Qual é o motor de busca que usam por defeito? E porque é que é o Google? Bom, caberá muito em breve a um meritíssimo juiz norte-americano decidir isso mesmo. Estamos perante o primeiro grande caso judicial a colocar uma grande tecnológica ou Big Tech como a Apple, Amazon e Google, no banco dos réus devido ao seu monopólio de mercado e respetivo papel no acesso à informação.
Após meses de investigação e respetiva construção do caso pela acusação iniciam-se agora as diligências que podem mudar a face da Internet. A magnitude deste caso pode (apenas) ser comparada ao grande caso anti-monopólio que a Microsoft enfrentou no final dos anos 90.
Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América vs Google
A acusação formal foi avançada em janeiro deste ano, chegando agora à barra da justiça. Trata-se de um dos maiores casos contra uma das Big Tech, com potenciais repercussões para o próprio rosto da Internet tal como o conhecemos.
Em apreço está sobretudo o modelo de negócios da Google que incide na apresentação de anúncios e publicidade através dos seus serviços e plataformas. Em síntese, procura-se agora saber, junto da Justiça, qual é o motor de busca que mis utilizam e o porquê.
A primeira questão é de resposta imediata. O Google é a porta de acesso à Internet para a esmagadora maioria da população mundial. Por outro lado, a segunda questão obrigará a uma maior investigação e produção de prova junto do tribunal.
Google paga fortunas para as empresas usarem o seu motor de busca
Todos os anos a Google paga um "estímulo" a gigantes como a Apple, até operadoras como a Verizon e uma miríade de fabricantes de smartphones Android para usarem a sua plataforma. Tudo para que, ano após ano, o Google seja o motor de busca preferencial.
Para o utilizador, o Google tornou-se num autêntico sinónimo de busca na Internet. É este o motor de pesquisa em que pensamos de imediato para aceder à Internet e pesquisar uma qualquer informação na grande Web. Além disso, é também esta a empresa que mais informação distribui diariamente às pessoas em redor de todo o mundo e, como tal, tem uma responsabilidade acrescida.
Em retorno, a Google "vende" o seu espaço publicitário, com os Google Ads a totalizar cerca de 60% das receitas obtidas pela empresa durante o ano fiscal de 2022.
Em jeito de mera curiosidade, o crescimento da Google foi, na altura, bastante potenciado pela "desconstrução" da Microsoft resultante da ação anti-monopólio no final da década de 90.
Microsoft foi alvo de um processo similar com o Internet Explorer
O advento da Internet assistiu a um caso similar quando a Microsoft foi colocada no banco dos réus por "empurrar" ou mesmo forçar a utilização do seu Internet Explorer como navegador predefinido. Sendo então, como agora, o sistema operativo mais popular do mundo para computação pessoal, a Microsoft aproveitou esta posição para forçar o utilizador a usar o seu Explorer.
O Departamento de Justiça norte-americano considerou então a ação da Microsoft como monopolista. Agora, resta aguardar pelo desenvolvimento e decurso destas diligências que hoje se iniciam.
É, em suma, um dos casos que pode mudar a face da Internet e que acompanharemos, naturalmente, com especial atenção.
Será a Google um exemplo de empresa monopolista, ou "vítima" do seu próprio sucesso?
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