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No 4gnews desde 2015, escreve e acompanha as últimas tendências, sobretudo smartphones, para que os leitores estejam sempre bem informados.