A Engwe P275 ST é a ‘irmã’ da P275 Pro que já testámos no passado. É uma bicicleta de cariz utilitário, com um design step through. É, por isso, uma opção interessante neste segmento com um preço de lançamento de 2199 €, mas que já encontras por 1899 € no site oficial da marca.
Será que se justifica este preço? O que traz esta bicicleta elétrica de especial dentro do segmento de valor em que se insere? Testámo-la ao longo das últimas duas semanas e neste artigo contamos-te as nossas conclusões.
Principais características da Engwe P275 ST
- Ecrã: LCD Bafang C244 com certificação IP65
- Sensor de torque: Sim
- Torque: 70 Nm
- Motor: Ananda de 250 W (central)
- Bateria: 36V 19,2 Ah com células Samsung
- Autonomia: até 260 km
- Carregamento: entre 3 e 8 horas
- Sistema de travagem: hidráulico
- Velocidades: 9 (Shimano)
- Iluminação: frontal e traseira
- Selim: Selle Royal com air-lifting
- Pneus: 27,5 polegadas
- Peso: 25,6 kg
- Na caixa: bicicleta, pedais, luz traseira e frontal, ecrã, guarda-lamas, carregador, campainha, ferramentas de montagem e manual de instruções
Unboxing e montagem
Na caixa da P275 ST encontras tudo que precisas para fazer a montagem desta bicicleta. Tens todas as ferramentas que precisas na caixa, mas se tiveres uma parafusadora elétrica vais conseguir acelerar todo o processo.
Terás de montar a roda frontal, o guiador, pedais, guarda-lamas, descanso, selim, ecrã, campainha e iluminação traseira. Acaba por ser uma montagem acessível para a maioria dos utilizadores, mas podes esperar demorar uma a duas horas, dependendo da tua experiência.
Como sempre, é aconselhado que faças um carregamento completo da bateria antes de usar a bicicleta pela primeira vez. Já vem com alguma carga, pelo que demorará apenas algumas horas a carregar.
Ótima construção e design
Pela sua faixa de preço não esperávamos outra coisa: a P275 ST é uma bicicleta muito bem construída. Nesta cor branca com detalhes em laranja (principalmente na zona da bateria), é também uma bicicleta vistosa.
Esta cor casa muito bem com a cidade, assim como o design step through é perfeito para facilitar a entrada e saída da bicicleta. É uma bicicleta com ótimos acabamentos, onde se nota robustez e potencial durabilidade.
Ao contrário da versão Pro, nesta temos uma corrente tradicional com 9 velocidades. Os pneus de 27,5 polegadas estão entre o fino e o grosso e apresentam-se com uma linha branca a percorre-los que facilita a visualização noturna com incidência de luz artificial.
Por ser uma bicicleta com um tamanho generoso e pesar mais de 25 kg, não é daquelas que vais querer levar contigo escadas acima. O ideal será mesmo ficar na garagem e retirares a bateria quando for preciso carregar.
Motor central com boa potência
À semelhança da versão Pro, também aqui temos um motor central de 250 W. Neste caso é um motor da Ananda com um binário de 70 Nm. Na versão Pro, era necessário fazer alguma gestão nas subidas porque tínhamos três velocidades automáticas e tinhas de puxar um pouco mais. Algo que aqui está melhor.
O que noto neste modelo é que basta passarmos manualmente para as velocidades mais leve que a P275 ST trata as subidas por tu. É um motor de 250 W, mas sente-se um bom desempenho sendo eu um utilizador com cerca de 60 kg.
É de notar que o motor é bastante silencioso. Temos um sensor de torque que faz com que qualquer arranque seja suave e, ao mesmo tempo, rápido. Não há solavancos neste processo e é bastante simples encarar qualquer arranque em semáforo ou subida.
Conforto, segurança e ao sabor da lei
O conforto na condução desta bicicleta é palavra de ordem. O selim da Selle Royal é bastante confortável e possui air liftling. O guiador tem um perfil em que podes ajustar facilmente o ângulo, podendo assim ter uma posição mais adequada à tua preferência.
Podes contar com vários níveis de assistência que basicamente vão de nenhuma até a um máximo de assistência de 25 km/h que é o permitido por lei. É claro que poderás atingir uma velocidade máxima maior, sem contar com assistência. Neste modelo não há desbloqueios ou aceleradores.
Tem um sistema de travões hidráulicos para uma experiência de condução bastante segura, com uma travagem bastante suave. Ficamos com a confiança de que estamos salvaguardados em qualquer emergência de travagem.
A iluminação da P275 ST é exatamente igual à da versão Pro. Isso significa que tens aqui uma luz frontal embutida que podes ligar nos botões de apoio ao ecrã. Fornece uma boa visibilidade e permite ser bem visto à noite. A luz traseira funciona de forma independente, é a pilhas, e peca por ser pequena.
Os guarda-lamas deste modelo são de metal e, após alguns ajustes, revelam ser robustos e serão seguramente úteis em terrenos mais sujos ou em dias de pluviosidade. A presença de um extenso porta bagagens abre-te espaço para colocares lá uma mochila ou cesta para transporte de algumas mercadorias.
Ecrã podia ser maior
O ecrã da P275 ST fornece a informação necessária ao utilizador, desde a velocidade a que se encontra no momento, o nível de assistência que está a usar e até podes ver a informação dos quilómetros que já percorreste com esta.
Contudo, gostaria de ter aqui o mesmo ecrã que tínhamos na versão P275 Pro. O que a marca decidiu colocar neste modelo é pequeno de mais para o meu gosto e, por vezes, fica difícil ver a informação mais precisa em movimento. Os botões de apoio funcionam bem e não é necessário olhar para o ecrã para transitar entre modos de assistência.
Autonomia que nunca mais acaba
A Engwe P275 ST tem uma extensa bateria e isso nota-se na sua autonomia. A marca afirma que pode proporcionar até 260 km de autonomia no primeiro nível assistência e até 150 km no nível máximo de assistência.
Os nossos testes mostram que estes números de autonomia de 150 km são realistas e a maioria dos utilizadores não terá problemas em consegui-los. Dessa forma é uma bicicleta que poderá ter autonomia para uma semana (ou mais) de utilização para muitos.
São ótimos números e acima da média. Para quem quiser uma autonomia de bateria excelente, tanto este modelo como a versão Pro são boas opções. Podes carregá-la diretamente na bicicleta ou retirar a bateria com uma chave e levá-la para carregar. Demora até 8 horas a fazer um carregamento completo.
Conclusão: trata a cidade por tu
Chegados às conclusões, esta é uma bicicleta que trata e cidade por tu e promete tratá-la por muito tempo. É uma bicicleta cara, sim, mas é muito bem construída e foi pensada para ser duradoura, segura e confortável de conduzir.
O seu perfil step through facilita a entrada e saída da mesma para utilizadores com mais dificuldade. E a autonomia que pode chegar sem problemas aos 150 km coloca-a num patamar de excelência. A iluminação frontal é boa, mas pedia-se melhor iluminação traseira e um ecrã maior.
Pesando os prós e os contras, se tiveres 1899 € para gastar e procurares uma bicicleta elétrica com estas características, a Engwe P275 ST é uma excelente compra.
Engwe P275 ST
- Sensor de torque: Sim
- Motor: Ananda de 250 W (central)
- Autonomia: até 260 km
- Sistema de travagem: hidráulico
- Velocidades: 9 (Shimano)
- Pneus: 27,5 polegadas
- Peso: 25,6 kg
