A gigante chinesa dos smartphones é uma das três grandes fabricantes mundiais com forte presença também em Portugal. Assim, com o intuito de aprofundar o conhecimento sobre uma das marcas favoritas dos portugueses entrevistamos Tiago Flores, o Country Director da Xiaomi Technology.
Das ambições da Xiaomi no mercado dos smartphones até ao ecossistema de produtos. Indagamos, em nove pontos, a implementação da marca no nosso país, a estratégia atual e a direção futura. Todas as respostas, em seguida, na entrevista 4gnews.
1. Em que trimestre / ano espera a Xiaomi ser líder de mercado mobile em Portugal?
A Xiaomi está prestes a fazer um ano de presença, com estrutura própria, em Portugal. Neste primeiro ano, conseguimos terminar como a segunda marca mais vendida de smartphones, o que consideramos ser um excelente arranque da operação no país.
Estamos a falar de uma posição consolidada, que se repetiu em todos os trimestres do ano e que resulta de um trabalho direto e diário que a equipa desenvolveu com os todos os agentes do mercado. Este trabalho permitiu-nos duplicar o portfólio disponível da Xiaomi nas lojas e quadruplicar o número de unidades vendidas na categoria de smartphones comparando com 2020.
Os resultados de 2021 mostram-nos que os portugueses olham para a Xiaomi de forma muito positiva o que nos entusiasma para continuar esta aproximação em 2022 e começar a trabalhar o segmento premium.
Apesar de o crescimento ser um fator importante no negócio, para a Xiaomi, a maior preocupação é em entregar aos Xiaomi Fãs portugueses a tecnologia que eles querem de uma maneira constante e consistente.
2. Quais são as próximas cidades onde a Xiaomi espera implantar lojas / quiosques?
A natureza do nosso negócio e o posicionamento da Xiaomi torna fundamental uma grande aproximação ao nosso cliente final. Nesse sentido, aumentar a pegada de lojas Mi Store é um ponto importante da nossa estratégia sendo que em março deste ano já abrimos uma loja em Albufeira e estamos a planear abrir brevemente uma loja na Madeira.
Estas lojas permitem-nos expor de uma forma mais abrangente o nosso portfolio e explicar o grande benefício que a conectividade traz ao nosso dia a dia.
As Mi Stores são também um espaço de marca e de encontro para os Xiaomi Fãs que gostam de acompanhar as novidades da marca e que assim têm um espaço de contacto com os mais recentes produtos.
Estamos também a trabalhar com os nossos parceiros no sentido de aproximar ainda mais a Xiaomi dos consumidores portugueses, através da implementação de espaços de marca nas lojas e de soluções de retalho criativas que desafiem os utilizadores a experimentar os nossos produtos.
3. Em Espanha a Xiaomi já é líder de mercado há algum tempo. O crescimento da marca em Portugal acompanha as expectativas?
A Xiaomi em Espanha tem tido uma performance fantástica, mas a marca está presente no país há 4 anos e nós estamos no primeiro ano da Xiaomi em Portugal. O nosso objetivo passa por continuar a crescer de forma consolidada e aumentar o nosso portfolio disponível no país para trazer ainda mais tecnologia aos portugueses.
O primeiro ano foi excelente e sem dúvida que acompanhou as expectativas, agora, o nosso foco passa por trazer cada vez mais consumidores para uma tecnologia mais inteligente e contribuir para um Portugal mais digital e mais inclusivo.
4. A Xiaomi ainda é olhada por muitos utilizadores como fabricante de smartphones baratos. O mercado premium é mais difícil de penetrar?
A Xiaomi é uma marca que tem uma notoriedade muito positiva em Portugal e é uma marca com um posicionamento diferente das outras tecnológicas.
Posicionámo-nos como querendo ser os melhores amigos dos nossos consumidores e entregar a melhor tecnologia a preços justos. Isto é um dos pilares que define a Xiaomi. Este posicionamento é muito bem-aceite pelo consumidor que acaba por se tornar num embaixador da Xiaomi e num agente ativo de recomendação dos produtos.
Estamos a começar a trabalhar o segmento premium em Portugal e o mais recente lançamento da série Xiaomi 12 será certamente um momento importante para começar a penetrar este mercado.
5. Qual o volume de vendas em Portugal no segmento dos smartphones?
Não podemos falar de números concretos de volume de vendas, mas posso afirmar que terminámos o ano com quatro vezes mais de unidades vendidas em smartphones face ao ano anterior e estamos a conseguir ser, consistentemente, e de forma muito consolidada, a segunda marca de smartphones mais vendida em Portugal.
6. Além dos smartphones, qual a categoria de produto que mais sucesso tem em Portugal?
Apesar de ainda registarmos um peso maior na categoria de wearables, estamos a registar um interesse cada vez maior da parte dos portugueses em equipamentos de AIoT: sensores de automação, lâmpadas inteligentes, tomadas inteligentes, câmaras de filmar e de segurança que estão ligadas ao smartphone, etc.
Existe uma clara tendência que aposta na construção de uma Smart Home, cada vez mais eficiente e conveniente para o nosso dia a dia. É aqui que a proposta de valor da Xiaomi se torna realmente única, porque conseguimos entregar hoje os equipamentos conectados necessários para tornar as casas portugueses em Smart Homes. Introduzimos também a categoria de TV no segundo semestre do ano passado e a resposta do mercado foi entusiasmante, contamos aumentar o nosso portfolio nesta categoria em 2022.
A Xiaomi é também muito reconhecida pela sua categoria de Mobilidade urbana, com as trotinetes Mi Electric Scooter, onde temos uma fatia considerável do mercado e onde vamos continuar a apostar.
7. Quais são as expectativas da Xiaomi para o mercado português nos próximos cinco anos?
A expectativa é muito positiva, não só pelo que já fizemos em tão pouco tempo de operação, como também pelo excelente feedback que temos recebido, registando um interesse cada vez maior nos nossos produtos.
Para já, o objetivo passa por ter um equipamento Xiaomi em todas as casas portuguesas em três anos, o que se traduz em 5 milhões de equipamentos vendidos durante esse período. É um objetivo ambicioso, mas estamos confiantes que conseguimos concretizá-lo.
8. No início deste ano, têm uma quota de mercado de 24%. Qual é a quota de mercado que querem atingir nos próximos três anos?
Não temos definida uma meta específica para a quota de mercado que queremos atingir. O nosso principal objetivo é continuar a trazer tecnologia para os consumidores portugueses, aumentar o nosso portfolio e trabalhar todas as categorias de produto Xiaomi.
Estamos confiantes conseguir uma grande fidelização do consumidor português devido à qualidade dos nossos produtos e os nossos valores que passam pela inovação, preço justo e inclusão digital.
9. Como pretendem concretizar em Portugal o objetivo de conectar 5 milhões de equipamentos em 3 anos?
A proposta de valor da Xiaomi é muito grande porque tem no centro da sua estratégia de negócio a ligação entre o AIoT, que é a junção de inteligência artificial com Internet das coisas, e o smartphone. Ou seja, o smartphone é um hub onde conseguimos controlar todos os nossos dispositivos conectados, de uma maneira simples, através de uma aplicação como, por exemplo, a Mi Home.
Existem benefícios a vários níveis em ter uma vida mais conectada, eficiente e conveniente, e o consumidor português está a perceber esse benefício. Existe um estudo da Xiaomi que nos indica que as pessoas, na sua grande maioria, consideram as suas casas como aborrecidas, e estamos a ver uma mudança no comportamento do consumidor que vem no seguimento do seu interesse em ter uma maior conectividade dentro da sua casa.
Este é um ponto base para o nosso sonho de Conectar Portugal nos próximos 3 anos através de 5 milhões de equipamentos vendidos no país.
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