Google deixa escapar grande reformulação do Android — primeiras imagens revelam visual completamente novo

Sabryna Esmeraldo
Sabryna Esmeraldo
Tempo de leitura: 4 min.

Foi com um descuido que o Google acabou por revelar ao mundo o Material 3 Expressive, a sua próxima grande aposta no design do Android. A novidade surgiu através de uma publicação no blogue, acidentalmente publicada e rapidamente apagada, mas não a tempo de impedir que a fuga de informação acontecesse.

O conteúdo revela a maior reformulação visual do Android dos últimos anos, centrada numa experiência mais emotiva, envolvente e — acima de tudo — mais utilizável.

“Material 3 Expressive”: o nome é longo, mas o objetivo é simples

No material captado pelo 9to5Google e arquivado pelo Wayback Machine, vemos que o novo sistema visual não é apenas uma evolução estética. Segundo o Google, o Material 3 Expressive nasceu de um processo exaustivo de investigação e design colaborativo, que envolveu 46 estudos distintos e mais de 18.000 participantes de todo o mundo.

A ideia? Criar um sistema visual que seja funcional, apelativo e intuitivo — e que, ao mesmo tempo, vá além dos designs “limpos” e “aborrecidos” a que muitos utilizadores já se habituaram.

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Imagem: Google / via 9to5Google e Wayback Machine

Ao contrário da abordagem anterior, onde os dados decidiam tudo, este novo design foi moldado por uma investigação multidisciplinar que cruzou engenharia, psicologia visual e usabilidade.

“Os princípios expressivos do Material 3 são baseados em pesquisas sólidas e construídos com base em práticas recomendadas de usabilidade de longa data, para que os designers possam usar esses novos componentes e princípios com confiança, sabendo que estão a construir algo fácil de usar e com o qual as pessoas se possam identificar”, explicava a publicação do Google.

Mais cor, mais forma, mais emoção

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Imagem: Google / via 9to5Google e Wayback Machine

Os princípios fundamentais do Material 3 Expressive assentam em 5 pilares visuais: cor, forma, tamanho, movimento e contenção. O Google quer que as interfaces ganhem vida, com elementos que se destaquem — não só por serem bonitos, mas porque guiam o olhar do utilizador para onde realmente interessa.

E os dados parecem confirmar o sucesso da abordagem: nos testes realizados, os participantes conseguiram identificar os elementos-chave da interface até 4 vezes mais rápido do que no Material 3 tradicional.

Além disso, utilizadores com mais de 45 anos navegaram tão eficazmente como os mais jovens, algo que o Google destaca como uma democratização da experiência digital.

“O Material 3 Expressive é caracterizado pelo uso ousado de forma e cor, criando experiências encantadoras para o utilizador […] Esses aspetos de design também são fundamentais para tornar um produto mais utilizável, pois chamam a atenção para o que importa na interface: destacar ações importantes e agrupar elementos semelhantes”, afirmou o Google.

O que muda na prática?

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Imagem: Google / via 9to5Google e Wayback Machine

Os primeiros conceitos mostram uma barra de ferramentas flutuante, em forma de cápsula, posicionada na parte inferior do ecrã sem ocupar toda a largura — algo semelhante ao que já se encontra no Google Chat.

Há também referências a ícones redesenhados (como o da bateria), uma nova tipografia no relógio e um menu de definições rápidas completamente renovado. Até a própria app do Relógio já deu sinais de mudanças visuais.

Num estudo de caso com o Gmail, por exemplo, o botão “Enviar” passa a ser maior, mais visível e posicionado acima do teclado — em contraste com a versão anterior, onde ficava pequeno e escondido na barra superior.

É importante destacar, no entanto, que estes são apenas designs conceptuais que ainda não refletem produtos reais, mas já nos dão pistas dos caminhos que o Google planeia seguir.

Design que parece moderno — e é percebido como tal

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Imagem: Google / via 9to5Google e Wayback Machine

Segundo o Google, este novo estilo tem também um impacto direto na perceção da marca. O design expressivo foi associado a um aumento de 32% na “perceção de subcultura” (ou seja, parece mais fixe), 34% em modernidade e 30% em rebeldia — qualidades que o gigante de Mountain View quer associar ao seu ecossistema.

Além disso, os testes apontam para uma clara preferência pelo Material 3 Expressive em comparação com designs inspirados nas Human Interface Guidelines do iOS. A ideia é criar algo que não só funcione bem, mas que pareça inovador e com identidade própria.

O que se segue?

Apesar do deslize, o Google deverá abordar oficialmente o Material 3 Expressive ainda este mês, numa sessão técnica dedicada durante a conferência Google I/O 2025. Até lá, continuamos apenas com os esboços conceituais e os detalhes revelados na publicação acidental.

Tudo indica, contudo, que o Android vai mesmo deixar para trás o minimalismo neutro e apostar num design mais emocional, expressivo e humano. Uma coisa é certa: se tudo correr como o Google promete, navegar no Android nunca mais será uma experiência fria ou impessoal.

Sabryna Esmeraldo
Sabryna Esmeraldo
Sabryna trabalha com comunicação há mais de dez anos e especializou-se a produzir conteúdos e tutoriais sobre aplicações e tecnologia. Consumidora de streamings e redes sociais, adora descobrir as novidades do mundo.