FaceApp já recolheu mais de 150 milhões de fotos. Empresa afirma que apaga depois

António Guimarães
António Guimarães
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A aplicação de filtros faciais FaceApp continua a fazer furor por todo o mundo com o seu filtro de envelhecimento. A app já conta com mais de 100 milhões de transferências e está em primeiro lugar na Google Play Store e Apple App Store.

Contudo, a app está a passar por alguma controvérsia devido à sua política de recolha de dados. Já são mais de 150 milhões de utilizadores com dados faciais e nomes recolhidos.

É importante salientar que todas as aplicações recolhem dados do utilizador de uma forma ou de outra. A FaceApp parece exagerar um bocado, no entanto.

Utilizadores da FaceApp concedem uma licença 'vitalícia' aos seus dados

De acordo com os termos e condições da FaceApp, a empresa passa a ter uma licença livre para fazer o que quiser com os dados faciais dos utilizadores. Citando os termos da aplicação:

"Ao utilizar a FaceApp, você concede uma licença perpétua, irrevogável, não exclusiva, isenta de direitos autoriais, global, totalmente paga, sub-licenciável e transferível para usar, reproduzir, modificar, adaptar, publicar, traduzir, criar trabalhos derivados, distribuir, mostrar publicamente e exibir o seu Conteúdo de Utilizador e qualquer nome, nome de utilizador ou imagem fornecidos em conjunto com o seu Conteúdo de Utilizador em todos os formatos e canais atualmente conhecidos ou desenvolvidos posteriormente, sem qualquer compensação para si."

FaceApp insiste que apaga as fotografias dos utilizadores

Numa entrevista ao Tech Crunch, a FaceApp indicou que 'normalmente' apaga as fotografias dos utilizadores após 48 horas. Além disso, adicionaram que não partilham dados com outras empresas.

Não é a resposta mais tranquilizante visto que 48 horas são suficientes para usufruir dos dados recolhidos. Além disso, segundo os seus termos, eles não tem obrigação de apagar nada.

Os dados recolhidos serão provavelmente utilizados para treinar inteligências artificiais

Caso queira, a FaceApp tem autorização para utilizar a tua cara em sites, canais de YouTube ou cartazes publicitários. No entanto, o mais provável é que a tua cara e expressões faciais sejam utilizados para treinar inteligências artificiais.

Algoritmos de reconhecimento facial requerem bases de dados gigantescas com milhares de caras para referência. Aliás, para conseguir fazer o efeito de idoso, o FaceApp provavelmente vai buscar exemplos de idosos numa base de dados, adaptando depois as características (rugas, barba branca) a cada utilizador.

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António Guimarães
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Juntamente com os seus atuais companheiros Mi A2 e Surface Go, batalha para elucidar as massas sobre todos os acontecimentos da esfera tecnológica. "Informação é poder" é a frase que o acompanha diariamente. Talvez um dia a coloque numa t-shirt.