Recentemente, foi revelado que Elon Musk teve de recorrer a uma combinação de recursos para comprar o Twitter. Ele usou parte das suas ações na Tesla como garantia para obter um empréstimo da SpaceX, usou os seus próprios fundos e ainda contraiu uma considerável dívida, cerca de 13 mil milhões de dólares, junto de bancos.
Agora, a nova CEO do ex-Twitter, atual X, Linda Yaccarino precisa lidar com as dívidas, que aumentaram ainda mais devido a decisões controversas tomadas por Musk em relação à rede social. Tudo isso acontece sob a pressão dos banqueiros, que já consideram a saída do empresário como uma alternativa viável para o futuro da plataforma.
“Ela tem de tirá-lo de lá”, afirmam os banqueiros
Linda Yaccarino assumiu o cargo de CEO do X em junho deste ano. De acordo com informações do Financial Times, Yaccarino está a a reunir-se com banqueiros para lhes assegurar que a "lixeira em chamas" que é o X não continuará a sangrá-los até ao fim.
Os banqueiros, no entanto, não parecem tão otimistas quanto ao futuro do X se Elon Musk permanecer na liderança. “Ela tem de tirá-lo de lá. Eles precisam de receitas publicitárias para se reerguer", afirmou um banqueiro de um dos credores do X, em entrevista ao Financial Times.
O profissional está a apontar para o facto de, mesmo ao explorar outras formas de gerar lucros, o X está a assistir a uma acentuada queda nas suas receitas, ao mesmo tempo que o número de anunciantes está a diminuir continuamente. Esta diminuição no interesse pela publicidade parece estar fortemente ligada às decisões que Musk tomou desde que assumiu o controlo da plataforma.
As dívidas aumentaram com a liderança de Musk
No início de setembro, o The Wall Street Journal revelou que Elon Musk "pediu emprestado" mil milhões de dólares (quase mil milhões de euros) à SpaceX e usou parte das suas ações na Tesla como garantia para comprar o Twitter. Em abril, de acordo com o mesmo jornal, a Tesla implementou regras mais rigorosas para que o empresário utilizasse a sua participação na empresa como garantia para empréstimos.
No total, Musk desembolsou 44 mil milhões de dólares para adquirir a rede social. No entanto, desde o ano passado, as dívidas não diminuíram, e a plataforma parece estar a tornar-se cada vez menos rentável. Despedimentos em grande escala e outras mudanças estruturais na plataforma resultaram numa redução no número de anunciantes.
Mais recentemente, outra decisão de Musk complicou consideravelmente a relação da plataforma com potenciais anunciantes: até ao momento, o empresário não tem cumprido as regras da Lei dos Serviços Digitais (DSA) da União Europeia, que visa combater a desinformação, a propaganda russa, o extremismo e o discurso de ódio.
Conforme um relatório divulgado pela UE no final de setembro, o X é a rede social com a maior taxa de desinformação e notícias falsas. A perda de credibilidade que isso trouxe já levou à saída de milhares de cientistas da plataforma e irritou os anunciantes, que estão preocupados com a imagem das suas marcas.
Apesar de todos esses desafios, Yaccarino manifestou otimismo em relação ao futuro do X
Durante a Code Conference desta semana, Linda Yaccarino demonstrou otimismo em relação ao futuro do X. De acordo com a CEO, a rede social está prestes a atingir o ponto de equilíbrio e espera alcançar lucro no "início de 2024".
Segundo o Financial Times, atualmente, o X gera receita apenas o suficiente para cobrir os enormes pagamentos de juros das dívidas de Musk, que totalizam cerca de 1,5 mil milhões de dólares por ano.
Entretanto, a CEO não divulgou detalhes sobre como a rede social pretende gerar lucro no próximo ano e quais são os planos para atrair novos anunciantes. Ela também não comentou o aviso emitido pela UE a Musk sobre a necessidade de cumprir a DSA e qual será a posição da empresa em relação a isso.
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