É uma história digna de um episódio do CSI, sobretudo daqueles em que a chave para avançar na investigação está numa tecnologia ‘inovadora’, que ainda não chegou ao mercado. E até os fãs da Apple e da Samsung têm aqui matéria para argumentar sobre qual o melhor dispositivo móvel...
O FBI acaba de anunciar que conseguiu, finalmente, desbloquear o smartphone de Thomas Matthew Crooks, o homem que tentou matar Donald Trump e que foi depois abatido.
No âmbito da investigação ao atentado de dia 13 de julho, as autoridades norte-americanas tentaram no dia seguinte aceder à informação do ‘novo modelo Samsung com Android’ de Crooks, mas sem sucesso.
Cellebrite ajudou a desbloquear... mas so à segunda
O processo é descrito pelo 9To5MAC, que cita a Bloomberg para revelar que o desbloqueio do smartphone terá sido tudo menos pacífico.
Na primeira tentativa, o FBI usou o software forense da Cellebrite para tentar a ignorar ou identificar o código de acesso do Samsung. Sem sucesso.
O FBI enviou depois o dispositivo para o seu laboratório em Quantico, no Estado da Virgínia, mas só na terça-feira seguinte conseguiu desbloquear o dispositivo, e com o apoio direto da Cellebrite.
Além de suporte técnico adicional, a empresa teve de dar acesso a um novo software forense que ainda estava em desenvolvimento – e só esse permitiu desbloquear o smartphone em escassos 40 minutos.
Do conteúdo guardado no Samsung de Thomas Matthew Crooks, segundo a agência Associated Press, fariam parte fotos de Donald Trump, Joe Biden e de outros funcionários da Administração Norte-Americana, bem como pesquisas sobre transtornos depressivos.
E se fosse com um iPhone?
O artigo do 9To5MAC aproveita a história deste Samsung e a participação da Cellebrite no processo de desbloqueio para deixar uma informação algo perturbadora: e se em vez de um Samsung fosse um iPhone?
De acordo com um leak de documentos analisados por este site, o software da Cellebrite não consegue atualmente desbloquear iPhones baseados no iOS 17.4 e nas versões seguintes. E a maioria dos modelos com iOS 17.1 a 17.3.1 também tornam impossível essa tarefa. As exceções são os modelos iPhone XR e iPhone 11, devido a vulnerabilidades do próprio hardware.