A Engwe já nos habitou no passado à versatilidade presente nos seus modelos de bicicletas elétricas. A Engine Pro 2.0 é uma versão melhorada de um modelo anterior, que aposta em trazer uma experiência mais premium aos utilizadores.
É um modelo todo-o-terreno com pneu gordo e possibilidade de dobragem para melhor arrumação ou transporte. Tem um preço base de 1599 €, mas encontra-se frequentemente a 1449 €. Após testar este modelo durante uma semana, conto-te o que achei neste artigo.
Unboxing
A Engwe Engine Pro 2.0 chega muito bem embalada, com todas as proteções para que nada se danifique durante o transporte. É claro, como em qualquer outra bicicleta, apenas o básico chega montado e o resto terás de ser tu (ou um profissional) a fazer.
É necessário montar a roda frontal, guiador, guarda-lamas, pedais, iluminação frontal e traseira e a bagageira. Podes seguir as instruções básicas do manual ou ver alguns vídeos no YouTube para o efeito, se tiveres dúvidas.
É uma montagem que pode demorar entre uma a duas horas, dependendo da experiência do utilizador. Depois disso, aconselha-se que faças um primeiro carregamento completo, verifiques todos os parafusos, coloques os pneus com a pressão recomendada e é começar a usar.
Na caixa: bicicleta, pedais, luz traseira e frontal, ecrã, guarda-lamas, carregador, bagageira, ferramentas de montagem e manual de instruções.
Construção e design
A palavra de ordem quanto à construção da Engwe Engine Pro 2.0 é robustez. É uma bicicleta que se nota que vem preparada para a ‘pancada’ do dia a dia, ou não fosse este um modelo todo-o-terreno. Esta variante em Space Black é um modelo bastante discreto e, em simultâneo, apelativo. Está também disponível em cinzento e verde escuro.
O design desta bicicleta acaba por facilitar a saída e entrada na mesma, por ter um perfil mais baixo com os seus pneus de 20 por 4 polegadas. Tem bons acabamentos e há menos cabos à vista face a modelos passados, o que é bastante positivo. Gostaria apenas que a chave não estivesse num sítio tão caprichoso, pois temos sempre de nos agachar para a colocar.
O modelo conta com uma corrente tradicional e 8 velocidades Shimano Altus, que funcionam de forma bastante fluida e ajudam a balancear o desempenho consoante o piso. Os pneus de 20 por 4 polegadas são de perfil gordo e adaptam-se bem à estrada, mas também a pisos de terra batida.
Embora seja uma bicicleta dobrável, não é das bicicletas mais fáceis de transportar. Podes arrumá-la numa bagageira espaçosa de um automóvel (mas não de um citadino, por exemplo) ou em casa. Mas os seus 31,6 kg não são os mais agradáveis de transportar escadas acima se o fores fazer diariamente.
Bateria e carregamento
A parte boa é que a bateria é removível. Esta fica totalmente segura quando a trancas com a chave, e embora a possas carregar diretamente na bicicleta, podes retirá-la se isso te for conveniente para carregar em casa e deixar a bicicleta na garagem.
Por falar em carregamento, segundo a marca, esta demora cerca de 5 horas e meia a carregar e os nossos testes confirmam isso mesmo. Quanto a autonomia, a marca também promete até 110 km, mas isso acontece apenas em condições especiais e a usar o nível de assistência 1 (de 5).
Pelos meus testes, a usar o modo de assistência máxima e algum acelerador para experimentar, a autonomia realista está entre os 50 e 60 km por carga. São bons números para a potência e divertimento que esta proporciona e poderão mesmo dar para vários dias de utilização, dependendo das tuas deslocações. Em todo o caso, a autonomia pode variar de acordo com várias condições, como peso do utilizador ou condições do piso.
Potência
O motor encontra-se situado na roda traseira e é de 750 W com um torque capaz de chegar aos 75 Nm. Na prática, isto resulta num excelente desempenho em qualquer tipo de terreno, mesmo em subidas mais íngremes. Podemos dizer que esta é uma ótima bicicleta para os menos desportistas.
Deves gerir o esforço entre os cinco modos de assistência à pedalagem e combinar com as 8 velocidades Shimano Altus disponíveis. Mesmo nas subidas mais íngremes aqui por perto, o esforço é mínimo. Para mim, que sou um utilizador com cerca de 60 kg, sinto que esta bicicleta serve para qualquer efeito.
O motor não é dos mais silenciosos, mas também não chega a ser incomodativo. O facto de ter sensor de torque faz com que o arranque seja imediato e suave a cada pedalada. Esta bicicleta vem com um acelerador que por defeito está desligado, mas pode ser facilmente desbloqueado com uma combinação de botões e usado pelos mais corajosos.
A velocidade de assistência permitida por lei é de 25 km/h em Portugal e é isso que a Engwe Engine Pro 2.0 proporciona de fábrica. Se desbloqueares o acelerador consegues ultrapassar os 40 km/h premindo o mesmo sem pedalar, mas estarás por tua conta e risco quanto a obrigações legais.
Conforto e segurança
Esta é das bicicletas mais confortáveis que já tive oportunidade de testar. O facto de ter suspensão frontal e traseira faz com que enfrentar terrenos mais difíceis seja bastante simples, já que não o sentimos como é habitual.
Esse conforto nota-se também no generoso selim, bem como no guiador ajustável em altura, com punhos de boa qualidade e ótima pega. O seu sistema de travões hidráulicos de 160 mm é uma ótima melhoria, já que fornece maior segurança quando queremos imobilizar a bicicleta de forma rápida.
A iluminação desta bicicleta também é de destacar. Conta com uma luz frontal que te permite ver com qualidade o caminho à noite e na traseira temos iluminação que fica atrás da bagageira e que proporciona boa visibilidade à distância. Inclusive, esta aumenta de intensidade quando efetuas travagens.
Chega com guarda-lamas de metal, que se revelam robustos após feitos os ajustes iniciais. Se vais usar a bicicleta com alguma chuva ou em caminhos de terra, estes serão essenciais. Atrás está um extenso porta-bagagens, onde poderás facilmente prender uma mochila ou mesmo uma caixa mais pesada em transporte.
Ecrã
O ecrã desta Engine Pro 2.0 é provavelmente o melhor que já vi numa bicicleta elétrica. Segue a tradição da Engwe EP2-Pro de ecrã vertical, mas desta vez a cores. Neste consegues ver informação como a velocidade atual, odómetro, nível de assistência ou percentagem da bateria.
É possível diminuir a intensidade do brilho do ecrã à noite, mas para usar durante o dia este é simplesmente o melhor ecrã que já vi numa bicicleta elétrica. Mesmo com mais luz a incidir e até mais distanciado, conseguimos ver facilmente a informação importante.
Este ecrã é apoiado por botões de função, para ligar/desligar, ativar a iluminação ou simplesmente acionar a campainha eletrónica. Por falar em campainha, esta é bastante audível e poderá ser bastante útil em ambientes mais ruidosos.
Conclusão
A Engine 2.0 Pro mostra que a Engwe quis dar um upgrade ao modelo passado e apostar em características que melhoram o desempenho, o conforto e a segurança dos utilizadores. Não falta potência a este modelo, que tem um sensor de torque e uma excelente suspensão para terrenos difíceis.
Dispõe de um ótimo desempenho em subidas e o ecrã a cores é do melhor que já vi numa bicicleta elétrica. No entanto, a fechadura da bateria continua num local estranho e, mesmo dobrada, é uma bicicleta difícil de transportar à mão, pelo seu peso.
Pesados os prós e os contras, se pretendes uma bicicleta que seja um verdadeiro todo-o-terreno e forneça potência, comodidade e segurança, a Engwe Engine 2.0 Pro é um modelo que tens de considerar.
