Durante a apresentação das novidades de verão da Samsung, o 4gnews falou, em exclusivo, com José Correia, Diretor de Produto da Samsung Portugal para saber quais são as expetativas para os novos produtos e como este vão ser recebidos pelos utilizadores portugueses.
Quais são as previsões dos novos smartphones dobráveis para o mercado português? Estão à espera de um grande sucesso?
Sim. Os terminais têm vindo a percorrer o seu caminho. Encontramos ainda algumas resistências naturais por parte do utilizador porque é um formato completamente novo. Não tanto pelo preço, o mercado está cada vez mais a ir para os mil euros e até acima dos 1.500 euros. O mercado acima dos 1.500 euros cresce 350%, este ano. O preço acaba por ser uma barreira, naturalmente, para alguns consumidores. Mas a principal barreira, e é esse o nosso empenho e o nosso esforço, é tentar demonstrar o que os terminais fazem e as capacidades que têm.
Este ano, o Flip5 fala por si, todas as mudanças físicas no telefone são já autoexplicativas e as pessoas vão começar a perceber claramente os benefícios do Flip. No Fold estamos a trabalhar naquilo que é a experiência de utilização. As expetativas são boas. A nossa ambição é vender mais 40% a 50% do que na geração anterior.
O Galaxy Flip5 vai destacar-se por ter grandes novidades?
Sabemos que as pessoas, de uma forma geral, acabam por olhar para as melhorias visíveis. E, este ano, é verdade as melhorias visíveis acontecem no Flip5 – ainda que o Fold5 também tenha novidades. No Flip5 as novidades começam no ecrã exterior com 3,4 polegadas. Um ecrã já muito generoso que nos vai possibilitar fazer muitas das operações normais dos smartphones que é responder a mensagens, ver vídeos no YouTube, falar no WhatsApp com teclado QWERTY, ver Netflix, a aplicação do Google Maps também vai estar disponível.
A experiência de utilizador é também completamente diferente com o que este ecrã possibilita. O grande ecrã ao lado das câmaras principais permite-nos ter aquilo a que chamamos o rei das selfies. Este equipamento permite-nos tirar sempre partido das câmaras principais e podemos ver sempre o resultado no ecrã, seja quando estamos a captar a fotografia ou quando acionamos a pré-visualização, com a qual podemos apagar a imagem ou adicioná-la aos favoritos. Estas funções são também válidas para quando estamos a tirar uma fotografia a alguém; essa pessoa pode logo ver se gosta ou não do enquadramento.
Portanto, no Flip5 falamos do ecrã exterior, falamos da fotografia e do que chamamos Pocket Ability, a facilidade de o colocarmos no bolso ou guardá-lo em qualquer sítio, o que é bastante conveniente. A parte mais estética do design que, este ano, também melhorámos com a nova tecnologia da dobradiça. Esta faz com que o equipamento não tenha nenhuma folga entre os ecrãs quando está fechado. Além de ser agora um equipamento mais resistente que é uma das preocupações dos nossos utilizadores. Por isso, o Flip5 claramente destaca-se.
O Fold5 também conta com o novo mecanismo de dobradiça e, quando está aberto, fica completamente plano. Estamos a trabalhar muito naquilo que é a experiência de utilização, quer seja na funcionalidade Multijanela, quer na possibilidade de três janelas a funcionar em simultâneo mais janelas pop-up, quer na utilização de dois dedos no ecrã para efetuar uma operação. Depois, graças à nova capa que temos este ano que é muito slim, vamos conseguir trazer sempre connosco a S Pen para levarmos a produtividade a um próximo nível.
Para finalizar, a nível do Fold5, há algo também para a área gaming. Os dois novos smartphones dobráveis estão equipados com o Snapdragon 8 Gen 2 e o Fold5 acrescenta a funcionalidade Ray Tracing e um sistema de arrefecimento renovado para uma dissipação do calor mais eficiente que nos permite fazer longas sessões com os jogos mais exigentes. Em resumo, temos aqui duas grandes máquinas.
O preço dos smartphones dobráveis continua elevado?
A tecnologia tem muitos custos de desenvolvimento e, naturalmente, as próprias condições do mercado como a inflação, a guerra, etc, não nos permite avançar a prazo, com a transformação destes modelos em equipamentos mais acessíveis. Ora esse é um caminho que irá ser feito. Mas o preço não é uma barreira para alguns consumidores. O custo entre os 1.300 e 1.700 euros funciona como uma espécie de “sweet spot” no mercado e é onde está o grosso das vendas.
Também temos soluções que permitem facilitar a aquisição dos equipamentos numa base mensal e outras modalidades como o renting. Estamos a trabalhar em várias soluções para dar aos nossos consumidores mais hipóteses de terem os equipamentos.
As vendas dos novos dobráveis podem vir a equiparar-se às vendas da série Galaxy S23?
Na nossa ótica, esse é um caminho que irá acontecer. Para nós, estes modelos são o futuro da categoria, não se trata de um fetiche ou uma coisa moderna. Nós achamos claramente que estes equipamentos mudam a forma como o utilizador interage com o telefone; não há nenhum outro modelo como o Galaxy Z Fold. Já ouvi consumidores dizerem que se habituaram e que não voltam atrás.
Ouço sobretudo esta frase sobre o modelo Fold, porque é um equipamento disruptivo e permite-nos ter aqui uma utilização quer pessoal, quer profissional – e nós temos cada vez mais este tipo de cliente. O Fold5 permite-nos ter uma utilização mais abrangente. Por isso, sim, a prazo não vão substituir a série S, mas vão para uma equiparação, a nível de volume, não tenho dúvidas disso.
A Samsung está a seguir a tendência do mercado global de smartphones, com o segmento premium a manter o crescimento?
Sim, nós no panorama geral estamos a perder algum volume, estamos em linha com o mercado. Estamos idênticos ao ano anterior, mas o mercado está a cair abaixo dos 600 euros, na nossa série A estamos também a sentir essas perdas. No geral, estamos a ganhar quota no segmento premium, estamos a crescer ligeiramente mais que o mercado neste segmento de topo, e este é o segmento que mais cresce.
A chegada do iPhone vai fazer mexer o mercado. A Samsung acredita que vai fazer frente a essa movimentação com as suas séries de topo?
O iPhone é o nosso grande concorrente, não há forma de dar a volta. O que eu posso dizer é que, estes telefones e os dados que nós temos dos dobráveis, indicam que são estes terminais que mais atraem utilizadores da nossa concorrência, a Apple. Claramente são telefones que apelam àquilo que é a essência do consumidor Apple. Não diria se vamos fazer frente ou não, mas nós estamos muito confortáveis com o nosso portefólio para fazermos o nosso caminho e confiantes de que temos as ofertas corretas e certas para o nosso consumidor.
Como eu dizia, estamos a ganhar quota no segmento premium e estamos confiantes que com este novo portefólio esse trabalho continuará a ser feito e que continuaremos a ter estes resultados.
Para finalizar, quais são as expetativas para as gerações Galaxy Watch6 e Galaxy S9 para o mercado português?
No ano passado, o Tab S8 foi um grande sucesso, especialmente o modelo Ultra. Muita gente tinha dúvidas porque era grande e muito caro, mas a verdade é que significou quase 40% das nossas vendas. Portanto, este ano redobramos a aposta no Ultra, temos os primeiros tablets resistentes à água e trabalhámos também a resistência de utilização.
Depois nos relógios, este ano, temos a nossa coqueluche, o Classic, com moldura rotativa. É um modelo que os utilizadores adoram e mais elogiam. O ano passado, deixámos logo claro, no lançamento do Galaxy Watch5 Pro, que o modelo Classic não morria. Temos é uma política de lançamentos alternados e este ano é o ano do Classic. Este smartwatch está muito interessante e estamos muito confiantes no sucesso das duas categorias.
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